11.

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PEDRI GONZÁLEZ

Brinquei com o guardanapo em cima da mesa enquanto ouvia a Skarlet falar no meu ouvido. Eu estava cansado para caralho e ela não parava de falar, o que estava me estressando. Ela não conseguia enxergar que eu não queria conversar no momento?

Eu só queria que tudo voltasse ao normal.

— Você ama ela? — Skarlet perguntou de repente. Eu enruguei a testa e encarei a mulher, confuso. Amar quem? Engoli em seco e encarei ela. Percebi que seus olhos estavam lacrimejando e arregalei os meus.

— Por que você está chorando, Skarlet? — eu perguntei desesperado. A morena balançou a cabeça em negação e soltou um suspiro.

— Eu só quero que você seja sincero. — a morena reforçou. Ela estava falando sobre a Kitana. Eu encarei a Tenório ou Bittencourt, sem dizer nada. Um arquejo saiu dos lábios dela. — Ah.

— Você deveria saber disso. — eu respondi. Movimentei os meus ombros para cima e para baixo, como se disse de forma silenciosa que estava óbvio por todo esse tempo. — Nunca escondi os meus sentimentos pela Kitana.

— Você pelo menos, alguma vez, chegou a me amar só um pouquinho? — Skarlet perguntou. Ela soltou uma risada nasal, indignada e curta. Respirei fundo e soltei um suspiro.

— Nunca te amei, pelo menos não de verdade. — eu respondi. — Eu achei que eu poderia colocar alguém no lugar da Kitana, mas eu descobri com o tempo que não. Eu gosto de você, Skarlet. Eu acredito que você tenha um bom coração por trás desse escudo, mas...

— Eu sei, mas você me traiu e mentiu. — a mulher me interrompeu. Ela engoliu em seco e eu cocei a minha mandíbula, nervoso.

— Tudo bem... Nós podemos conversar sem você me... — eu fui interrompido novamente. Cerrei a minha mandíbula, me segurando para não xinga-la. Eu odiava ser interrompido.

— Você fez com que eu acreditasse que você me amava, como se nós realmente combinássemos. Você fez com que eu me sentisse a única por tanto tempo até ela aparecer novamente. — Skarlet estreitou a cabeça e disse aparentemente com nojo disso. Eu cocei os meus olhos e deixei ela falar. — Eu fiz tudo por nós dois, Pedro. Eu aceitei as suas falhas, eu abri o meu coração para você e no final, você simplesmente me usou para tampar o buraco que uma mulher que nem te quer mais deixou.

Quer sim.

Ou não? Kitana mudou, ela não me usaria mais, não é?

— Eu sinto muito, Skarlet. — eu disse. A mulher alinhou os lábios e abaixou a cabeça, assentindo e fungando. — Você merece alguém melhor do que eu... O problema não é você, sou eu, entende?

A frase mais clichê de manipulação que nós, homens, usamos.

— Concordo. — ela respondeu. A mulher bufou e mexeu no cabelo, enrolando-o no dedo indicador. Meu coração acelerou de forma ansiosa para saber se ela terminaria comigo. Eu esperava que sim. — O problema é você. Você não dá valor as coisas que eu faço por você e olha que eu faço muitas. Você me traiu, me humilhou e ainda fez com que eu pensasse que o erro fosse meu.

— Não era minha intenção fazer isso. — eu respondi fingindo estar cabisbaixo. Um brilho diferente apareceu nos olhos da morena e ela me encarou fixamente.

— Você se arrepende? — Skarlet perguntou. Eu assenti meio contrariado e deixei que ela percebesse isso. A mulher ergueu uma de suas sobrancelhas e semicerrou os olhos na minha direção.

— Sim. — eu respondi. — Mas acho que isso que nós temos não deve ir para frente. Você é uma garota incrível e não merece alguém como eu na sua vida, que te machuca. Eu não quero ter este fardo de ser o homem que te entristece, porque eu não vou mudar, Skarlet. Entretanto, eu quero ser presente na vida do nosso filho ou filha.

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