Capítulo cinco (parte I)

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NÃO

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NÃO. ELA NÃO OUVIRIA nada, porque se tinha alguém que precisava ouvir poucas e boas ali, esse alguém era ele.

—Não! Quem vai me escutar é você. — replicou Bonnie com sangue nos olhos e dedo apontado na direção de Enzo.

Ela precisava externalizar tudo que estava engasgado em sua garganta.  Precisava lembrá-lo do quanto o  odiava, por ele ser sádico, obsessivo, arrogante e tóxico. Ou seja, não  faltava motivos para ela rejeitá-lo. Entretanto,  todo esse ódio, não impediu que enquanto eles se encaravam uma forte névoa de tensão sexual se formasse no ar.

Foi então, que contra a sua vontade, os olhos de Bonnie passearam rapidamente pelo corpo dele, estudando-o com atenção, sem perder um só detalhe. Enzo vestia-se com uma calça de moletom preta e camisa gola-alta da mesma cor. Não era de se espantar tal combinação, tendo em vista que ele só usava a mesma cor sempre. Seu exterior sempre refletindo a aura sombria e  a mente perturbada. Mas, infelizmente, aquela criatura carrancuda era também  um dos homens mais bonitos e sensuais que já pisou na face da terra. E esse era mais um motivo para ela odia-lo.

Tá. Agora chega Bonnie. Ela advertiu a si mesma.

Bonnie piscou demoradamente, exigindo seus olhos a focarem no que interessava, e seus pensamentos a se organizarem.

Quando abriu os olhos, fitou os dele com profundidade.

— O que você disse mesmo? — indagou o homem, com expressão fria e sombria

— Isso mesmo que ouviu. Sou eu que tenho muita coisa pra te dizer. — informou Bonnie com convicção.

— Não. Quem vai falar sou eu, você  só vai me ouvir.—principiou Enzo, direto e firme, todavia Bonnie o interrompeu imediatamente.

— Não. Eu não ouvir nada. Porque é você, quem precisa ser colocado no seu devido lugar.— ela fez grande esforço para controlar a súbita crise de  choro que ameaçava dominá-la  como um avalanche. 

O coração sufocou no peito e a voz fraquejou. Bonnie engoliu em  seco.

Eles ficaram em silêncio por alguns instantes. Era como se ele dissesse: "então vá em frente." E ela foi.

Bonnie suspirou e disse:

—Eu juro que tento, me esforço ao máximo pra tentar entender que  tipo de pessoa é você,  mas não dá. Você tá sempre me surpreendo negativamente. O que me leva a te perguntar, que tipo de monstro é você?— com olhar fixo um no outro,  as feições de ambos eram sérias e rudes.

— Do que especificamente você tá falando?

— Do seu jeito... das falas passivo-agressivas. Dos crimes que comete.

— Crimes? Quais crimes? — um sorriso cínico sombreou os lábios de Enzo, fazendo a pulsação da universitária falhar brevemente.

— Não se faça de louco. Você é um criminoso. Primeiro o  atropelamento daquele pobre homem. Você passou por cima dele  propositalmente, como se ele fosse um bicho. Você quase o matou, a troco de nada.

Obsessivo (dark-romance)- Bonenzo Where stories live. Discover now