Epílogo

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(duas semanas depois)

Madalena

Quando o Diogo se cruzou no meu caminho pela primeira vez, eu estava um caco, uma valente confusão. Achava que a minha vida era miserável e não via como se encontrava a saída do poço fundo e escuro onde estava metida. Mas, aos poucos, as coisas foram-se endireitando, eu fui encontrando novamente o meu caminho, sentia que a minha sorte estava a voltar e fui percebendo que isso aconteceu há medida que eu fui deixando o Diogo entrar mais na minha vida. Ele trouxe-me força, motivação, compreensão. Deu-me a mão sempre que eu precisei. Protegeu-me, amparou-me, ouviu-me, aconselhou-me. Perante tudo isto, como podia não me ter apaixonado perdidamente por ele? Por este homem absolutamente lindo, por dentro e por fora, que faz o meu coração acelerar loucamente sempre que sorri, que me faz sentir borboletas na barriga sempre que diz que me ama, que me faz imaginar um futuro ao seu lado?

As últimas duas semanas têm sido intensas a vários níveis. Se, por um lado, temos tentado aproveitar todos os minutos de todos os dias para estar juntos, fazer planos juntos, namorar muito; por outro lado, há medida que o tempo passava, vamos ficando mais conscientes de que a hora de ele ir embora se aproxima. E o dia chegou.

O Diogo dormiu cá em casa esta noite e, quando o despertador dele toca, às 6h30 da manhã, eu já estou acordada há algum tempo. Na verdade, não dormi muito esta noite. Apesar de me sentir segura da nossa relação e de saber que ambos estamos super comprometidos em fazer com que uma relação à distância funcione, não deixo de me sentir triste e ansiosa por vê-lo ir embora. Sei que estes primeiros tempos vão ser os mais difíceis e acho que não estou preparada para esta nova rotina da minha vida da qual ele não vai fazer parte, pelo menos, de forma tão presente.

- Já estás acordada? – o Diogo murmura, encaixando a sua cabeça na curva do meu pescoço.

- Sim. Temos de nos despachar, para não perderes o avião. – relembro-o.

- Eu sei. – ele suspira, deixando um beijo na minha clavícula antes de se levantar da cama – Vou tomar um duche. Queres vir?

- Não, Diogo, temos de nos despachar. – repito e ele assente, sabendo que eu tenho razão.

Enquanto ele toma banho, levanto-me, visto-me e vou preparar o nosso pequeno-almoço. Pouco depois, ele junta-se a mim, já pronto. Tomamos o pequeno-almoço sem grandes conversas, cada um perdido nos seus pensamentos.

- Temos de ir. – digo, observando o relógio, após terminarmos o pequeno-almoço.

- Eu sei. – o Diogo suspira, pegando nas suas malas.

Durante todo o caminho que separa a minha casa do aeroporto, a sua mão não sai da minha perna. Acho que ambos sentimos esta necessidade de desfrutar de cada segundo que temos e de reafirmarmos um ao outro que acreditamos em nós, naquilo que temos, mesmo sem trocarmos qualquer palavra.

Quando estaciono o carro no parque do aeroporto, deixo-me estar sentada, imóvel. Preciso de uns segundos para me mentalizar de que vou ter de me despedir do Diogo daqui a breves minutos.

- Sevilha é mesmo aqui ao lado. – o Diogo diz, mais para si mesmo do que para mim.

- Sim. Assim que eu puder, eu compro uma passagem para ir ter contigo. – afirmo.

- E sempre que tiver folgas e autorização para viajar, venho ao Porto. – o Diogo diz também.

- Nós conseguimos fazer isto funcionar. Eu acredito em nós. – digo convictamente, olhando-o nos olhos – Amo-te demais para arriscar perder-te.

- Não vai acontecer. Não tens hipótese. Não te largo por nada deste mundo. – o Diogo afirma, com um sorriso que me contagia – Amo-te.

- Também te amo.

- Não entres comigo, por favor. – ele pede – Fica mais fácil se olhar para trás e não te vir.

- Está bem. – assinto, engolindo em seco.

- Ouve... Tenho pensado e... Foda-se, nem sei como dizer isto. – ele diz, subitamente nervoso – Quero que tu saibas que eu falo mesmo a sério quando digo que te quero para sempre na minha vida e que és tu quem eu vejo ao meu lado quando penso no futuro. Amo-te tanto, Madalena. Comprei-te isto para que me tragas sempre ao teu peito.

O Diogo entrega-me uma pequena caixa quadrada. Abro-a, desvendando um colar com um medalhão redondo. Reparo que tem qualquer coisa gravada, por isso aproximo-me para ler. As palavras escritas fazem-me, instantaneamente, começar a chorar de surpresa e de emoção. Fui completamente apanhada desprevenida. No centro do medalhão, as palavras: Casa comigo. D.

- Não quero que te sintas pressionada, não quero que aches que estou a dar um passo maior do que a perna. Isto sou apenas eu a provar-te que o meu compromisso é real, Mada'. Não quero mais ninguém. És a mulher da minha vida. – o Diogo diz, com a voz embargada da emoção.

- És o homem da minha vida, Diogo. – sussurro, entre soluços – Caso contigo quando quiseres.

As minhas palavras são o gatilho para as suas lágrimas se libertarem pelas suas bochechas e o moreno puxa-me para o seu colo, para me poder abraçar e beijar devidamente. Mantemos o abraço durante alguns minutos. Não há palavras que possam transmitir o tanto que sentimos, o tanto que nos amamos. Mais do que nunca, tenho a certeza de que aquilo que nós temos é para sempre.

Ambos sabemos que chega o momento de o Diogo ir, por isso beijo-o uma vez mais antes de me voltar a sentar no lugar do condutor. Ele levanta-se, sai do carro e pega nas suas malas. Acena-me uma vez mais e manda-me um beijo no ar antes de entrar no aeroporto.

Há mais uma enxurrada de lágrimas que escorre pelo meu rosto. Agarro com força o medalhão do colar, agora colocado em torno do meu pescoço, e, mesmo a chorar, sorrio ao pensar: quão sortuda sou eu por ter algo tão especial que torna a despedida tão difícil?

F I M

E pronto, assim termina esta bonita jornada do Diogo e da Madalena. Espero que tenham gostado de acompanhar a história de amor destes dois tanto como eu gostei de a escrever.

Peço desculpa por não ter sido propriamente regular nas publicações, mas a verdade é que, agora que trabalho, dedico menos tempo à escrita e nem sempre consigo vir aqui publicar, mas é algo que eu gosto muito de fazer e planeio manter. Tenho algumas histórias "no forno", já com alguns capítulos escritos, por isso espero trazer-vos novidades em breve.

Obrigada por lerem aquilo que eu escrevo! Vemo-nos em breve!

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