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KITANA TENÓRIO

Andei até a mesa da cafeteria que a Skarlet marcou e sentei na cadeira a sua frente. A morena me encarou fixamente e cerrou a mandíbula, mas logo depois um sorriso surgiu em seus lábios.

Respirei fundo porque já tratei de pacientes piores, mesmo que ela não fosse uma paciente.

— Oi, Kitana. — Skarlet me cumprimentou somente com um sorriso fechado e forçado. Eu estreitei a minha cabeça e retribui o sorriso. — É um prazer poder te ver depois de tantos anos.

O quê?

— Desculpe, eu te conheço? — eu perguntei confusa. Enruguei a minha testa e ela assentiu, jogando um envelope em cima da mesa. Intercalei os meus olhos no envelope e na mulher, ela apontou com o nariz como se mandasse eu abri-lo.

Peguei o envelope e li três testes de DNA. Os três apontavam compatibilidade. Eu engoli em seco ao observar os nomes. Kitana Marie Tenório. Mileena Jade Tenório. Skarlet Nicole Bittencourt. Nós éramos irmãs.

Mas como essa maluca conseguiu amostras do meu DNA e do DNA da Mileena? Puta que pariu. O teste foi feito há anos atrás, eu ainda morava em Barcelona. Que loucura.

— Somos irmãs, Kitana. — Skarlet reforçou o que eu tinha lido. Eu encarei ela e senti as minhas mãos tremerem. Gaguejei e balancei a cabeça em negação. Era impossível.

— É impossível, Skarlet. Você pode ter falsificado os testes. — eu respondi seriamente. A morena sorriu e balançou a cabeça em negação. — Você é filha de um cara influente. Por que...?

Eu fui interrompida por ela. Eu odiava ser interrompida enquanto eu estava falando e isso me enfureceu.

— Sou sua irmã por parte de mãe. — ela contou. Eu engoli em seco. O meu coração estava disparado e pela primeira vez na minha vida, como adulta, eu não sabia o que fazer. — Quando o seu pai descobriu que a criança não era dele, mandou a nossa mãe me abortar, mas ela não quis e preferiu me entregar para um homem qualquer.

— E por que o Pedro? — eu perguntei abismada. A morena soltou um suspiro e movimentou os ombros para cima e para baixo, abrindo um sorriso bobo.

— Ele é um homem incrível... E é bom no sexo, você deve saber. — ela respondeu. — Acredite, eu só descobri que nós éramos irmãs quando já estava com o Pedro, em dois mil e vinte e quatro.

— Os testes são de dois mil e vinte e três. — eu murmurei confusa. Enruguei a minha testa, lendo cada linha daquele exame e procurando algo irregular. Mileena surtaria tanto quanto eu.

— Não fui eu que fiz. Meu pai arrumou um jeito de colher as suas amostras de DNA e as amostras da Mileena. Acredito que por escovas que vocês deixaram no banheiro do Pedro. — Skarlet contou. Eu senti um enjoo e uma vontade de chorar absurda, já que estava com nojo dela e começando a entrar em desespero. — Conheci a Mileena por um desfile da Versace, já que ela é estilista e ela acreditou no meu papinho de boa moça. Nós éramos somente colegas de trabalho, não foi ela que nos juntou, caso você queira saber. Eu consegui fazer com que o meu pai traçasse os meus caminhos com os caminhos do Pedro, mesmo que ele não saiba. Nos encontramos em uma boate, em um dia repentino, e ele...

— Eu não quero saber, Skarlet. — eu fui rápida em respondê-la. Levantei a mãos em rendição e a  modelo direcionou um sorriso sarcástico na minha direção. — Por que está intrometendo o seu próprio sobrinho nessa merda então? Ele não tem culpa de nada!

kitana², pedri gonzález. Where stories live. Discover now