• twenty-one

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Os dias se passam de maneira dolorosa enquanto esperamos a resposta da UA sobre Eri; a população já estava começando a se movimentar, o assunto ficando cada vez mais famoso até finalmente obtermos uma resposta.

Depois de exatas sete semanas, Eri finalmente estaria de volta conosco. Claro, confiávamos em Papa e Mama de olhos fechados, mas depois de tanto tempo estávamos desesperados para vê-la novamente.

- finalmente vamos vê-la! — suspira, aliviado, o pai enquanto assistia o comunicado pela pequena televisão no qual tinha em nosso quarto.

- já estava mais do que na hora, estava louco para vê-la! — falo feliz e o outro confirma de maneira calma — papa e mama daqui a pouco devem entrar em contato. No e-mail que Nedzu me mandou falou que ela não poderia estar acompanhada com mais ninguém que conhecemos, ou seja sem mama ou papa, e um super herói precisa estar a todo momento conosco. Não podemos sair com ela a outro cômodo ou ela ficar sozinha. É arriscado continuarmos a ver os dois, então apenas os mandei trazê-la aqui, provavelmente irão fazer um portal e a deixá-la, quando for para a buscar ela irá os chamar.

- ok. Desculpe por estar piorando a situação.

- é a sua filha Kai, nenhum de nós o deixaria sem a vê-la mais tempo. Não consigo nem imaginar o quanto esta sentindo sua falta, digo, nos estamos morrendo de saudades e somos apenas seus tios. — o outro ri levemente enquanto se levanta da cama e para em minha frente.

- estou mesmo com saudades, mas sei que você logo nos tirará dessa. Confio em você. Agora vamos, temos trabalho a fazer, então se levante logo e vamos para a aula.

Aceito sua mão erguida e me levanto. Em um longo suspiro, sem nenhuma vontade de ir para a aula, pego minha mochila e máscara, então andamos lado a lado ignorando todos os olhares nos quais são postos sobre nós enquanto nos dirigiamos a nossa sala.

- sabe.... quando pensei que um dia viria a UA nunca pensei que seria assim. — reclamo e Kai ri de minha indignação — É sério! Tipo, somos do mal? Ok, eles deveriam nos temer! Agora eles só ficam nos encarando, como se fossemos algum tipo de atração do circo ou sei lá.

- talvez estejam pensando em suas ações, não sei — dá de ombros — mas acho que o mais importante para focarmos agora é o incrível projeto que vamos fazer com aspirantes a heróis para a aula de hoje.

- qual é Kai — rio levemente — isso é sério! Eu não aguento mais essas pessoas!

- e eu estou falando sério! Não é todos os dias que temos um trabalho sobre "como é honrado ser um super herói" vamos nos divertir tanto.. — reviro os olhos com sua sala e rimos juntos. Sério, nada melhor ou discreto para nos botar na linha?

- eles conseguiam sem mais discretos — fala rindo por fim e entramos na sala de aula. — desculpe o atraso Aizawa, estávamos vendo o anúncio do Nedzu e perdemos o tempo.

- tudo bem, agora se sentem que logo explicarei o trabalho. — fala de maneira ríspida e concordamos indo aos nossos lugares.

- acha que ele pode nos botar com o Bakugou? — pergunto, em um tom baixo, de maneira hesitante.

- ainda tem medo dele? — Chisaki me responde, de mesmo tom, a pergunta e nego devagar.

- apenas.... estamos aqui a um tempo e ele ainda não veio falar nada conosco. Prefiro que continue assim.

- senhor Midoriya e Chisaki, tem algo que queiram compartilhar com a turma?

- não senhor Aizawa, desculpe a interrupção. — respondo rápido e o outro apenas nos olha duro antes de voltar a sua explicação.

- qualquer coisa eu intervenho, mas ele sabe sua história, provável que não vá botar qualquer um de nós junto de Bakugou.

- tudo bem, obrigado.

- serio, depois de tudo o que você já fez por mim esse é o mínimo que eu posso fazer. — sorrio levemente e voltamos a prestar atenção na explicação de Aizawa.

Mais tarde daquele mesmo dia Eri finalmente chegou.

Era a última aula, as exatas cinco horas da tarde de uma sexta feira, sendo a última aula da semana, e a pequena criança de cabelos longos brancos chega de mãos dadas ao herói número três, Keigo Takami, ou Hawks como é conhecido.

- papai! — a criança exclamou alegre atraindo todas as atenções para si, parando na mesma hora os combates nos quais estavam tendo.

Kai saiu correndo em direção da pequena, que fez o mesmo, se ajoelhou e a abracou de maneira desesperada enquanto a garota retirava a máscara e luvas de seu corpo para ficar mais confortável, coisa que o outro também logo faz.

- ele é pai nessa idade? — muitos exclamavam surpresos, mas Iida era com certeza a voz se que mais era ouvida ao meio dos comentários.

- ele tem vinte e dois anos, não é uma idade ruim. — o respondo de maneira malcriada — além do mais se você não viu os vídeos de nossas histórias ele a resgatou. Quando os heróis deram as costas para ela e a viam apenas pro sua individualidade, ele a resgatou e deu o melhor que pode para uma infância boa para ela. Eu não consigo ver que problema tem nisso.

- ele é muito novo — me responde como se fosse a coisa mais óbvia do mundo, e antes que pudesse retrucar uma criança corre em minha direção me abraçando e Toga toma a fala.

- é melhor ele, sendo novo, cuidar dela e a dar uma vida do que a deixar na mão de vocês heróis que apenas ferraram com ela. Agora Izu, ignore eles hm? Apenas curta logo a Eri que logo vai ser minha vez! — as vezes esqueço o quão rápido ela pode mudar de emoções, mas por hora ignoro apenas me abaixando na altura da criança curtindo sua companhia.

- eu estava com tanta saudade de você papai! — fala com um pouco de dificuldade com sua cara enfiada em meu pescoço e cabelos e, mesmo ainda surpreso por sua fala, rio levemente, deixando um selar em seus cabelos antes de a pegar no colo.

- eri! — Kai a repreende e eu apenas rio da interação entre os dois. — já falei que você não pode o chamar assim!

- mas porque não? — a outra pergunta emburrada cruzando os braços — vocês se gostam não? Então ele também é meu pai!

Não conseguia olhar para ninguém naquele momento, e minha cara provavelmente estava muito vermelha, pois estava com bastante vergonha. Apenas deixei os dois discutirem, com a criança ainda em meus braços, enquanto aproveitava seu abraço para matar a saudade. O resto eu resolveria depois.

L0V3Where stories live. Discover now