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Madalena

Trabalhar durante o verão é das coisas mais difíceis de fazer, sobretudo quando trabalhamos num hotel e passamos a vida a ver as pessoas de férias. Nos dias de maior calor, enquanto preparo atividades para os hóspedes desfrutarem, só consigo pensar nas duas semanas de férias que me esperam no início de setembro. Até lá, resta-me ir aguentando. Felizmente, consegui juntar umas horas extra que tinha feito para aproveitar este fim-de-semana prolongado. Assim, amanhã, sexta-feira, não vou trabalhar e segunda-feira é feriado, por isso tenho quatro diazinhos para aproveitar para descansar um pouco.

Tendo em conta que tenho os próximos quatro dias livres, decidi, na loucura, ir ao Algarve ter com o Diogo. Sábado há jogo com o Lille e eu já comprei bilhete para ir assistir. A Soraia não pode ir comigo, por isso decidi mesmo aventurar-me a ir sozinha e assim sempre aproveito para descansar ao máximo e aproveitar a minha própria companhia. Como não gosto de conduzir longas distâncias sozinha, decidi ir de comboio até Faro. Parto amanhã às 5h32 da manhã e, como vou de alfa pendular, chego por volta das 11h20, o que me deixa com o dia quase todo para aproveitar.

- Já tens a mala pronta? – a Soraia questiona-me, quando entro na sala já de pijama vestido.

- Sim, tudo prontinho. Agora vou é deitar-me porque tenho de acordar bem cedinho. – afirmo.

- Tens a certeza de que não queres que te leve à estação? – a minha melhor amiga insiste no tópico anteriormente discutido.

- Sim, tenho. Não há necessidade de te levantares tão cedo quando posso levar o meu carro e deixá-lo lá no estacionamento durante estes dias. – respondo – Não precisas de te preocupar.

- Pronto, está bem. Depois avisa-me quando chegares a Faro.

- Sim, mãezinha! – ironizo.

- Desculpa se me preocupo contigo... Vais assim sozinha para o Algarve...

- E vou muito bem. Vai fazer-me bem sair daqui durante uns dias, apanhar ares novos, dar uns mergulhos e apanhar um solzinho... - afirmo.

- E estar com o Diogo. – a Soraia adiciona, não perdendo a oportunidade de me espicaçar.

- Chama-se juntar o útil ao agradável. – resolvo responder, apanhando a minha amiga desprevenida.

- Estás mesmo comprometida com isso de sair da zona de conforto, não estás? – a Soraia inquire.

- Sim. Não quero ficar parada no mesmo sítio para sempre e muito menos ficar presa a tudo o que aconteceu. Preciso de seguir em frente e devo a mim mesma tentar fazê-lo com o Diogo, porque ele é realmente uma pessoa especial para mim. – admito.

- Fico muito contente por ouvir-te falar dessa forma. O rapaz gosta mesmo de ti, merece que tu lhe dês uma oportunidade. – a minha amiga defende o guarda-redes.

- E é isso que eu vou fazer. – concluo – Bem, vou dormir. Até daqui a uns dias.

- Aproveita para descansar e para te divertires! – a Soraia diz, sorrindo.

Sorrio-lhe de volta e aceno-lhe, recolhendo-me depois ao meu quarto. Confirmo uma vez mais que coloquei o despertador para a hora certa – 4h30 da manhã – e ajeito-me nos lençóis frescos, adormecendo quase de imediato.

(...)

Se tivesse de acordar às quatro e meia da manhã por qualquer outro motivo, ficaria mal disposta e de mau humor, mas saber que vou ter quatro dias para descansar, apanhar sol e dar mergulhos, deixa-me estranhamente bem disposta. Troco o pijama por umas calças flare de ganga amarela e um top branco justo, que já tinha deixado preparado quando me deitei. Calço umas sandálias rasas castanhas e visto um blazer preto por cima, porque a esta hora ainda deve estar fresco na rua. Como deixei tudo preparado ontem, só preciso de pegar nas coisas e sair do quarto, depois de me arranjar. Como uma taça de iogurte com cereais e bebo um café antes de sair de casa, conduzindo até à estação de comboios de Campanhã.

Lucky Strike | Diogo Costa ✔️Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang