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KITANA TENÓRIO

Não sei o que deu na minha cabeça quando eu beijei o pai do meu filho na semana passada e nem o que deu na cabeça dele quando ele mandou uma garrafa de vinho francês para a minha casa. O pior de tudo é que quem recebeu foi a Joanna, não eu.

Bom, hoje seria o meu dia de folga e eu não poderia estar mais feliz por isso. Eu sei que preciso dar atenção ao meu filho, mas eu estou esgotada. Henri não tinha culpa da minha rigorosa carga horária no trabalho, então eu passaria algumas horas com ele e por fim, pediria para o Fernando buscar ele aqui e entrega-lo na casa do Pedro.

Sim, eu tive que aceitar essa merda de pombo-correio pelo menos até o Pedro conseguir se separar da Skarlet.

Aquela puta vivia tanto no mundo de Bob, que nem percebia que fazer os sonhos dela se tornarem reais, acabava com a família dos outros. Não literalmente, já que eu e o Pedro não namoraríamos novamente de qualquer forma.

Enfim... Saí do meu trabalho às sete horas da manhã, busquei o Henri em casa, deixei ele na escola nova dele, cheguei em casa, tomei um banho e depois fui dormir, e só acordei agora, uma hora da tarde. Eu aproveitei para descansar um pouco após o plantão e agora eu iria preparar o almoço.

Hoje eu atendi um jornalista no hospital. Sim, um jornalista. Ele tentou fingir que era um paciente, mas fez tantas perguntas sobre a minha vida pessoal que eu comecei a desconfiar. Esse cara achava que eu nasci ontem.

Calcei as minhas pantufas e no mesmo momento, escutei a campainha tocar diversas vezes. Enruguei a testa e desci as escadas rapidamente, seguindo em direção à porta principal. Olhei pelo olho mágico e percebi que o Pedro estava incentivando o Henri a tocar a campainha várias vezes.

Eu soltei uma risada nasal e com um sorriso nos lábios, balancei a cabeça em negação. Quem era a criança entre os dois? Eu acho que é o Pedro.

Eu abri a porta e os dois me encararam assustados ao mesmo tempo. Não precisava nem de teste de DNA para saber se eram pai e filho mesmo. Henri comemorou e me abraçou pela perna, já que ele ainda não tinha altura o suficiente para me abraçar na cintura.

— Mamãe, eu assisti o tleino do papai hoje. — Henri contou. Eu arregalei os olhos e um sorriso surgiu nos meus lábios.

— É? E como foi? — eu perguntei. Peguei o meu bebê grande no colo e eu olhei para o Pedro, perguntando de forma silenciosa se ele queria entrar. O pai do meu filho assentiu e nos acompanhou após trancar a porta principal.

— O moço deixou mim chuta' a bola e mim fiz gol no tio Malc. — o meu filho disse. Pedro riu, provavelmente pelos erros ortográficos do nosso filho.

— Mim é indiozinho, garotão? — González perguntou em um tom de voz brincalhão. Eu acertei um tapa no braço dele e o Henri riu da cara do pai. Fomos até a cozinha e eu coloquei o Henri em cima da ilha de mármore. — Vai cozinhar, Kie?

Calma. É só um apelido.

— Vou. — eu respondi. Encarei o Pedro brevemente e ele já estava me encarando com um sorriso no canto dos lábios. — Essa mochila do homem aranha nas suas costas virou moda?

Eu perguntei para descontrair e o Pedro ergueu as sobrancelhas, provavelmente nem lembrou que a mochila do Henri estava ali.

— Virou. — Pedro respondeu bem humorado enquanto tirava a mochila. — Você aprendeu a cozinhar ou ainda troca o sal pelo açúcar?

Eu soltei uma risada sincera, fazendo com que os meus olhos fechassem brevemente e as minhas covinhas aparecessem.

— É sélio, mamãe? — Henri perguntou assustado. Eu cocei a minha mandíbula e semicerrei os meus olhos na direção do Pedro. — A vovó enxina como cozinha'.

kitana², pedri gonzález. Where stories live. Discover now