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- O que é que é suposto levar vestido para um jogo de futebol? – pergunto, do meu quarto, à Soraia, enquanto olho para o meu armário, meio perdida.

- Idealmente, seria uma peça alusiva ao clube... Mas, no teu caso, qualquer roupa casual e descontraída me parece bem. – a Soraia responde-me, entrando no meu quarto com o seu casaco do FC Porto vestido – Queres ajuda? – ela pergunta e eu assinto.

Em conjunto, acabamos por optar por umas mom jeans azuis claras, combinadas com uma camisola de lã cinzenta escura e uns ténis pretos. Visto que o jogo vai acabar já de noite e os dias têm estado frios, levo comigo o kispo preto. Coloco todos os meus objetos pessoais dentro de uma mochila preta.

- Que horas são? – pergunto à Soraia.

- Seis. Temos sair de casa daqui a vinte minutos. – ela responde-me – Vou fazer uma tosta mista para mim. Queres?

- Sim. Vou estrelar um ovo. Queres também? – a minha melhor amiga assente e logo ambas colocamos mãos à obra, a preparar o nosso lanche.

Enquanto comemos, a Soraia põe-me a par do que têm sido os últimos jogos do Porto, o que acontece se ganharmos este e outros pormenores de contexto para o jogo. Apesar do meu pai ser um grande adepto de futebol e, particularmente, do FC Porto, confesso que nunca me interessei muito – só costumo prestar atenção mesmo aos jogos da seleção.

Saímos de casa um pouco antes das 18h30, porque, segundo a Soraia, se formos demasiado em cima da hora não só vamos ter extra dificuldade em estacionar, como vamos demorar eternidades a entrar no estádio. Assim, tudo decorre com relativa tranquilidade e nós chegamos aos nossos lugares cerca de meia hora antes do início do jogo. Aproveito para tirar algumas fotos ao estádio para enviar ao meu pai, que ficou com alguma inveja saudável por não vir, e também publico um instastory.

- Estou entusiasmada. – confesso à minha melhor amiga.

- Fico feliz por saber isso. – a Soraia confessa – E gosto de te ver assim, a sorrir, Mada.

- Eu sei, mas, ultimamente, não tenho tido grandes motivos para isso. – suspiro.

- Eu sei que têm sido tempos difíceis, mas também sei que tu és das pessoas mais fortes que eu conheço, por isso estás proibida de te deixares ires abaixo. O Alexandre não pode ganhar. – a Soraia afirma, num tom forte e convicto.

- Eu não o vou deixar ganhar. – afirmo, no mesmo tom – Obrigada. – sorrio à minha melhor amiga.

- Não sejas tonta, Madalena. – a morena revira os olhos – Posso dizer-te uma coisa, sem que tu leves a mal?

- Se tu estás a perguntar isso, é porque nada de bom vem daí... - observo – Mas diz lá.

- Acho, sinceramente, que precisas de seguir em frente, sem medo. Não podes deixar que tudo isto controle a tua vida, que o Alexandre controle a tua vida. Acho que devias sair mais, conhecer pessoas novas... Quem sabe, conhecer melhor o Diogo. – a Soraia conclui, ao que eu grunho em sinal de frustração – Não reajas assim, porque é mais que óbvio que ele se está a tentar aproximar de ti... Por que não tentares apenas conhecê-lo melhor, para já? Serem amigos? Acho mesmo que só te faria bem expandires os teus horizontes...

- Obrigada pela tua opinião, Su. Vou pensar sobre o assunto. – respondo, categoricamente -Agora vamos focar-nos no campo, pode ser?

Soraia assente, gargalhando. Os jogadores, entretanto, entram em campo para uns breves minutos de aquecimento. A minha melhor amiga aponta-me os vários jogadores, dizendo os seus nomes e as suas posições em campo. Identifico rapidamente o Diogo, o Vitinha e o Sérgio Oliveira, visto terem sido os meus "salvadores" na noite da gala.

Lucky Strike | Diogo Costa ✔️Where stories live. Discover now