capítulo 2

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   Cansada de pensar me deito em minha cama. Fecho meus olhos, não tem o por que de ficar acordada. Todo mundo sabe que dormir é perfeito,principalmente, quando você apenas quer viver um sonho.

   Amanhã é o dia que minha mãe voltará para casa,faz um tempo que não a vejo,eu sinto sua falta.

   ******
 
   De manhã ouso o galo cantar e me desperto lentamente, me viro de lado para ver o relógio em cima de meu bidê. Era 6:00 da manhã

  (Eu vou matar esse galo)
  Pensei.

   Me alevanto de cima de meu leito e vou em direção ao guarda-roupa em busca de algo que eu possa vestir. Coloco meu vestido preto com a saia longa que cai até os pés, ele fica um pouco colado em meu corpo realçando minha cintura. Em seguida coloco a capa vermelha por cima de meus ombros que arrasta pelo chão e vou para a cozinha preparar o café para mim e para minha mãe que esta para chegar.

   Faço o café. Preparo as torradas e ouço o relinchar dos cavalos da carruagem de minha mãe,indicando que ela finalmente chegou.

   Vou para porta para poder recebê-la.

-Oi mãe,como esta?

-Oi querida.- Ela vem até mim segurando suas malas em mãos

-ah,deixe-me ajudar com isto. -Em seguida pego as malas de sua mão e vou escadas acimas em direção a seu quarto para deixar elas lá. Volto para o lugar onde se encontra a minha mãe,após largar as malas em seu quarto.

-Muito obrigada querida.

-De nada,fiz café da manhã

- Querida,não precisava

-claro que sim. A senhora me parece cansada,esta bem?

-claro,apenas noites mal dormidas

-por que não descansa um pouco?

-Claro!mas antes disso vou apreciar o delicioso café da manhã.- Ela veio até mim e selou um beijo em minha bochecha. Em seguida foi em direção a cozinha para tomar o seu café.

    Após ter comido o café da manhã,arrumei a cozinha e fui dar uma volta pelo vilarejo. Enquanto isso,minha mãe estava em seu quarto à descansar sobre seu leito.

   Já era 7:30 da manhã. O céu já estava claro, pássaros voavam e cantavam por todo lado. Algumas pessoas já estavam acordadas,como a dona Dellina que estava cuidando de suas rosas com sua cadelinha chamada Delly. Quando eu era pequena eu sempre ia na casa dela para brincar com a Delly,ela corria atrás de mim e eu corria atrás dela. Anos de infância.

-Bom dia,dona Dellina.

-Bom dia,Estrelinha- Ela disse enquanto regava suas rosas vermelhas e rosadas.

   Quando eu era pequena ela me apelidou de "Estrelinha" por que eu havia feito uma peça na escola onde eu era a estrela de Belém, eu havia ficado emburrada o teatro inteiro e o apelido pegou

  Continuo a passear pelo vilarejo. Até que eu me encontro dentro da biblioteca do seu Alfred. Um senhor de idade que trabalha na biblioteca.

-Bom dia,senhorita Clara. Oque deseja hoje?

-Olá,bom dia,senhor Alfred! o senhor teria um livro de mistérios e aventuras para me apresentar?

-Infelizmente não querida,você ja leu todos de mistério e aventura que havia por aqui,lamento.

-Ah, ok, muito obrigado. Então será que o senhor teria um novo livro de poemas?fiquei sabendo que chegaram uns novos

-Sim. Por aqui,me siga!

   Assim pediu para que eu o seguisse. Eu amava a biblioteca. Ela era grande, mas não muito. Ela continha um ar antigo,era aconchegante. Eu sempre ia lá,era minha rota de fuga. Ela era de madeira escura,e suas estantes também. O piso era de um tom de madeira mais claro e ali havia algumas velas para iluminar o lugar.

-Aqui está!- Diz ele estendendo o livro para mim

-Muito obrigado senhor Alfred.- Digo com um pequeno sorriso em meus lábios.

  Após isso, me direciono para fora da biblioteca e vou para a fonte que fica no centro do vilarejo, me sento em um banco que havia ali perto. La estava Wesley,sentado na beirada da fonte,onde a água escorria sem parar da flecha de uma estátua de anjo,contando mais uma de suas falsas histórias. O caçador do qual o meu pai queria que eu me casasse. Ele era bonito, era o galã do vilarejo, com seus cabelos negros e olhos azuis,as meninas babavam nele, exceto eu.

  Ele estava rodeado pelas damas e ele veio até mim ignorando todas elas.

-Olá minha nobre donzela, como estás hoje?

  Chegou me perguntando com uma rosa vermelha estendida para mim. A rosa era linda, adorava flores,mas um girassol é muito melhor. Pego a rosa em minha mão com um sorriso. Eu podia não gostar de Wesley, mas a rosa não tinha nada haver com aquilo e sua beleza era admirável.

-Minha dama, fique comigo, eu te farei a dama mais feliz deste mundo, pense nos nossos futuros filhos.

  Ele vinha me perturbando com isso a um tempo, desde que meu pai disse que queria que eu me casa-se com um caçador. Ele dizia: "temos que ter um guerreiro na família, alguém forte e corajoso como Wesley. Precisamos prosseguir com o legado de caçadores! "

  Fiquei aterrorizada com aquilo. Futuros filhos? Como assim? Não vejo o futuro, mas tenho certeza de que ele jamais será o pai de meus filhos. Apenas mantenho um pequeno sorriso forçado. Depois dele ter dito aquilo, podia sentir as meninas me fitando com seus olhos cheios de ódio e inveja.

Sem ter dito uma única palavra apenas me levanto e vou para casa. Subo as escadas, seguindo direção para o meu quarto. Coloco a rosa em um vaso cheio de água com outras rosas, me sento na cama e começo a ler os encantadores poemas.

Floresta AdentroWhere stories live. Discover now