Pai

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Era a terceira vez que ele apertava a campainha, e meu coração parecia apertar-se junto com a ansiedade que me dominava

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Era a terceira vez que ele apertava a campainha, e meu coração parecia apertar-se junto com a ansiedade que me dominava. Por que ele continuava a me procurar, mesmo depois de tudo o que aconteceu? Minha mente estava repleta de perguntas sem respostas, um turbilhão de emoções conflitantes. Eu esperava que a hipnose tivesse funcionado, ele não tinha verbena em seu corpo então nada deveria ter impedido... A não ser a verbena em meu próprio corpo...

— Eu sei que você está atrás da porta. — avisou, fazendo-me recuar alguns passos com uma mistura de receio e incerteza. — Por favor, Lua, abra. — ele suplicou, sua voz estava impregnada de dor. Cada palavra dele era como uma faca que penetrava em meu coração. Preferia enfrentar qualquer outra coisa do mundo a ter que continuar o machucando.

Meus olhos permaneceram fixos na porta por alguns segundos, enquanto um vazio se formava dentro de mim, uma sensação de sufocamento. Eu precisava dizer algo, encontrar uma forma de explicar, mas as palavras pareciam fugir de mim, perdidas em um mar de sentimentos turbulentos.

— Vai embora, Jake. Eu te pedi para não me procurar. — minha voz saiu, fraca, enquanto sentia um nó apertando minha garganta. As lágrimas ameaçavam cair dos meus olhos, refletindo a dor que se espalhava por todo o meu ser. Ele não merecia passar por isso, mas no final, seria por um bom motivo. Eu precisava me lembrar disso, era um bom motivo. Não podia permitir que minha fraqueza o atingisse, que ele visse o quanto isso me afetava.

Não podia permitir que ele entrasse, que nossa dor se intensificasse ainda mais.

— Por que você está fazendo isso? A gente estava tão feliz antes. — a voz dele soou trêmula, carregada de emoções que pareciam à beira de transbordar.

— Era apenas uma ilusão... — minhas palavras contradiziam o que ele sentia, soavam quase como uma confissão de fracasso, e minha voz estava embargada, tentando conter o choro. Ele ficou em silêncio por um momento, e eu me perguntei se a verdade estava estampada em seu rosto.

O som de chaves girando na fechadura interrompeu o silêncio, preenchendo o ar com um ruído quase ensurdecedor. Minhas mãos tremeram, enquanto enxugava apressadamente meu rosto, tentando esconder a profunda tristeza que ameaçava transbordar. Eu não tinha certeza se poderia enfrentar o olhar dele agora.

A porta se abriu, revelando-o diante de mim. Ele estava ali, tão próximo, e senti meu coração se apertar ainda mais ao olhá-lo. Ele não estava bem, eu podia ver isso em seus olhos, mas também parecia irritado pelo que eu tinha dito.

— Como pode dizer que tudo o que vivemos foi uma ilusão? Durante todo esse tempo, eu te dei todo o meu amor, só você existia para mim. Isso nunca foi ilusão. — sentia o desespero em sua fala, seus passos determinados em minha direção enquanto eu involuntariamente dava passos para trás, como se o mero toque dele pudesse inflamar minhas feridas.

— Eu sei que você foi verdadeiro em todos os nossos momentos, mas eu não fui. Te fiz acreditar em algo que jamais existiu e realmente peço desculpa por isso, Jake.

☼𝐀 𝐒𝐖𝐀𝐍☼↝ᴶᵃᶜᵒᵇ ᴮˡᵃᶜᵏOnde as histórias ganham vida. Descobre agora