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Três dias depois

Como fiquei em casa na segunda-feira, esta semana de trabalho foi mais curta, mas nem por isso mais tranquila. A azáfama de prepararmos os eventos para o mês de Junho tem-nos ocupado os dias, porque estamos a 10 dias do início do mês e nada pode falhar.

Quando entro no carro, após o final do meu expediente, aproveito para dar uma olhada no telemóvel. Ao ligar os dados móveis, recebo uma notificação do Whatsapp, indicando a receção de uma mensagem de voz de Diogo. Fico subitamente nervosa. Ainda não ganhei coragem para falar com ele e, nos últimos dias, ele deixou de tentar contactar-me. E se esta mensagem for ele a dizer-me que nunca mais quer ver-me ou falar comigo?

Após alguns segundos de indecisão e de ansiedade, decido carregar no play e ouvir as palavras que o guarda-redes tem para mim.

- Olá, Madalena. Espero que estejas bem. Uma vez que não respondes às minhas mensagens, nem atendes as minhas chamadas, resolvi usar uma mensagem de voz na esperança de que, pelo menos, a ouças. – o moreno faz uma pausa, em que apenas o ouço respirar e depois continua – Peço imensa desculpa pelo que aconteceu na outra noite. Bebi demais e não pensei no que fiz. Apesar de o ter feito porque é algo que quero há algum tempo, nunca o teria feito se estivesse sóbrio e percebesse que não era mútuo. Desculpa por ter estragado tudo, Madalena. És muito importante para mim e espero que me possas perdoar. Não quero que a nossa amizade termine assim, por causa disto.

A mensagem termina assim, mas eu apercebo-me que há um segundo áudio, pelo que volto a carregar no play para ouvir o resto.

- Diz-me só se estás bem. E se podemos encontrar-nos para conversar e esclarecer as coisas. Não quero mesmo perder a tua amizade, Madalena. Desculpa. – desta vez, é mesmo assim que a mensagem termina, deixando-me de coração apertado pelo arrependimento na sua voz.

Fico zangada comigo mesma por tê-lo feito sentir-se mal com ele próprio. Não era de todo o que eu queria, só precisava de um tempo para mim, mas devia ter-lhe explicado isso, ao invés de o deixar no vácuo, a questionar-se sobre o que eu penso ou sinto. Sinto-me arrependida por tê-lo magoado desta forma, quando sei perfeitamente que ele não o merece.

Por fim, decido responder-lhe.

- Olá, Diogo. Primeiro que tudo, eu estou bem e não precisas de te preocupar. Em segundo lugar, sou eu quem tem de pedir desculpa por não te ter dito nada. Acho que apenas precisei de um tempo, sozinha. Desculpa por não te ter dito isso e por te ter feito sentires-te culpado, de certa forma. Este fim-de-semana os meus pais vão estar cá no Porto, mas acho que no domingo à noite consigo arranjar um tempo para irmos tomar um café. Pode ser?

Não espero por uma resposta sua para iniciar a marcha com o meu veículo, dirigindo-me à superfície comercial Continente para realizar as minhas compras para este fim-de-semana. Como disse ao Diogo, os meus pais vêm fazer-me uma visitinha, por isso tenho de ir comprar as coisas para o jantar desta noite – para o qual decidi fazer uma lasanha de carne e legumes – e para o resto das refeições, visto que não tenho grande coisa em casa.

Uma hora depois, estou a entrar em casa, carregando os sacos com a comida. Tenho uma mensagem dos meus pais, a dizer a que horas chegam, e também uma nova mensagem no Whatsapp. Abro a aplicação, desvendando uma resposta afirmativa do Diogo ao meu convite, o que me deixa um pouco mais aliviada.

- Já vais? – questiono, ao ver a minha melhor amiga e colega de casa sair do quarto com as suas malas.

- Já. O Tiago está à minha espera, lá em baixo. – a morena sorri-me, não conseguindo disfarçar o seu ar apaixonado.

Lucky Strike | Diogo Costa ✔️Where stories live. Discover now