Impecável.

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Carolina
Acompanhada por Yves seguimos pelo longo corredor até alcançar a escada, ao final dela vejo o irmão de Nicklaus usando um terno completo os cabelos amarrotados lhe dando um charme com o olhar sério analisando a nos duas.
“Última chance de fugir com o irmão mais gostoso querida.”
Sua fala quebra todas as expectativas fazendo um sorriso brotar em meus lábios enquanto Yves fica completamente vermelha de vergonha.
“Dimitri!”
“A garota estava completamente tensa” respondeu em defesa
“Obrigada.” Digo alto o suficiente.
Seu olhar brilha e ele acena com a cabeça.
“Vamos antes que meu irmão venha te buscar pessoalmente.”
Ele estende a mão, espero sentir algo parecido com o que senti desde o momento em que Nicklaus fez o mesmo gesto mas nada acontece. Quando toco a pele quente, não sinto alívio na verdade parece que estou fazendo algo errado, inspiro profundamente buscando forças para ignorar essa sensação, sendo conduzida para fora da mansão pela saída dos fundos rodeada por homens armados.
Ao chegarmos na lateral uma música lenta se inicia fazendo com que os convidados se ergam, à frente um enorme arco de madeira rústica os abriga, enquanto sob um pequeno altar rodeado de flores silvestres sendo completadas pela visão do enorme lago está Nicklaus, com um smoking completamente preto e uma gravata verde. Sua postura altiva e séria como sempre mas impecavelmente lindo.
Fazendo tudo ao redor desaparecer deixando apenas a bela visão da natureza se mesclando ao homem, nenhuma das flores silvestres pode ser tão selvagem quanto o desejo em seu olhar. Suas feições marcadas como a de um Deus grego os músculos marcados pelo tecido cortado a risca.
Cada passo pelo tapete vermelho acelera meu coração, sinto a respiração mais forte sem conseguir desviar o olhar, existe apenas Nicklaus.
Antes que possa chegar ao final, ele desce do altar caminhando em passos largos para desfazer a distância ao esticar a mão rapidamente solto o braço de Dimitri e vou na direção do meu anjo devasso. Segurar na mao dele é como finalmente fazer algo certo, seu sorriso contudo e a aprovação em seus olhos me dá a segurança da qual senti falta.
Nossos passos se alinham e subimos ao altar juntos, o decorrer da cerimônia se passa tão rápido que nem ao menos noto. Fazemos nossos votos e a troca de alianças, espero receber a benção final, mas um homem desconhecido sobe assumindo o lugar do padre.
Seu olhar esverdeado odioso, uma cicatriz no supercílio e os cabelos loiros com fios já esbranquiçados.
“Hoje, estamos aqui reunidos para celebrar a união de Nicklaus Yudobrick Mikhail com Carolina Silva Ivanovna.” Ele faz uma pausa e todos batem palmas. “Diante de todos apresente a nova esposa da Bratva.”
Engulo em seco com a respiração pesada.
“Eu, Nicklaus Yudobrick Mikhail filho primogênito e Boss da Bratva apresento-lhes Carolina Silva Ivanovna como minha esposa sendo assim integrante da organização.”
“É de livre e espontânea vontade que se apresenta, Carolina?”
Puxo uma longa respiração pelo canto do olho vejo Nicklaus, limpo a garganta.
“Sim.”
“Quem se apresenta como padrinho de Carolina Ivanovna?”
“Eu”
Viro o rosto em direção a voz conhecida de Dimitri que sobe no altar, sua postura firme e o rosto sem nenhuma emoção.
“Eu, Dimitri Yudobrick Mikhail apadrinho Carolina Ivanovna Mikhail como nova integrante dessa organização.” Ele faz uma pausa. “Repita comigo.”
Aceno positivamente .
“Eu, Carolina prometo pelo meu sangue e honra que serei fiel a organização acima do próprio sangue, manterei minha lealdade mesmo que precise cortar a própria língua para não cair em tentação.” A bile sobe pela minha garganta queimando.
“Eu, Dimitri prometo por sangue e honra que a matarei com as próprias mãos caso ela traia a organização e receberei as punições escolhidas pelo conselho por trazer um traidor a nossa casa.”
Meu coração paralisa com essa declaração, o homem acena para que vire de frente para Nicklaus com os e fôssemos trocar novas alianças. Dimitri se aproxima e sinto o paralisar do pânico ao ver a lâmina afiada em sua mão passando para Nicklaus que aceita e puxa minha mão esquerda.
“Repita comigo.” Ordena.
“Despejo meu sangue como prova da minha palavra.” Inspiro fixando o olhar nele, lembrando do seu aviso mais cedo quando a dor alucinante atinge a palma da minha mão e contenho o grito mordendo o interior da bochecha.
Meus olhos queimam para derramar as lágrimas que rapidamente se formam.
“Queimo a própria carne como prova de lealdade e fidelidade.” Se imaginei ter sentido alguma dor nada se compara com o que vem em seguida.
Posso ver algo no olhar de Nicklaus, mas não sinto nenhum carinho enquanto minha carne é queimada, o odor pútrido fazendo o vômito subir enquanto busco manter os joelhos firmes e a boca fechada.
Sinto tanto medo quanto sinto dor e quando cessa, uma onda de aplausos enchem o lugar, ele segura a ponta do meu queixo e beija minha testa. Puxa-me pela cintura pelo tapete vermelho enquanto as pessoas jogam pétalas vermelhas sobre nós, vejo a tenda montada para a festa de casamento, mas não consigo falar senão irei vomitar.
Nicklaus parece saber disso pois guia me para os fundos da mansão.
“Você foi impecável.” Sua voz grave e rouca declara ao mesmo tempo que segura o meu veu e a barra do meu vestido.
Apenas contorço o corpo para frente e despejo toda a dor e o amargor no líquido nojento sentindo as batidas erradas do coração se quebrando.


(Oi amores, não esqueçam de comentar, deixar aquele voto.)

Dono do meu infernoHikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin