25.

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KITANA TENÓRIO

Pedro estava fazendo birra desde o momento que chegou aqui em casa para visitar o Henri. Ele mal me respondia e eu estava quase o matando por causa da greve de silêncio, o que eu odiava que fizessem comigo. Ele estava parecendo uma criança e até o Henri percebeu.

— Papai, pol que você não beijou a mamãe quando chegou? — ouvi a voz do Henri perguntar. Eles estavam na sala, brincando de bater pênalti com um brinquedo novo que o Pedro comprou para o pequeno. — Você 'tava beijando a mamãe todo dia.

Eu vim à cozinha para fazer o nosso almoço, mas depois de ouvir o meu filho falar isso, tive que me esconder no corredor para escutar a conversa toda.

— Ah... É porque eu estava ansioso para te ver e te entregar o seu presente, filho. — Pedro inventou. Henri chutou a bola e acertou no canto superior, fazendo com que o pai dele fizesse um hi-five, orgulhoso. — Isso, filho. Daqui a pouco você pode entrar na escolhinha de futebol do Barça.

— Então vai dar um beijo na mamãe agora. Ela deve estar triste. — Henri falou bravo. Eu arregalei os meus olhos, o Pedro soltou um suspiro frustrado e assentiu. No mesmo momento, eu corri de volta à cozinha e fingi que estava preparando o molho branco do penne.

Sim, eu só sei fazer isso. Nunca me arrisquei em outras experiências gastronômicas.

Ouvi os passos dos meninos e senti um corpo alto atrás de mim, além do perfume do Pedro. Ele deixou um beijo na minha bochecha e eu virei o rosto para o outro lado, não querendo assunto. Eu hein. Ele faz birra, quase bate no meu amigo e depois quer vir todo carente? Não fode.

— Não faz isso comigo não. — González murmurou ao lado da minha orelha. Eu fechei a cara e cortei a cebola com mais força, fazendo com que a faca fizesse um barulho alto pela cozinha. O moreno apertou a minha cintura com força e deixou um beijo na minha mandíbula, e outro no meu pescoço. Por um momento eu senti as minhas pernas vacilarem.

— Henri, cadê a Ravenna? A mamãe quer ver ela, traz ela para cá. — eu inventei qualquer coisa. O pequeno nos encarou um pouco perdido, mas logo depois abriu um sorriso e saiu da cozinha, indo atrás da gata. Eu me virei e eu estava entre os braços do Pedro, que estavam apoiados na bancada. Ele me encarou com um sorriso de canto. — Não me olha não. Você fez um drama do caralho e agora quer vir pedindo beijo? Vai se foder.

— Você estava com o meu rival, Kitana. — Pedro disse como se fosse uma atrocidade. Eu ergui uma das minhas sobrancelhas e movimentei os meus ombros para cima e para baixo.

— E o que tem? Eu sou solteira. Se for pensar nessa lógica, você saiu com uma mulher casada. — eu esfreguei na cara dele. O moreno revirou os olhos e estalou a língua. Eu senti a mão dele rodear a minha cintura e aperta-la com força, mas eu tirei a mão dele dali de forma brusca.

— Ela disse que terminou há anos, minha consciência está limpa. — ele retrucou. Eu soltei uma risada nasal e desacreditada. — Você sabe que ele não presta e que faz de tudo para irritar o elenco do Barcelona... Você não deveria nem querer chegar perto dele.

— Pedro, eu falo com quem eu quiser. Trabalho é trabalho, vida pessoal é vida pessoal. O cara não está saindo comigo porque quer implicar com você... Que mania de perseguição mais sem sentido. — eu retruquei. O González soltou um suspiro, evidentemente se estressando, e aproximou o seu corpo ainda mais do meu, fazendo com que consequentemente ele se esfregasse em mim. — Você quer resolver tudo com sexo, cara, me solta.

kitana², pedri gonzález. Donde viven las historias. Descúbrelo ahora