flashback 💭

292 12 0
                                    

Enquanto eu corria pela varanda de casa, notando meu pai conversar com a minha avô, dizendo que o pai do Latrelle tinha levado um tiro na esquina de casa e sua mãe havia sido presa pelo uso de drogas ilegais

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.


Enquanto eu corria pela varanda de casa, notando meu pai conversar com a minha avô, dizendo que o pai do Latrelle tinha levado um tiro na esquina de casa e sua mãe havia sido presa pelo uso de drogas ilegais. A vida no gueto não era tão bonito como eles faziam parecer nos filmes. Ele tinha apenas dez anos de idade, quando tudo aconteceu, eu estava prestes a ir embora para o colégio interno de meninas em south central, bem fora de freeridge. Meu pai tinha assumido a guarda unilateral do Latrelle, ele queria me manter fora da vida de gangue e os problemas com os profetas só piorava.

Ao observar Latrelle pensativo com a bola de basquete em suas mãos, tentei animá-lo, o chamando para uma partida de basquete, até ver ele jogar a bola longe, com lágrimas escorrendo por seus olhos e me perguntando:

   —"Lay, você vai embora e eu não terei mas nada aqui pra mim! Será que algum dia você irá voltar?"

Fico de frente pro Latrelle, colocando minhas mãos em seu rosto, aproximando nossos nariz: 

—"Ei latre, eu prometo que voltarei, você ainda vai continuar sendo melhor amigo mesmo estando longe? Eu não queria ir... Mas meu pai disse que preciso ir, para ter uma boa educação e me tornar uma grande advogada, um dia!"

Latrelle solta um soluço e me questionando com insegurança:

   —"Você vai ser minha namorada um dia, ou talvez minha esposa quando a gente crescer?"

Abro um sorriso inocente,  concordando com a cabeça, levando meus dedos entre os deles, entrelaçando como uma juramento:

   —"Eu prometo! Quando crescer, me tornar adulta... Serei sua esposa latre, pra sempre!"

Latrelle me abraça com força, voltando a sorrir com a minha promessa. Reparando o seu sorriso com aqueles cabelos bagunçados e seus lindos cachos que o deixavam parecendo um garoto do Havaí. Logo, escutando meu pai gritar que o carro havia chegado, era a hora de ir embora. Ao tentar me virar, sinto Latrelle me puxar pelo braço devagar, me dando um selinho demorado, parecia que universo tinha congelado naquele curtos minutos. Voltando a rotação quando sinto seus lábios se desgrudar dos meus lentamente, abrindo os olhos junto com um  sorriso tímido ao olhar em seu rosto, pegando em sua mão para caminharmos juntos.

Observando meu pai colocar minha mala no carro, indo com Latrelle até a calçada. Meu pai me encarando com aquele sorriso bobo, notando ele segurar a outra mão do Latrelle, vendo dois  com os olhos cheios de lágrimas, soltando a mão do meu melhor amigo, indo pro carro. Ao entrar e me sentar no banco, os vendo pelo vidro carro, lágrimas começaram escorrer pelo meu rosto, acenando com um tchau meloso, como uma garotinha de 9 anos, naquele exato momento estava sem chão e pronta pro desconhecido. Os dias em South central me fazia sentir cada vez mais a falta de Freeridge, do meu pai, dos meus amigos de infância e do garoto que eu sonhava que seria o futuro pai dos meus filhos.

 Os dias em South central me fazia sentir cada vez mais a falta de Freeridge, do meu pai, dos meus amigos de infância e do garoto que eu sonhava que seria o futuro pai dos meus filhos

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.
ON MY BLOCK: OS PROFETASWhere stories live. Discover now