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Dois anos depois.

KITANA TENÓRIO

Enruguei a minha testa e mordi a lateral da minha bochecha, sentindo a diferença de temperatura entre Paris e Barcelona no meu corpo, já que Barcelona era quente e Paris era justamente o contrário disso. Henri estava no meu colo enquanto dormia com uma chupeta presa em sua boca. O meu filho era lindo, mas era extremamente agitado... Com os pais que ele tem também, ele ser calmo seria impossível.

Nós estávamos saindo do aeroporto internacional de Barcelona e eu já conseguia sentir-me em casa.

Lar doce lar.

Barcelona era o meu lugar.

Noémie estava ao meu lado enquanto fazia uma ligação importante. Ela parou de falar com o Ferran após notícias de que ele estava saindo com uma mulher, também francesa. A minha prima sempre gostou de ser exclusiva, então em um dia repentino bloqueou-o em tudo. Isso foi há um ano.

Eu não sabia como o Pedro estava. Nós só conversávamos sobre o Henri e dias que o nosso filho fosse à Espanha, geralmente nas férias. Entretanto, não fazia muita diferença. O importante é que o nosso filho esteja bem.

— Devemos ir à uma boate, assim como nos velhos tempos, e pegar algum gostoso. — Noémie incentivou. Eu fiz uma careta e encarei a minha prima.

— Sou mãe agora, não sei se a sua ficha caiu. — eu olhei para o meu filho que estava com a cabeça deitada no meu ombro. A minha prima resmungou e revirou os olhos.

— Você está em Barcelona, bebê. O que mais tem aqui é gente conhecida. — a morena respondeu. Eu fiz um bico.

— Não quero perturbar ninguém. O papel de mãe é meu, então eu devo cuidar do Henri... Ou o Pedro, mas eu não quero incomoda-lo também. — eu disse. Noémie resmungou e revirou os olhos.

— As mães também têm momentos de diversão sem os filhos, gata. — a minha prima disse como se fosse óbvio. Ela estalou os dedos na frente do meu rosto e eu fingi que ia mordê-los. — Eca... Enfim, deixa o pequeno Henri com o pai dele e vamos.

— Eu não vou deixar o meu filho com o pai dele só para eu ir à uma balada, né... — eu disse como se fosse a maior atrocidade do mundo. — Tipo, balada...

— Ih, você está deixando a sociedade corroer o seu cérebro com isso? Mesmo ele sendo o seu filho, você só tem vinte e três anos, Tana... Você ainda tem que curtir muita coisa. — Noémie tentou fazer a minha mente. Eu revirei os olhos e ignorei ela. Alguém quer a minha prima? Eu doo. — Por favor...

— Vou pensar. — eu menti. Não iria.

— Eba! Pensa com carinho, tá? — a morena pediu. Eu assenti e alinhei os meus lábios. Pedi para ela pegar o meu celular na minha mochila, que estava nas minhas costas, e ela fez. Peguei o aparelho com cuidado para não acordar o Henri e procurei por um contato específico. Demorou uns três toques no máximo e a voz feminina soou por trás da linha telefônica.

Minha pirralha! — Mileena me cumprimentou por trás da linha com uma voz ofegante. Eu enruguei a minha testa. — Estou ocupada no momento. É algo de muito importante?

Ouvi a cama bater na parede e a mola fazer um barulho estridente.

— É. Eu, Henri e Noémie estamos no aeroporto de Barcelona te esperando e até agora você não chegou. — eu disse. Ouvi a minha irmã mais velha acertar um tapa no seu mais novo namorado misterioso e reclamar com ele. Um resmungo masculino e conhecido soou, mas eu não lembrava de quem era.

kitana², pedri gonzález. Where stories live. Discover now