Capítulo 37

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Ele me guia até o sofá vermelho que estava presente na sala e eu me sento ali. Minha perna tremia e eu sentia calafrios. Uma gota de suor escorria pela minha testa.

 -Clara você deve estar bem confusa, sinto muito. Você se lembra da vez em que eu te salvei na casa da sua avó? 

- s-sim... O que isso tem haver?

- É aquela marca, por isso você esta assim. - Ele ergue sua mão e puxa gentilmente a gola alta de meu vestido deixando uma parte de meu pescoço exposto, revelando uma marca já cicatrizada ali. Eu estremeço sentindo seus dedos quentes encontrarem minha pele fria.  

- E-eu não me sinto bem.. O por que a marca esta fazendo isso? i-isso nunca ocorreu antes... - Eu digo tentando manter uma distância do moreno me sentando o mais longe possível no pequeno sofá vermelho. Ele solta um longo suspiro passando as mãos por seus cabelos sedosos pensando no que diria.

- Ele ta no cio, é a lua cheia... E daqui a mais algumas horas você vai ficar como ele - Ele diz me fitando com seus olhos agitados cheios de preocupação.

- Como ele? Como assim? eu vou me transformar em um lobo também? - Eu pergunto com tanto medo que minha voz mal sai de minha garganta.

-Não, mas você ira ficar como ele de forma selvagem. Ele esta surtando por não poder estar com  você, e logo você vai surtar também por não estar com ele. É por isso que entrar na floresta é algo tão perigoso, não apenas pelos lobisomens, mas também pelo tanto de bicho que tem lá. - ele diz se alevantando e indo para a cozinha para preparar um chá para nós. A cozinha era ligada com a sala, então eu ainda podia vê-lo. Eu o observo com atenção, ele estava lindo, seus cabelos negros estavam soltos e suas mãos agiam de forma ágil enquanto ele prepara o chá. Eu fito sua face. Eu adoraria beijar aqueles lábios vermelhos... - Ele com toda certeza irá vir te buscar, foi por isso que te trouxe para cá, para que não se machucasse. - Eu me alevanto e caminho lentamente ate o mesmo que estava de costas para mim enquanto colocava um colherzinha de mel na xícara estando de frente para a pia. - se aquele bicho é um alfa ele virá atrás de você por qualquer custo... Você tem noção na besteira que fez ao ir para aquela floresta.

- Não.. Me diga - Eu digo o abraçando por trás deixando meu rosto em suas costas. Quando meu corpo se encosta com o dele sou capaz de sentir um arrepio passar por seu corpo.

- Chega. - Ele diz se afastando bruscamente deixando o chá para mim em cima da pia. - Você não esta completamente sóbria Clara, vai se arrepender mais tarde quando a semana de lua cheia for embora. 

- M-mas eu quero você.. - Eu digo com os olhos se umedecendo, não sabia o que estava acontecendo com meu corpo, mas de repente sentia a necessidade de um abraço, um toque, um único carinho. "Deus o que esta havendo comigo?!" eu questiono  me sentindo quase em um grande desespero. Eu caminho para perto do mesmo e o abraço o prensando contra a parede da cozinha.

- Clara por favor, você não quer, você quer ele. - Eu conseguia sentir um pouco de decepção em sua voz. Não era o que ele queria dizer, mas querer e dizer a verdade são coisas bem distintas...

- Então me faça esquecer ele. - Eu digo com um sussurro em seu ouvido o fazendo ficar com as maçãs do rosto levemente vermelhas. Até que os olhos de Jack vem em minha mente. Eu podia senti-lo perto. Tão perto e tão longe...

Eu beijo Wesley passando as mãos por seus ombros, me sentia entregue. Eu queria mais, muito mais, mas quanto mais eu o beijava mais eu sentia que ele não me corresponderia. Quando de repente me surpreendo ao ser pega no colo e ser levada escadas acima até o quarto do mesmo. Sou gentilmente colocada na cama. Ele separa o beijo e me olhando com luxúria. Solto um pequeno gemido frustrado por não ter os lábios do mesmo nos meus. Repentinamente ele corre ate a porta e a fecha com força me fazendo olhar para a porta trancada com raiva. eu corro ate a mesma e me escoro na porta.

- Wesley?! o que você ta fazendo?!- eu digo dando pequenos soquinhos na porta para fazer barulho e saber se ele poderia me escutar.

- Clara eu não posso

- Por favor, vem pra cá... eu preciso! eu me sinto agoniada!

- Eu sei e é por isso que não estou ai! Clara você esta fora de si. Eu sei que você não sabe o que esta fazendo, mas você vai me agradecer mais tarde.

- Wesley por favor - Eu imploro com uma voz de choro por de trás da porta. - Eu quero ele. eu preciso dele - Eu digo dando um soco na porta com raiva. 

- Sinto muito Clara... Ele já deve estar com outras lobas da alcateia dele

-Não diga isso! - Eu digo chutando a porta com raiva. Ele não faria isso, faria? ele é meu, assim como eu sou dele... Eu preciso fazer algo, estou ficando louca. - Wesley me tira daqui! Eu quero ficar com ele. Quero ir pra floresta.

- Não posso deixar você ir Clara, você poderia morrer caso ficasse nas mãos dele, não vou errar em deixar ele te tocar mais uma vez... Eu vou te proteger minha donzela

- Se não pode me deixar ir então fique comigo!  Por favor isso é insuportável - Eu digo com uma voz chorona e manhosa. 

Eu consigo ouvir Wesley suspirar por trás da porta. - Clara...  A janela esta aberta... Eu sei que não vou conseguir te prender nesse quarto, quando chegar a meia noite  você estará pior que um animal mesmo, e isso deve doer... vai doer tão em você quanto em mim, mas por favor, tome cuidado, eu não quero ter que colocar cartazes seus de desaparecida... Boa sorte Clara. - Wesley diz com uma voz embargada de tristeza por trás da porta. As lágrimas dele não foram as únicas que caíram.

 Eu aproximo meu rosto da madeira fria da porta e deposito um pequeno beijo.

- Eu te amo... Obrigada... - Eu me despeço e corro para a janela, a abrindo e pulando por ela caindo em cima de um telhado da casa vizinha. Com muito cuidado eu consigo descer ao chão e corro floresta a dentro.

Floresta AdentroWhere stories live. Discover now