Capítulo 31

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  -Eh... E-eu- Começo a balbuciar palavras sem sentido por conta de minha vergonha.

 - Calma cordeirinho, ficou nervosa?- Ele pergunta com uma pequena e curta risada

  Sentindo-me completamente envergonhada eu me retiro de cima de seu colo tão rápido quanto havia me sentado.

 - Idiota..- Eu o xingo baixinho. Acreditava que ele fosse brigar comigo no momento em que ele ouvisse o xingamento, mas não foi isso que aconteceu. Muito pelo contrário. Jack me colocou sentada em cima de sua perna e pousou seu queixo sobre meu ombro.

 - Aiai... esse dia ta sendo bem cansativo- ele diz em um baixo sussurro.

 Seu hálito quente me deixou um pouco corada, mas não me afastei. Seu calor era intenso e eu gostava de me sentir quentinha perto dele.

- Eu ainda não entendo o por que de tudo isso. Você podia apenas dizer o por que de tê-la matado. Seria mais fácil.

 - Você ta certa seria mais fácil, mas eu também não sei de toda a história.

- Então conte apenas o que você sabe- Eu sugiro encarando o fogo.

- Não sei se vale a pena, você é muito teimosa 

- Não sou teimosa!- Ele direcionou seus olhos até minha face.

- Nenhum pouquinho?

-... B-bem... Talvez um pouquinho

 Ele soltou uma leve risada nasal. A sensação era estranha. Passei tanto tempo o odiando, para agora estar sentada em seu colo conversando de forma civilizada.

 - Ainda sinto raiva de você sabia?- Eu digo direcionando meus olhos até o céu escuro e suas estrelas cintilantes.

 - Você não sente raiva, você apenas ta com medo de se desprender de seu ódio e ficar sem nada no final.- Ao ouvir atentamente suas palavras eu percebi que podia negar com a cabeça ou dizer que era mentira, mas eu não podia mentir para mim mesma, não podia mentir para mim mais uma vez. Jack estava certo. Eu realmente tinha medo. Eu realmente tinha passado a amar alguém que eu odiei, mesmo que eu não entendesse isso.

- Cordeirinho, eu já senti ódio, assim como eu também já amei. Eu sei com é

- Não sabe não! Você tirou ela de mim- Sou capaz de sentir meus olhos queimarem nos cantos querendo a todo custo transbordar.

 - Eu sei sim, ela tirou minha mãe de mim- Ele sussurrou baixinho e finalmente eu pude concertar certas partes do meu quebra cabeça

- E-ela.... Mas por que? Graças a Haamiah eu sei que ela era assassina,mas... Por que ela fez isso

- É por isso que estamos aqui cordeirinho. É para descobrirmos

- Você fala isso com tanta tranquilidade... Como consegue?

- Cordeirinho as pessoas lidam com seus problemas de forma diferente.- Jack não tirava seus olhos de meu rosto por um minuto. Ele me observava atentamente. - Cordeirinho se lembra de quando eu te sequestrei?

- Óbvio, nunca vou me esquecer daquilo. Você disse que me queria como companheira

- Ainda quero- Ele me corrigi com um pequeno sorrisinho surgindo em seus lábios.

  Eu não pude negar de dar um pequeno sorriso. As coisas eram tão hilárias. Você já imaginou se apaixonar pelo ser que você mais odiava e queria matar? Eu não, isso na verdade poderia entrar na minha lista de pesadelos. Mas de repente meu pesadelo se tornou meu aliado. Eu já não sentia mais tanto medo. A besta que me perseguia de repente havia se tornado um amigo, ou talvez mais que isso. Ouvir a coruja chirriar e ouvir o som do fogo consumindo a madeira era relaxante

- Isso tudo é tão estranho. Não sei dizer se você é meu amigo ou meu inimigo

- Eu toparia ser seu amante- Ao ouvir as palavras do maior um riso escapou de meus lábios. 

- Isso seria impossível- Eu disse com um sorrisinho bobo nos lábios. Eu me sentia completamente relaxada e em paz

- Talvez, mas eu até que acho desafios legais. 

  Meus olhos de esmeralda se encontram com seus olhos de ouro e nos encaramos por alguns segundos. Nosso silêncio era confortável e relaxante. Era o tipo de silêncio que você não precisava falar para tornar o clima mais gostoso, já estava bom o suficiente.

 - Você tava certo. Talvez eu não sinta tanta raiva assim

- Eu sei- Jack se aproximou mais um pouco e selou seus lábios em minha bochecha corada. Um gesto que eu não esperava vir dele. Eu acho que além de sério, sarcástico e irônico ele também era uma caixinha de surpresa. Vivia me surpreendendo. -Cordeirinho está tarde, vamos dormir.

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