Capítulo 9

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Lauren Jauregui | Point Of View

Suspirei pesadamente vendo que o que era para ser um jantar de agradecimento, virou quase uma festa. Se não fosse pela presença de Verônica, Lucy e Taylor, certamente eu me sentiria como um peixe fora d'água.

Pelo menos Tom estava com sucesso me distraindo do leve incômodo que esse tanto de pessoas desconhecidas me causa, ele estava falando sobre um celular pocket infantil que ele estava desenvolvendo, pensando em Peter.

— Eu acho interessante esse projeto, seria interessante colocarmos um sistema de rastreio em tempo real para os pais. – Falei pensativa.

— Seria bom se conseguíssemos uma parceria com uma rede de telefonia, assim eles podem programar um chip que só receba e faça chamadas para números cadastrados na compra. – Arqueei a sobrancelha, pois era uma ideia genial.

— Eu com certeza compraria um celular desse para Chloe, assim ela largaria um pouco do meu que vive lotado de joguinhos dela. – Dinah comentou gesticulando.

— A ideia é boa porque em algumas situações fica inviável dos pais levarem os tablets das crianças. – Verônica falou pensativa. — Levar esse projeto adiante vai ser fácil, certamente vou ter que fazer uma pesquisa de custo para a aprovação dos demais acionistas, mas acho que não vai ser um projeto vetado. – Concordei com a minha amiga.

— Vamos marcar uma reunião para quando nós voltarmos do Brasil... – Vi o sorriso enorme de Tom.

— Eu sempre tive a curiosidade de saber o que acontece quando o funcionário cria esses projetos e eles são aprovados... – Dinah falou gesticulando.

— O criador, no caso o Tom, vai registrar a patente em seu nome. Em seguida ele vende a mesma para a Jaguar Corp, e nós desenvolvemos o projeto e como bônus, anualmente damos uma porcentagem para ele como coparticipação dos lucros. – Verônica explicou.

— Mas se o cara não quiser vender para a empresa?

— A gente compra uma licença dele, em um valor bem mais baixo e pronto... – Expliquei gesticulando.

— E outras empresas também podem comprar a licença, ou simplesmente criar um projeto com outras especificações usando o dele como modelo e lançar sua própria patente sem precisar de uma licença. – Tom acrescentou.

— Então é mais lucrativo você vender a patente toda... – Dinah falou pensativa.

— Olha, nesses anos todos em que eu trabalho com negócios, eu posso te afirmar que tem certas negociações que você precisa fazer com o coração e não com a razão. Nem todo dinheiro vale você ter que abdicar de certas coisas... – Falei e dei de ombros.

— Você está muito interessada nisso, DJ... está pensando em criar alguma coisa? – Tom brincou.

— Desculpe se estiver sendo invasiva, mas você trabalha com o que mesmo, Dinah? – Verônica perguntou.

— Eu e minha esposa temos um ateliê, somos estilistas. – Fiquei surpresa.

Como não ficaria? Essa era a primeira vez que eu tinha uma conversa decente com a loira, sem me sentir incomodada com seu jeito espalhafatoso e extremamente invasivo e debochado.

Me perdi da conversa deles, observando as crianças brincarem no parquinho do quintal. O local estava todo iluminado por luzinhas quase idênticas a um pisca-pisca, sorri por ver que meus sobrinhos já pareciam estar bastante ambientados no novo lar deles.

Me levantei deixando os três conversando, fui para mais perto de onde as crianças estavam brincando e fiquei as observando.

— Você tomou a melhor atitude possível, eles merecem viver isso. – Taylor abraçou minha cintura.

ResentmentWhere stories live. Discover now