13.

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PEDRI GONZÁLEZ

Esfreguei os meus olhos, sentindo um sono me invadir, mas mesmo assim não dormi. Eu estava na delegacia à espera de alguma atualização e a Kitana já havia sido liberada da cela. Ela estava com a cabeça deitada no meu ombro enquanto o seu pé não parava de colidir com o piso da delegacia.

— Vamos embora. Esses nojentos não resolverão nada. — Tenório disse cabisbaixa. Eu encarei-a confuso e ela levantou da cadeira de espera. Segui ela até o meu carro com uma mão em sua cintura e abri a porta do carona, quando ela entrou eu fechei e dei a volta no carro, entrando pela porta do motorista.

— O que você quer fazer, Kitana? Só eles podem nos ajudar porra. — eu esbravejei. A morena estava sem expressão facial nenhuma, mas dava para perceber que ela estava murcha. Eu dirigi até à casa da Tenório e ela encarava o trânsito como se estivesse vivendo no automático.

— Liga para a Skarlet. — Kitana ordenou. Eu encarei-a como se ela fosse louca. — Agora, Pedro! — ela gritou. Parei no sinal -que nem precisava parar a essa hora- e procurei o contato da mulher na minha lista. Quando finalmente encontrei, disquei e no primeiro toque ela atendeu, mostrando no painel multimídia do carro.

Eu fiquei em silêncio e a Kitana me incentivou a falar com a mulher somente com os olhos.

— Oi, Skarlet. — eu falei primeiro. Kitana gesticulou para eu falar com a Skarlet normalmente, como se não soubesse de nada. — Finalmente me respondeu. Como está o nosso filho ou filha?

Morto. — a mulher respondeu por trás da linha com uma voz embargada. Eu arregalei os meus olhos e no mesmo momento senti o meu coração doer, o meu filho morreu. — Eu sofri um aborto espontâneo. Andei muito nervosa por esses dias e de repente uma quantidade assustadora de sangue escorreu pelas minhas pernas. Eu fui ao hospital e descobri que o nosso filho ou filha morreu. Está satisfeito?

Senti o olhar da Kitana queimar em mim e ela apoiou a mão no meu ombro, acariciando em uma forma de consolo, mas eu tirei-a imediatamente. O meu segundo filho estava morto e a culpa foi minha, exclusivamente minha.

De repente, a Kitana se prontificou para falar. Eu não conseguia pensar em mais nada além disso, até o momento em que a Kitana lembrou que o meu primogênito foi sequestrado.

— Acho muito triste a sua perda e bom, meus pêsames, mas cadê o meu filho, sua filha da puta? — Kitana esbravejou. Eu ouvi alguém buzinar atrás de mim e voltei a mover o carro. Skarlet soltou uma risada nasal e curta fraca.

Ele está seguro. — foi a única coisa que a Skarlet respondeu.

— Eu acho bom ele estar mesmo, mas não foi isso que eu perguntei, Skarlet. — Kitana respondeu rudemente. — Onde está o meu filho?

Só falarei com o Pedro. — a modelo respondeu. Eu soltei um suspiro frustrado e a Kitana soltou uma risada nasal, extremamente nervosa. — Henri, fala para os seus pais que está tudo bem.

— Não. Eu quelo a mamãe e o papai, não a tia que deixa mim come' chocolate. — Henri falou por trás da linha. Skarlet chiou para ele e o meu filho ameaçou chorar.

— Skarlet, eu quero o meu filho de volta. — eu pedi grosseiramente. A mulher soltou uma risada e soltou um suspiro.

Kitana, sabia que o Pedro queria tomar a guarda do Henri porque você saiu para uma boate? — a morena perguntou em um tom de voz escarnido. Eu enruguei a testa e arregalei os olhos pela mentira. Kitana me encarou desacreditada e depois me encarou como se fosse me matar. — Sim, irmãzinha, o Pedro queria tomar a guarda do Henri.

kitana², pedri gonzález. Onde histórias criam vida. Descubra agora