Lucky Strike | Diogo Costa ✔️

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Depois de um fim-de-semana prolongado, a realidade bate à porta com o toque do despertador às 7h30. É dia de voltar ao trabalho, por isso não posso adiar e ficar na ronha. Levanto-me e dirijo-me imediatamente à casa de banho, para tomar um duche rápido. Não demoro mais que 10 minutos, regressando posteriormente ao quarto para vestir a roupa escolhida para o dia – umas calças de alfaiataria off white com um cinto largo, combinadas com uma camisola de manga curta preta larga, que entalo nas calças, e um blazer da mesma cor da camisola. Depois de vestida, trato de pentear e secar o cabelo, fazer a minha rotina de pele e colocar apenas um pouco de rímel e um batom de um rosa clarinho. Escolho uns sapatos pretos, com um salto baixinho, com um detalhe transparente nas laterais e uma mala preta com detalhes em branco, onde coloquei todos os meus pertences necessários ao dia de hoje, ontem à noite. Assim que fico pronta, faço rapidamente a cama e saio do quarto.

Quando entro na cozinha, para preparar e tomar o pequeno-almoço, vejo a Soraia a fazer o mesmo.

- Bom dia! – cumprimento-a, indo ao frigorifico buscar a marmita que ontem deixei preparada para o meu almoço e colocando-a na minha habitual lancheira, juntamente com alguns snacks.

- Bom dia. Dormiste bem? – a minha companheira de casa questiona-me.

- Por acaso, até dormi. E tu? – pergunto de volta.

- Também. – ela sorri-me – Olha, hoje, depois do trabalho, vou passar no centro comercial porque preciso de ir comprar a prenda de anos da minha mãe. Queres ir comigo?

- Não sei. Vou tentar marcar consulta com a minha terapeuta hoje. Se ela não tiver vaga para hoje, eu digo-te e vou contigo. – respondo.

- Combinado. – ela diz.

Depois da lancheira preparada, faço duas torradas e um café com leite para o meu pequeno-almoço. A Soraia sai primeiro que eu, uma vez que entra meia hora mais cedo, e eu saio de casa às 8h30, visto que ainda vou apanhar algum trânsito. Apesar do trânsito ser sempre algo stressante, conduzir sozinha é uma das coisas que mais me relaxa e eu percebo que era exatamente o que eu precisava para poder começar este dia com a cabeça no lugar.

Estaciono no parque para funcionários do hotel e entro no meu local de trabalho, cumprimentando a rececionista e seguindo para o meu gabinete. Estranho a ausência de Marta, mas decido iniciar o meu dia com uma chamada para a minha psicóloga, para tentar marcar uma sessão. Felizmente, ela tem uma vaga para hoje ao fim do dia, por isso acabo por dizer à Soraia que não lhe vou fazer companhia na sua sessão de compras.

- Bom dia! – a sempre bem-disposta voz da Marta entra-me pelo gabinete, pelo que desvio o olhar do aparelho eletrónico nas minhas mãos para a porta do espaço.

- Bom dia. – sorrio-lhe – Tudo bem?

- Está, sim. E tu, como estás? Como foi esse fim-de-semana prolongado? – a mais velha questiona-me.

- Foi bom. – é tudo o que respondo – O Porto foi campeão, é o que importa! – solto uma gargalhada, que logo é acompanhada pela de Marta.

- Isso é que é falar! – ela sorri – Olha, às 10h, temos reunião com os chefões, para alinhavarmos os programas para o verão e para ver se nós podemos finalmente avançar com as nossas ideias.

- Okay. Vou aproveitar até lá para limpar esta caixa de e-mail. Quando fores, chama-me. – peço, recebendo imediatamente um aceno da minha colega.

A manhã é passada toda na reunião para que o gerente e os diretores do hotel aprovem os programas em que eu e a Marta temos trabalhado para a animação do hotel durante este verão. A verdade é que tudo isto foi atrasado, então agora temos bastante mais trabalho para menos tempo, visto que a partir do início de Junho iremos começar a receber mais turistas. Assim, durante a tarde, nós começamos a tratar de pôr o máximo de coisas a correr, fazendo contactos e organizando as próximas semanas. Quando chegam as 17h, a minha hora de saída, eu sinto-me bastante cansada, mas, ao mesmo tempo, é como se o dia tivesse passado a voar, visto que não tive grande tempo para pausas.