Visita na prisão

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Depois de quatro anos no presídio do condado de freeridge, Latrelle tinha acabado de completar seus 24 anos e já estaria prestes a receber a sua primeira condicional, graças aos meus esforços e minha equipe do escritório keatings, resolvi pegar o caso dele praticamente arriscando meu diploma, perto de me formar como advogada, eu já podia pegar e exercesse meus casos durante um júri.

Na manhã de sábado, resolvi ir até a presídio, mas Latrelle não estava a parte disso, havia protocolo para cumprir, especialmente quando você é filha de um líder de uma gangue. Isso mesmo, meu pai era líder dos profetas, um dos fundadores og, o que complicava meu trabalho como advogada, eu era vista como corrupta, que lutava pelo lado errado mas o meu propósito era ajudar mulheres e homens negros sobreviverem na América.

Ao passar pela sala do delegado Rody do presídio, me questionando o motivo da visita ao Latrelle:

—"Senhorita Layla, apenas queremos saber como uma jovem que ainda não tirou seu diploma, conseguiu uma condicional tão rápido pra um marginalzinho de gangue irrelevante como este jovem. Ele roubou um banco, merece apodrecer na cadeia!"

Escutando aquilo, colocando minhas mãos sobre a mesa irritada, tentando manter o controle porque eu era apenas mais uma mulher negra sendo encurralada por um delegado branco racista. O confrontando no tom de voz alto:

—"Eu não devo explicações sobre isso delegado Rody, posso afirmar que mesmo sem meu diploma, tenho uma equipe muito grande atrás de mim, o senhor não iria gostar se isso vazasse na mídia. Ele é meu cliente e lutarei por esse caso até o final. Apenas me der a droga do direito de visita, e a conversa que tivemos aqui não irá vazar na mídia do condado de freeridge."

O delegado me encara com raiva de cima abaixo, observando cada curva de meu corpo, notando meu terno cinza com uma saia social que deixavam minhas coxas exposta, e afirmando pros policiais que estavam lá fora:

  —"Deixem ela fazer a visita!!"

O agradecendo formalmente, observando o delegado Rody se aproximar perto de mim, falando próximo ao meu ouvindo no tom de ameaça:

  —"Senhorita Keating, cuidado ao tentar ir contra o meu sistema prisional, apesar de adorar uma mulher negra e bonita no meu escritório, tenho olhos por toda parte aqui!"

O encaro por alguns minutos, abrindo um sorriso sarcástico e me retirando da sala com uma repulsa enorme daquele opressor.

Caminho até a sala de visitas, me sentando na mesa, mexendo minhas pernas nervosamente, reencontrar o meu antigo amor infância, o garoto que perdeu os pais e foi criado pelo meu pai para ser uma ferramenta de gangue, era decepcionante. Eu e Latrelle tínhamos uma conexão que era difícil explicar, como disse crescemos juntos, desde dos oito anos de idade, namoramos aos doze, perdi minha virgindade com ele no baile, até terminarmos e ele ficar com a minha melhor amiga Kiara, com quem teve uma filha, Rebecca aos 14 anos. Eu perdoei os dois por causa dela, a filha do Latrelle era a garotinha dos meus olhos e era por ela que estava alí, lutando por aquela condicional.

Ao ver Latrelle entrar pela porta da sala de visitação, me encarando por alguns minutos ao me ver sentada alí, a troca de olhares naquele instante foi inevitável, a tensão entre mim e ele nunca foi embora. Reparando a tristeza em seu olhar, observando ele com aquela farda de presidiário laranja. Percebendo ele se sentar a mesa, o mesmo continuou a me encarar como o um escudo de durão. Mordi meus lábios e tentando evitar um contato visual com minhas mãos sobre a mesa, sentindo o mesmo colocar suas mãos sobre a minha e falando com calma:

   —"Obrigado por conseguir a minha condicional, sei que você era a última pessoa que deveria fazer isso por mim, depois de tudo que eu fiz a você!"

O escutando, logo retirando minhas mãos, Latrelle senti aquilo como um desprezo, me encarando com tristeza e arrependimento. Afirmo de maneira formal e desviando o olhar: —"Logo você sairá daqui, apenas peço que cumpra todas ordens da condicional: como trabalho comunitário e colabore com inspetor que ficará de olho sobre seu caso e todo resto, cuidarei com departamento do meu escritório!"

Latrelle coloca um de seus dedos até o meu queixo e me questionando de maneira calma e pacífica: —"Então Layla, fale isso olhando nos meus olhos?! Sei o quanto te fiz mal, mas aquele nigga revoltado, que fodeu com tudo... Não está mas aqui, esses anos que permaneci aqui nesse inferno, me fez perceber o quanto fui burro e sofri com as consequências das minhas decisões erradas."

Encarando Latrelle, notando o quanto ele havia mudado, nem parecia aquele garoto revoltado com mundo. Ficando emotiva com seu toque em meu rosto, baixando a guarda até escutar o policial falar que a visita estava encerrada. Ao notar Latrelle tentar se levantar, seguro em sua mão e falando: —"Se mantenha firme ok, logo você estará fora daqui. Eu prometo!"

O observo acenar com a cabeça, vendo ele indo embora com as mãos em seu rosto ao enxugar suas lágrimas, era difícil  lidar com toda aquela situação, Latrelle foi vítima da sociedade, um garoto negro, sem um lar estruturado, e pra piorar meu pai não foi uma boa referência. Mas eu tinha prometido que Rebecca não passaria pelo o que passei, lembro o quanto foi doloroso, ficar sete anos ver o meu pai, ele não foi um profeta porque ele quis, ele precisava por comida em casa e investir na minha educação e ele fez isso. Mas ele não fez o mesmo pelo Latrelle e isso me deixava com ressentimentos e mágoas. Mas independente do que aconteceu, eu me importava Latrelle e estaria disposta a tudo para vê-lo fora daquelas grades.

 Mas independente do que aconteceu, eu me importava Latrelle e estaria disposta a tudo para vê-lo fora daquelas grades

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ON MY BLOCK: OS PROFETASWhere stories live. Discover now