Capítulo 7

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*Revisão

* * *

(Soraya)
    - César, tudo o que houve foi por sua culpa...Magoou muito meu coração, eu...- O afasto de leve e levanto, ele me segue. Encaro seus olhos inchados, um sentimento aperta meu peito, medo.

- Preciso de um tempo para tudo. Irei pensar, ok? - Ele assente com um fraco sorriso - Agora, consegue ir só?

- Sim - Seus braços me puxam para um abraço, retribuo, aliso suas costas e deito minha cabeça em seu ombro - Eu te amo, muito.

Ele se afasta, enquanto ainda me recomponho, o vejo sumir na escuridão junto a perguntas e propostas.

- Preciso de uma bebida - Resmunguei sozinha, enquanto termino meu caminho até meu apartamento.

Assim que coloco meu celular para carregar, ligo e vejo várias notificações e ligações perdidas da última pessoa que eu queria.

Simone Tebet.

Digitei seu número, um, dois bipes, a linha é atendida.

- Alô? - Resmunga com seu humor indecifrável.

- Não decorou meu número? - Digo com sarcasmo, ouço seu suspiro pesado e um tanto aliviado.

- Soraya! Finalmente, por que eu deveria decorar? Certeza que não decorou o meu. - Sua voz muda de séria para alegre e irônica de sempre.

Percebo estar sorrindo ao perceber meu efeito nela, passo os dedos pelos lábios pensando no que ela dissera. O ruim é que eu decorei.

- Realmente não. - Minto, porém não sei se para mim ou para ela. - Mas, enfim...O que quer candata Tebet?
- Enfatizo a palavra ao pronunciar como ela faz, sua risada invade a ligação, sinto um calor em meu peito.

- Não me zombe. Bom, eu queria...acho melhor conversarmos pessoalmente. Quer ir para algum lugar afastado? - Bom, eu quero, mas com ela? O que poderia acontecer, né?

- Pode ser. Sabe aquele bar onde íamos na faculdade. - Ela murmura concordando -Ninguém me conhece lá. Já você...coloque um disfarce.

- Meu amor, eu já sei disso. Até lá.

Não sei o que aperta meu coração, se é o apelido que usara ou a forma como o disse sem perceber.

- Até lá. - Desligo a chamada, já pedindo um uber.

Penso nas palavras proferidas, será que foi intencional?

Meu amor, duas coisas que eu já não era mais. Nem dela, nem de seu amor.

* * *

(Simone)
    Assim que atravesso a porta do bar, o sino em cima de mim ressoa no local, meus olhos recaem na loira de costas segurando uma bebida. Calmamente vou até ela, beijo sua bochecha, trazendo sua atenção para mim, Soraya se vira e sorri de lado. Me surpreendo ao não ver ela reclamar sobre o beijo.

- Senhorita Simone, demorou. Já foi mais pontual. - Soraya leva a cereja do drink à boca, a saboreando sensualmente. Encontro-me perdida em seus lábios, nunca desejei tanto ser uma fruta quanto aquela pequena e vermelha.

- Já...ah...- Gaguejo sentindo um calor repentino. - Trânsito. - Ela sorri, um ódio por ver ela ser tão convencida me faz querer provar...

- O que a senhorita deseja beber? - Uma barman se estica sob a bancada direcionando-se a mim.

- Apenas uma água. - Digo ao finalmente conseguir respirar ao desviar dos lábios de Soraya. A mesma me encara com confusão enquanto me sento ao seu lado  no banquinho.

Destino: Simone & SorayaOù les histoires vivent. Découvrez maintenant