ON MY BLOCK: OS PROFETAS

about last nigth

Ao sentar em umas das cadeiras do balcão da minha cozinha, pensativa sobre algumas preocupações que ocupava minha mente, o meu pai era uma profeta, Latrelle também era. Eu sempre fui considerada uma por ser filha do mesmo, mas isso poderia me prejudicar, caso alguém se dedica-se a me caçar, como a filha de um policial corrupto estava fazendo.

(...)

Indo até o fogão, colocando um pouco de café para fever. Vestida no meu pior visual, com uma camisa larga preta até às minhas coxas e um short curto que ficou totalmente desaparecido pela largura da camiseta. Escuto a campainha tocar, caminho devagar em direção a porta, ao abrir, vendo o rosto do Latrelle, deixando um sorriso largo visível no canto dos meus lábios, enquanto ele me observava, vestido com moletom amarelo e vermelho e seus cachos definidos, ele era uma verdadeira obra de arte de tudo que um homem negro deveria ser.

Logo, sentindo ele se colocar dentro da minha casa, levando umas de suas mãos até minha cintura, me puxando com brutalidade, grudando meu corpo ao seu, para iniciar um beijo. Passo meu nariz sobre o dele, fecho os olhos, sentindo o toque de sua outra mão em minha nuca, notando ele colocar sua boca na minha, iniciando um beijo intenso com nossas línguas deslizando uma sobre a outra.

Paro o beijo com um suspiro rapido e falando com a voz suave e baixinha: —"Isso é covardia sabia?! Eu tive um dia ruim... Aí você aparece, me beija e tudo isso desaparece!"

Latrelle sabia que eu estava com medo de me expor emocionalmente de novo e ter meu coração partido, ao apertar de leve minha cintura e falando: —"Seja lá o que aconteceu hoje... você sabe que pode falar e contar comigo, meu amor! Esses anos todos longe de você, não quero perder mais nenhum segundo sem você!"

Me desprendendo do seu corpo, sinto o cheiro do café que quase estava queimando, o puxando pela mão até a cozinha. Latrelle fica em pé perto do balcão aos risos, desligo o fogão e falando com a voz emburrada: —"Lá se foi meu café da noite!"

O mesmo se aproxima perto de mim, afirmando: —"Que tal você ir pro sofá, posso preparar outro café pra você, depois assistimos o jogo de futebol americano... É você vai poder me contar sobre o que está te deixando assim, ok?!"

Balanço a cabeça como um sim, o encaro com um sorriso, era tão satisfatório ver o homem que eu amo tentando me agradar, como me atreveria dizer não. Mas antes que Latrelle conseguisse ir ao fogão, o puxo pelo braço, iniciando um beijo intenso e quente como estávamos antes. O clima foi esquentando, até sentir o mesmo me levantar, me colocando no balcão da cozinha enquanto nossas línguas se encontravam entre o beijo.