— Liz, pelo amor dos ancestrais, saia imediatamente daí. Não entre nesta chácara! Volte! — Ela diz rapidamente, parecendo nervosa. 

Não entendo a ordem repentina e urgente, já que minha mente se enche de perguntas e minha mão já estava girando a maçaneta da porta. Como ela sabe que eu vim para uma chácara? Ancestrais? Voltar? O que está acontecendo?

— O quê? Por quê? — consigo perguntar, parando de me mover enquanto um arrepio percorre minha espinha.

— Caçador! Descobriram você, precisa encontrar um lugar seguro. — No meio da frase dela, solto meu celular no chão quando sinto alguém atrás de mim, me viro rapidamente assustada, mas ainda sim sinto uma sensação semelhante a uma agulha penetrando em meu pescoço, liberando um líquido quente que queima minha pele. Uma dor excruciante me deixa instantaneamente fraca, minha visão escurece e perco a consciência. No entanto, o medo do que ela disse permanece impregnado em meu corpo.

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Meu corpo inteiro estava tomado por uma dor lancinante, uma sensação de peso e exaustão que me impedia até mesmo de abrir os olhos. Minha cabeça girava com uma intensidade lenta e enjoativa, enquanto uma pressão dolorosa se estabelecia em meus ouvidos enquanto sentia minha garganta queimar em sede.

O medo se enraizava dentro de mim, ecoando nitidamente mesmo diante da incoerência de que eu enfrentava.

— Eu sei que você está acordada, monstrinha. — uma voz masculina ecoou, reconhecível, mas minha exaustão não permitia identificar seu dono. — Já que você não quer cooperar, teremos que fazer do meu jeito. — Disse novamente, em um tom escarnecedor.

Abro os olhos com força, meu grito reverberando pela minha garganta quando minha pele começou a queimar. Tentei me mover, fugir, mas estava aprisionada em uma cadeira de aço, que também ajudava a me queimar, de algum modo.

— PARE! ESTÁ QUEIMANDO! — Gritei, ordenei. Minha pele parecia borbulhar, como se estivesse derretendo.

Tentei recuperar o fôlego, estremecendo, quando o fogo finalmente se extinguiu, restando apenas a dor das queimaduras.

— Ah... Seu rosto assustado quase me faz sentir pena. — ele riu, fazendo-me erguer o olhar e reconhecê-lo como Michael Davis, o professor de língua inglesa. — Mas então me lembro que monstros como você merecem muito mais do que essa dor — afirmou, arrastando a cortina novamente.

Os raios solares voltaram a banhar meu corpo, e o grito de dor escapou de meus lábios, mesmo eu tentando contê-lo. Ele havia retirado o anel do meu dedo.

— O que você quer de mim? — Consegui perguntar, rosnando, enquanto ele fechava a cortina mais uma vez, meus olhos já marejados pela dor cruciante que me dominava.

— Ah, não. Quem faz as perguntas aqui sou eu, e se você colaborar, tudo acabará mais rápido para você. Sou um homem de palavra — garantiu, estendendo a mão direita. Um sorriso psicótico enfeitava seus lábios, algo verdadeiramente aterrorizante.

Ao perceber que eu não tinha intenção de falar mais nada, ele prosseguiu, afastando-se da cortina e caminhando em minha direção, convencido e confiante.

Ele se aproximava lentamente, observando-me com um sorriso cruel nos lábios. Eu estava fraca, presa em uma cadeira, com os movimentos limitados. A dor aguda percorria cada célula enquanto eu tentava formar um plano de fuga. Pelo menos ainda estava na minha chácara, o que provavelmente facilitaria. Porém, ele estava preparado; eu podia sentir o cheiro da verbena impregnando o ambiente. Além disso, hoje é um daqueles dias raros em que o sol brilhava intensamente lá fora. Ele também havia trazido uma cadeira de aço reforçado que parecia conter verbena dentro dela e poucas pessoas conheciam o endereço deste lugar.

☼𝐀 𝐒𝐖𝐀𝐍☼↝ᴶᵃᶜᵒᵇ ᴮˡᵃᶜᵏWhere stories live. Discover now