☼𝐀 𝐒𝐖𝐀𝐍☼↝ᴶᵃᶜᵒᵇ ᴮˡᵃᶜᵏ

Agonia

— É, faz bastante sentido. E no seu grimório está dizendo a relação deles com a minha espécie? Ou eles só tem inimizades com os frios? — pergunto, algo que eu pensava há bastante tempo.

— Não tem nada sobre. Pelo que eu estudei, eles nunca perceberam que tiveram contato com outros seres sobrenaturais, mas sei que eles não possuem veneno, então você pode ficar tranquila que eles não podem te matar acidentalmente. — disse, fazendo graça, mas eu não tinha vontade de rir ou sorrir hoje.

— Ufa, ainda bem. — digo, tentando soar bem-humorada, mas até que estava aliviada por esse fato, mesmo que não importasse mais, já que daqui um mês e meio eu iria embora.

— Eu vou enviar um novo colar com todos os feitiços de proteção que eu conheço, você vai ficar bem protegida dos caçadores, da verbena e das bruxas. Provavelmente vai demorar alguns dias até que eu consiga colocar tudo, mais a demora dos correios… duas semanas, mais ou menos.

— Tudo bem, vou tomar mais cuidado enquanto isso. — concordo — E sobre a nossa família ter bruxaria? Tipo: como assim? A Bella é uma bruxa? Ela já até alcançou a maioridade e nada foi despertado. — digo, e ouço ela rir do outro lado da linha.

— Nossa linhagem é diferente da maioria dos outros clãs. Sempre existe apenas duas bruxas na família. Eu e, nesse caso, era para ser você. — explica e eu arregalo os olhos, eu?

— O segundo filho ou filha do primeiro da família que tem a segunda criança. Há uma história por trás, quer saber? — perguntou e eu quase imediatamente disse sim.

— Há muitos anos atrás, na Idade Média, no auge das caçadas às bruxas na Suíça, todos da nossa linhagem nasciam com a magia, e tudo era despertado aos 18 anos. Porém, nossa família foi descoberta por uma traição da primogênita, Nadja Delyon. Ela estava apaixonada pelo filho de um caçador e mostrou sua magia para ele, contando os segredos da família após palavras e promessas de amor vindas dele. Nadja foi morta na fogueira poucas horas depois, assim como todos os outros membros da família. Restou apenas um, o segundo irmão dela, Egon Delyon, com apenas 17 anos na época. Ele foi o único que conseguiu fugir, ao entrar em uma embarcação cristã de colonização e atravessar o Oceano Atlântico. Ele veio parar diretamente na América do Norte, e aqui teve sua vida, escondendo sua magia e ensinando a língua para os nativos. Quando teve seus filhos, a perseguição ainda ocorria, e no dia do nascimento do segundo, os espíritos ancestrais avisaram a ele que somente o seu segundo filho despertaria a magia aos 16 anos. E assim foi até essa geração, todas as vezes, apenas o segundo filho é um bruxo ou bruxa. E apenas dois são permitidos pelos ancestrais, um para ensinar e outro para aprender. Com o passar dos anos, nossa família mudou de nome e se adequou nessa cidadezinha pacata de Forks, onde a energia da natureza se parece com o lugar de nossa origem. — contou, e eu fiquei surpresa com tudo o que ela disse. A intensidade da história era quase palpável, sentia algo dentro de mim reverberar com o poder que suas palavras pareciam ter.

— Então eu seria um ser sobrenatural de qualquer jeito. — constato, ainda surpresa demais com a história da nossa família.

— Sim, seria ótimo. Eu pretendia ensinar muitas coisas. Porém, como foi transformada, os ancestrais proibiram que você acessasse sua magia e agora nossa linhagem depende dos herdeiros da sua irmã. — disse, me deixando incomodada. Seria muito melhor ser uma bruxa do que vampira. — Porém, a magia ainda está em você, sua personalidade, suas ações e sentimentos, tudo demonstra que você seria incrível e forte. É realmente uma pena.

— É, uma pena... E a senhora? Por que foi para New Orleans e nunca mais voltou? Papai estava dizendo que se sente mal por não te ver pessoalmente.

— Também me sinto, querida, mas não tenho tempo para viajar para Forks e, bem, essa cidade me traz lembranças que eu preferia deixar lá no fundo do meu inconsciente. — explica, eu não podia julgá-la, pois já estava me sentindo assim também. — Eu me encontrei em Nova Orleans e tenho tantas coisas para fazer, falando como psiquiatra e bruxa.