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6 de janeiro

O comboio chega à estação de Campanhã às 18h21 minutos e eu fico à espera de ver a minha mãe sair do seu interior. Conforme tínhamos combinado, ela vem passar este fim-de-semana comigo, para conhecer o Diogo, e, como odeia conduzir no Porto, resolveu vir de comboio. Quando a vejo, começo a acenar-lhe e, num instante, já ela está junto a mim.

- Filhota, como estás? – ela pergunta, após trocarmos um abraço.

- Estou bem e tu? A viagem foi tranquila? – questiono.

- Sim, correu tudo bem e eu também estou bem. – a minha mãe responde – Como correu a primeira semana de trabalho do ano?

- Correu bem. Bem mais tranquila que as últimas. – observo, gargalhando, enquanto caminhamos na direção do local onde deixei o carro – Foi acima de tudo para fazer o balanço do ano passado, do que correu bem e do que correu menos bem, do que manter e do que melhorar e também para planearmos este 2023. Janeiro vai ser um mês tranquilo, depois em Fevereiro é que volta a ser mais agitado com o dia dos namorados e o Carnaval. – explico.

- Quando se gosta do que se faz, mesmo os meses mais complicados valem a pena, não é? – a minha mãe inquire e eu assinto, sorrindo.

Entretanto, chegamos ao local onde estacionei o carro e logo ocupo o lugar de condutora, iniciando o percurso pelas movimentadas ruas do Porto até casa.

- Então, é este fim-de-semana que vou, finalmente, conhecer o tão famoso Diogo? – a minha mãe pergunta.

- É, sim. Amanhã vamos assistir ao jogo e no domingo ele vem almoçar connosco. – respondo.

- Estou muito curiosa para conhecer o rapaz que tem feito a minha filha tão feliz. – ela declara, o que me faz rir – A sério, nota-se a léguas que ele te faz feliz.

- Faz mesmo, mãe. Não achei que me voltasse a sentir assim depois de tudo o que aconteceu... - desabafo.

- O que aconteceu está no passado. Agora é focares-te no presente e em tudo o que o vosso futuro pode vir a ser. – a mais velha aconselha-me.

- É isso que tento sempre fazer. Quando estou com o Diogo, só quero mesmo aproveitar cada segundo. – sorrio – Estou ansiosa para que o conheças. Acho que vais gostar imenso dele.

- Se ele te faz feliz, não vejo qualquer motivo para não gostar dele. – a minha mãe conclui.

Chegadas a casa, e depois de a minha mãe se instalar no quarto, optamos por encomendar jantar e ficar por casa, a ver filmes. Talvez uma das únicas coisas boas que o divórcio dos meus pais me trouxe foi que eu aprendi a dar muito mais valor ao tempo que passo com cada um deles, individualmente. Adoro estes momentos de mãe e filha, em que estamos só nós, em que somos amigas e confidentes uma da outra. Não que isso não existisse antes, mas sinto que agora esses momentos se tornaram ainda mais importantes para mim.

***

Eu e a minha mãe aproveitamos a manhã e o início da tarde sábado para passear pelo Porto, fazer umas compras e visitar sítios novos. A meio da tarde, regressamos a casa para podermos, com calma, tomar banho e prepararmo-nos para o jogo de logo. O jogo tem início às 20h30, mas, além de ser melhor entrarmos com alguma antecedência, vamos aproveitar para comer alguma coisa antes no centro comercial.

Depois de a minha mãe tomar banho e se arranjar, é a minha vez de o fazer, vestindo uma roupa quente e, por cima, a t-shirt do Porto com o nome do Diogo nas costas, que comprei recentemente. Após ambas estarmos prontas, saímos de casa por volta das 18h30, sabendo que vamos apanhar algum trânsito junto ao estádio. Depois de muitas voltas no estacionamento, lá consigo encontrar um lugar para o meu carro. Como seria de esperar, o centro comercial está cheio e demoramos algum tempo a encontrar uma mesa onde jantar, mas o resto processa-se rapidamente e, poucos minutos depois das 20h, conseguimos entrar no estádio.

Lucky Strike | Diogo Costa ✔️Where stories live. Discover now