Conversa

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Vou até à mesa que a Bella estava sentada, ela parece desanimada e incomodada com o que Jéssica havia dito, do mesmo jeito que eu previ

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Vou até à mesa que a Bella estava sentada, ela parece desanimada e incomodada com o que Jéssica havia dito, do mesmo jeito que eu previ.

Aproveito que ela e os seus amigos não me viram, já que eles estavam mais interessados nas conversas entre eles e bato com as palmas das minhas mãos em cima da mesa. O alto barulho fez com que todos se assustassem e me olhassem feio. Escuto os Cullen rindo na mesa deles.

— O que foi, Bells? Pensou que iria se livrar tão facilmente assim de mim? — pergunto, sorrindo.

— Não, mas pensei que você iria pelo menos sentar no refeitório comigo, sua bocó. A gente não se ver já faz dois anos. — Ela estava certa, então me sento ao seu lado lhe oferecendo um sorriso despreocupado.

— Que não seja por isso. Eu sento na mesa com você, chiclete. — ela revirou os olhos pelo apelido — Não gostou? É meu apelido carinhoso.

— Claro! — debocha — O que você estava falando com os Cullen? — Nesse momento senti todos da mesa prestarem atenção em nossa conversa, na cara dura.

— Nada de mais, sobre carro, moda e beisebol. Acho que eles viraram meus amigos. São legais. — digo sem muito interesse em falar sobre os vampiros pálidos.

— Eles são esquisitos, você é a primeira pessoa com quem eles conversam. — Jéssica diz acusativa me fazendo perder a paciência pelo comentário indesejado.

A voz dela sempre soava encharcada de inveja, como se não conseguisse disfarçar tanta amargura e uma parte, que por acaso era grande, vazasse pela sua voz. Eu poderia ficar com raiva dela, criar uma antipatia, mas só sentia pena da garota. Porém, isso não me impediria de colocá-la em seu lugar com a educação necessária.

— Primeiro, eu estava falando com a minha irmã e não com você. Segundo, não pode chamar eles de esquisitos se, como você mesma disse, nem ao menos falou com eles. Só porque eles não se misturam com seus amigos, não quer dizer que eles não sejam super gentis, educados e amigáveis. — ela virou o seu rosto e trocou de assunto, tentando chamar a atenção do Mike Newton.

Escuto a sirene alertando o fim do intervalo e suspiro entediada olhando para minha irmã.

— Qual a sua aula agora? — perguntei para menina de cabelos castanhos acobreados.

— Educação Cívica, com o professor Jefferson, no prédio seis.

— A minha é Literatura, com o professor Mason, no prédio três.

— É a minha também! — Angela disse em minha direção, com um sorriso sincero — Podemos ir juntas — propõe e eu aceno em concordância, dando uma chance para a garota asiática.

Saímos da cafeteira e fomos indo pros prédios que teriam as nossas aulas, Angela conversava amigavelmente comigo, ela era um amor de pessoa. O caminho que deveria ser, no mínimo, desconfortável, ficou mais fácil com ela puxando assunto.

Quando chegamos na sala, a garota se despediu com um sorriso e foi se sentar em seu lugar de costume. Percebo todos olharem e cochicharem sobre mim quando paro em frente ao professor, ficando visível para todos que já estavam sentados. A audição aguçada é a característica dos vampiros que demorei mais para me acostumar.

O professor Mason, um homem alto e calvo, me olha arqueando as sobrancelhas. Ele me deu uma lista de leitura, na qual já tinha lido todos: Brontë, Shakespeare, Chaucer, Faulkner. Provavelmente irei pegar os trabalhos velhos e reescrever para entregar, já garantia um 10 fácil.

Ele mandou eu me sentar na única cadeira disponível, era ao lado da Alice Cullen. Ela era bem divertida, parecia mais uma fadinha saltitante, tenho certeza que todos descreveria ela desse jeito. Nós conversamos um pouco sobre como está sendo Forks para mim e porque eu me mudei, mas, infelizmente, o professor começou a aula e tivemos que prestar atenção.

O resto do dia ficou sem grandes emoções, todas as aulas tinham terminados e eu já estava no estacionamento esperando pela minha irmã. Quando chegamos a nossa casa, eu tive que fazer a janta, então preparei arroz, bife acebolado e salada; uma comida estilo brasileiro que conheci em um restaurante antes de me tornar vampira

— Não vai comer, Liza? — papai perguntou enquanto eles estavam se servindo, estávamos sentados a mesa arrumada.

— Claro — sabia que a minha espécie podia comer comida humana, mas eu estava tão desacostumada que já não sentia tanta vontade, por esse motivo, peguei só a salada, não me interessando muito na escolha.

— Você não envenenou o resto da comida, não é? — Bella perguntou com um sorriso brincalhão e eu revirei os olhos rindo.

— Estou em uma dieta mais saudável, acho que vocês deveriam tentar.

(Nota da autora: Gente, informando uma coisinha aqui: Se vocês quiserem fazer uma dieta alimentar saudável, por favor, não vão dar uma de Liza e comer só folhas. Geralmente dietas saudáveis não são restritivas, na verdade é aconselhado por nutricionista a comer de tudo, mas claro, sem exageros.)

— Acho legal isso, filha, mas você quase não comeu nada o dia todo. — franzi as sobrancelhas, como ele sabe disso? Bella me contou... — ele responde entendendo a minha pergunta pelo olhar, revirei os olhos pela explicação.

— Eu comi, sim, na secretaria de manhã tinha biscoito e café, no intervalo eu comi a comida da Rosalie e agora estou comendo salada, não tenho culpa se a Bella não ver. — minto, ficando irritada com a garota.

Ótimo, agora eu precisaria comer, quando estava em Nova Orleans não me importava com isso, já estava acostumada a me alimentar só de sangue.

Após minha explicação, ficou um clima tenso na mesa, ninguém tinha nada para falar, por isso, quando acabei de comer a salada, fui para o meu quarto em silêncio.

Estando aqui, com a minha família, entendia que vai ser mais difícil do que eu pensava quando estava longe deles. Não queria que eles desconfiassem de alguma coisa, então teria que voltar a me alimentar humanamente, mas eu sabia que voltar a comer seria o menor desafio que vou ter daqui para frente, então seria idiota reclamar de algo tão simples.

Eu queria contar para eles a verdade, mas não sei como os dois iriam reagir com o meu novo "estilo de vida".

É tudo uma grande merda! Se pudesse, nunca teria ido ver os meus amigos naquele dia.

Queria que eu nunca tivesse ido para Nova Orleans.

Queria que eu nunca tivesse saído de Forks.

☼𝐀 𝐒𝐖𝐀𝐍☼↝ᴶᵃᶜᵒᵇ ᴮˡᵃᶜᵏOnde as histórias ganham vida. Descobre agora