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14 de Novembro de 2022

Apesar de o campeonato do mundo no Qatar só começar daqui a seis dias, hoje é o dia em que vou ter de me despedir do Diogo. Tal como eu sabia que aconteceria, ele integra a lista dos convocados para o Mundial e, como tal, irá partir amanhã cedo com o resto da equipa para o Qatar. Se tudo correr bem, só nos voltaremos a ver daqui a mais de um mês, o que me deixa um bocadinho angustiada, sendo sincera. Eu sei que este é o trabalho do Diogo e tenho um orgulho gigante nele, mas aperta-me o coração tê-lo longe e sei que me vai custar estar tanto tempo sem estar com ele.

Estamos juntos há quase dois meses e têm sido dois meses absolutamente maravilhosos. O Diogo é uma pessoa maravilhosa. É simpático, divertido, preocupado, carinhoso... Sinto que me completa de uma forma especial, que me compreende melhor do que ninguém e que sabe exatamente como me fazer feliz. Temos sempre arranjado, no mínimo, um dia por semana para estarmos juntos e fazermos um programa especial – desde ir ao cinema ou jantar fora ou passear a uma feira... Temos criado os nossos momentos juntos e isso tem sido mesmo especial. Sinto que cada vez nos conhecemos melhor um ao outro e eu acho mesmo que isso é a base para uma relação sólida. A cada dia que passa me sinto mais confortável e segura perto dele e, embora eu não tenha por hábito acreditar nestas coisas, às vezes, acho que tudo o que aconteceu foi para me aproximar do Diogo e permitir que pudéssemos criar a nossa história de amor.

Uma vez que amanhã de manhã o voo é bastante cedo, eu e o Diogo combinámos ir jantar hoje para nos podermos despedir. Assim, quando falta pouco mais de uma hora para a hora combinada com o Diogo, vou tomar um duche e arranjar-me. Como os dias e as noites têm estado cada vez mais frias, escolho algo mais quente para vestir: umas calças pretas a imitar cabedal, justas, que comprei recentemente e ainda não tinha tido oportunidade de usar, e um camisolão de malha azul forte. Depois de estar vestida, vou pentear e secar o cabelo, usando uma escova e o secador para lhe dar algumas ondas e mais volume. Coloco uma maquilhagem muito simples e discreta – apenas base, pó, um pouco de rímel e um batom rosa muito clarinho -, uns brincos prateados e um relógio da mesma cor no pulso. Por fim, calço umas botas de cano baixo pretas, com um bocadinho de salto, e pego numa mala pequena preta para levar. Como não sei quão frio vai realmente estar, coloco um casaco de lado para levar.

Estou prestes a sair de casa, quando me lembro de levar o pequeno presente que comprei para o Diogo. Na verdade, é apenas algo para que ele se lembre de mim e até é uma coisa um bocadinho lamechas, mas espero mesmo que ele goste. Na minha relação com o Alexandre, que durou bastante tempo e que, durante muito tempo, eu achei que era o homem da minha vida (sendo que estava obviamente enganada), eu nunca fui muito romântica ou lamechas ou pirosa, porque não sentia que isso fosse particularmente bem recebido da parte dele. Nas nossas fases boas, dávamo-nos bem e fazíamos planos a dois, mas nunca fomos muito de dar presentes espontaneamente ou preparar surpresas. Contudo, com o Diogo, há um impulso dentro de mim que me leva a fazê-lo, porque sinto que faz sentido. Com ele, na verdade, tudo parece fazer muito mais sentido.

Quando chego ao exterior, o Diogo já está no seu carro à minha espera e eu apresso o passo para chegar a ele, entrando na viatura e ocupando o lugar do pendura. Antes de colocar o cinto de segurança, inclino-me para deixar um beijo suave nos lábios do Diogo.

- Olá, olá. – ele cumprimenta-me, sorrindo – Como estás?

- Estou bem e tu? Tens tudo pronto? – questiono, enquanto o Diogo inicia uma condução segura pelas ruas do Porto, rumo ao nosso destino, o Cúmplice Steakhouse & Bar.

- Sim, acabei de fazer as malas antes de vir. Assim, amanhã é só acordar, comer qualquer coisa e sair. – o guarda-redes responde – Como foi o teu dia?

Lucky Strike | Diogo Costa ✔️Where stories live. Discover now