Capítulo 4

437 47 11
                                    

*Revisado

__________

(Soraya)

    Noite de Sábado (23:48 p.m)

Meu corpo estava completamente exausto, odeio viajar de avião ou jatinho, ainda mais estando com Tebet.
Mas, a água da banheira já encheu, coloquei meus sais, sabonetes e hidratantes na água. Tiro o único tecido que me cobre, o roupão caiu no chão, devagar entro na banheira.

Minhas costas tencionam por alguns segundos ao tocar no metal gélido, logo se acostumam. Jogo minha cabeça para trás, por sorte fiz um coque. A água quente abraça meu corpo nesse calor que necessito, enquanto minha mente vaga para um lugar que tem muito visitado.

Se eu não estivesse louca, poderia jurar que aquele olhar que demos antes de eu o quebrar, era como se ela quisesse continuar, não só a me olhar e sim também continuar algo do passado. Que bobeira, Simone nunca acabaria com sua família "feliz", ela pode aparentar ser punho forte - e às vezes é mesmo-, fria e persistente, mas se tem algo que desestabiliza essa morena, é a possibilidade de fracasso. Eu e ela seríamos isso, um fracasso, nunca que ela se arriscaria por um final conhecido.

Mãos ásperas tocam meus pés em uma massagem horrível, mas evito abrir os olhos, estou tão calma. Mas, tenho que fazê-los assim que sinto lábios beijando meu pescoço, e tudo que encontro é meu marido com um sorriso nada encantador e sim malicioso.

- Carlos...aconteceu algo? - Eu sei o que houve, quando esse homem sorri desse jeito, me tocando implorando, Carlos que transar, e eu? Não, concerteza não.

- Sim, querida. Eu gostaria muito de que fossemos pra cama, o que acha? - As pontas de seus dedos roçam em minha clavícula, ele não é nada sensual.

- Hoje não. - Vejo sua expressão mudar por completo, raiva e desapontamento cobre seus olhos escuros, mas não tão escuros quanto de Tebet. Curvo em meus lábios um sorriso de desculpas. - Digo, estou cansada. Outra hora.

Volto a jogar minha cabeça para trás, fecho os olhos, mas ouço César bufar e começo a sentir uma pressão muito forte em meu ombro. Ele está o apertando e, com muita raiva.

- Querido. - Meu tom saiu mais como um chamado de lembrete do que uma ameaça. Tento não parecer tão assustada quanto estou, mas é quase impossível se manter calma quando seu marido a olha assim. - Vamos? - Me levanto e saio da banheira, seco meu corpo sentindo os olhos indecifráveis de Carlos.

Assim que chegamos no quarto, ele tira suas roupas e faz o de sempre, quase como uma rotina a ser seguida. Coloca a camisinha -de acordo com ele, sou muito desastrada para cuidar de outro ser humano-, me empurra na cama, deita sobre mim e já enfia seu membro, ele estoca por alguns minutos, enquanto me encara dizendo coisas que deveriam ser sexys. Logo ele goza, e tenho que fingir o mesmo, minhas mãos seguram as laterais de seu corpo, enquanto imito um gemido e me contorço.

Ele deita sua cabeça na curvatura de meu pescoço, ouço sua respiração ofegante começar a se acalmar, tenho que fingir o mesmo.

Depois de alguns segundos ele sai de mim e, fico tão mais leve sem Carlos aqui, um peso de cobrança e perfeição saiu junto com ele.

Tomamos banho e deitamos na cama, estou de costas para ele, rezando para que não queira outra vez. Meus olhos pesados, cansados de olhar para o escuro do quarto, fecham lentamente. Finalmente, finalmente vou deixar a realidade um pouco.

- Você tem outro? - Sua voz baixa, mas ainda firme, força-me a ter que acordar e me virar rapidamente para meu marido. Está escuro o quarto, ele está olhando para o teto, seus olhos raivosos voltaram.

Destino: Simone & SorayaWhere stories live. Discover now