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Seis meses depois.

KITANA TENÓRIO

Henri encostou o dedo indicador na minha barriga quando a minha filha se mexeu. Eu estava com vinte e sete a trinta semanas, ou seja, no sétimo mês de gravidez. Sim, a minha mãe acertou quando disse que seria uma menina, mas eu ainda não havia decidido o nome dela. Falando na minha mãe, ela teve um Acidente Vascular Cerebral há dois meses atrás e agora não conseguia falar, então continuava internada e com diversos médicos ao seu dispor no hospital que eu trabalho.

Os meus olhos se esbugalharam um pouco quando a minha pequena chutou a minha barriga em resposta ao irmão mais velho.

— Olha, mamãe, ela chutou! — Henri disse todo animado. Eu assenti e um sorriso surgiu nos meus lábios. — Irmãzinha, eu plometo que vou cuidar de você como eu nunca cuidei de ninguém. Eu te amo muito.

Senti lágrimas quererem sair dos meus olhos e permiti-as rolarem pelo meu rosto.

— Eu vi, meu amor. — eu disse. Um sorriso orgulhoso estava nos meus lábios. No mesmo momento, Pedro abriu a porta do quarto e também sorriu ao observar a interação do nosso filho com a irmã mais nova dele, ele havia acabado de chegar do treino. O meu namorado deixou um selinho nos meus lábios e acariciou os fios de cabelo escuros do Henri, que estava atento na minha barriga para ver se a minha filha iria responder.

— Daqui a alguns anos você vai ' aqui e então a mamãe e o papai vão te pegar no colo e então eu vou blincar com você... E então, quando você tiver dois anos e eu tiver cinco, a mamãe vai filmar nós dois no colo dela. — Henri falou. Pedro foi guardar a nécessaire dele no banheiro da nossa suíte, mas voltou rapidamente e deitou ao nosso lado. — Papai, não pode deitar na cama limpa com a roupa suja de rua. Fala isso 'pa ele, irmã.

Eu sempre falo isso para ele e o meu filho aprendeu.

Rapidamente eu recebi um chute na barriga, vindo da minha filha. Foi uma resposta. Eu e o Pedro rimos.

— Tudo bem então... Se vocês dois estão mandando... — González disse bem humorado. Ele levantou da cama, foi ao closet, pegou uma roupa e por fim, foi ao banheiro. Henri voltou a conversar com a irmã dele e acariciou a minha barriga.

Hoje teríamos consulta de rotina para saber se a sementinha que está crescendo no meu ventre está bem. Eu e o Pedro estamos fazendo tudo corretamente, assim como a minha obstetra indicava para fazermos. O meu namorado estava sendo extremamente cuidadoso comigo e eu sentia que à qualquer momento eu poderia me tornar uma mãe mimada.

Pedro levava o Henri para a escola, me levava ao trabalho, me buscava no trabalho e buscava o Henri na escola quando não estava em outra cidade. Os horários batiam e ele não perdia horário de treino.

Acho que eu nunca vi ele tão zeloso comigo quanto agora, até mesmo na época que ele era dependente emocional em mim. Sim, ele está sendo mais carinhoso do que naquela época.

(...)

Pedro estava com os olhos brilhantes enquanto observava a nossa bebê pelo ultrassom. O gel que a médica passou na minha barriga me fez ter arrepios, mas eu ignorei. O meu namorado estava segurando a minha mão e deixou um beijo nas costas do membro.

— Ela é muito pequenina. — Pedro disse emocionado. Ele estava quase chorando, mas ainda assim estava com um sorriso de orelha a orelha nos lábios. — Dona, eu vou proteger a nossa filha com toda a minha vida e vou colocar o Henri para proteger ela de garotos idiotas que só querem partir o coração de menininhas ingênuas.

kitana², pedri gonzález. Where stories live. Discover now