capítulo 7

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   Ele foi para um canto do quarto e começou a se despir. Ele tirou sua camisa revelando suas costas  que estavam cobertas por algumas cicatrizes.

  Eu virei meu rosto para o canto, onde não pudesse vê-lo se despir. Depois de ter trocado de roupa ele vem até mim vestindo apenas uma calça de cetim cinza. Eu me encolho mais ainda no colchão ao ver ele se aproximar, ele agarra meu pé e me puxa para si me aproximando dele.

- P-por f-f-favor

- Shhh... Ta tudo bem, não vou fazer nada, por enquanto.- Estranhamente ele fala com uma voz aveludada e atraente, isso diminui um pouco o meu medo. Ele se parece mais calmo, mas não posso continuar com estes pensamentos, pode ser apenas uma armadilha.

(O que ele vai fazer comigo? Esta é a minha deixa para poder mata-lo! )

   Ele se deita na cama ao meu lado e me puxa para si, ele era quente e perto dele eu queimava. O único som que era possível de se ouvir era a sua respiração calma, os meus soluços de medo e choro e a coruja que cantava no meio da noite.

  Ele de repente começou a acariciar os meus cabelos cabelos cacheados, passando lentamente os dedos por meus cachos dourados, cantando uma canção de ninar com sua voz rouca, sua canção enviava arrepios pela minha pele, o jeito que ele passa as mãos pelos meus cachos era doce e aconchegante, mas mesmo assim eu não parava de tremer.

(Não posso me dar ao luxo de descansar nos braços de um demônio, eu preciso mata-lo)

****

   Em momento algum eu consegui pregar meus olhos, mas ao contrário de mim, ele roncava,. Seu ronco era baixo e ele parecia um anjo dormindo preso na teia de seus sonhos. Ele estava abraçado a mim, seus braços me rodeavam com um pouco de força, me deixando colada ao seu corpo, sentia seu calor e seus músculos me prensando, tal aconchego fazia meus olhos querer se render ao sono e dar um descanso a minha mente, mas mesmo assim eu sentia medo.

 (NÃO POSSO DESCANSAR! EU TENHO QUE SER FORTE, VOU FAZER ISSO PELA MINHA AVÓ, PELA MINHA MÃE E PELO MEU PAI! )
   Meus pensamentos gritavam dentro de mim, me deixando sufocada pelo pânico que eles me traziam.

 (não posso confiar nestes pensamentos eu preciso ir com calma, um passo errado e posso acabar em uma cova)

    Um tempo se passou e ele parecia cada vez mais preso em seu sonho.
E é assim que eu percebi que esse era o momento perfeito para mata-lo.

   Eu comecei a me distanciar-se com cautela do Homem-lobo.

   Seus braços começaram a afrouxar seu aperto.

    Finalmente consegui me desvencilhar dele. Estava fora da cama. Puxei a adaga que pertence a minha família,que estava escondida em meu bolso e quando estou prestes a esfaqueia-lo ouço um rosnado. O lobo acordou. Com uma tremenda velocidade e força bruta, sou jogada para a parede e caio com certa brutalidade no chão.

   A adaga cai de minhas mãos.

  Se antes eu já estava em perigo, agora estou morta.

- OQUE VOCÊ PENSA QUE ESTA FAZENDO?!- ele gritou feroz tomando sua forma demoníaca e animal

   Sentia a dor percorrer pelas minhas costas. As lágrimas não paravam de descer. Meu pulmão procurava por ar, meu rosto estava encostado no chão frio e meu corpo estava dolorido.

  De repente estou sendo levantada e me encontro escorada na parede sentindo as mãos do homem ao redor de meu pescoço. Lábios macios se encontram em meu pescoço e dentes pontiagudos se encontram a minha carne. Tudo havia acontecido muito rápido.

   Um grito agudo escapa de minha garganta.
   Vejo as peludas orelhas do lobo se contraírem e sua calda  se colocar entre suas pernas instantaneamente.

   Depois de alguns segundos ele já não está mais me mordendo, mas eu ainda consigo sentir a respiração densa e pesada em meu pescoço sobre minha ferida.

- Não sei porque esta gritando! Eu fiz uma gentileza em ter apenas mordido você, eu nem arranquei sua carne! O que te levou a pensar que tu poderias me matar? Ei? Responde-me!

- E-eu pensei que pod-deria mata-lo.. Por que você m-matou minha avó...- Falei entre soluços e lágrimas abraçada pela dor que meu corpo e minha alma sentia.

- Hum..você ainda é muito ingênua.-Ele disse com a voz cheia de indiferença

- C-como assim?!

-não importa,volte a dormir!-Falou o lobo com sua voz grossa me deixando arrepiada de medo. Assim como ele disse me levantei tremendo e deitei na cama ainda desacreditada com os ocorridos desta noite. O lobo pegou a adaga e a transformou em uma bolinha de aço com a força de suas mãos,enquanto em olhava de forma ameaçadora e se juntou a mim na cama me abraçando como antes. Cansada fecho meus olhos,pois eles já estavam pesados de tanto chorar.

(Oque eu fiz pra merecer isso? )

   Repentinamente sinto algo molhado e áspero passar pelo meu pescoço, era a língua do lobo. Instantaneamente tento escapar do mesmo, mas ele me segura com força, me prendendo a ele.

- Não se mexa, estou apenas tirando o sangue, se você ficar se mexendo posso te morder por instinto e te machucar muito mais.- Disse ele com a voz aveludada e um pouco mais calma.

(Meu Deus,por que?! Por que eu?!Ele ficou magoado por que tentei mata-lo? Não posso sentir compaixão! Eu vou me vingar de  minha avó, mas algo claramente está acontecendo, ele parece machucado. .. Tenho que dar um jeito de descobrir isso.. )

  Com a sua ordem eu fico parada. Depois de alguns segundos ele me abraça me envolvendo ainda mais em seus braços, era um alívio saber que ele tinha parado de me lamber, é um tanto nojento.

- Se você tentar algo de novo.. Não terei piedade!
Disse com um pequeno rosnado no final de sua frase indicando mais uma ameaça.

Floresta AdentroWhere stories live. Discover now