Destino: Simone & Soraya

Capítulo 5

Dessa vez não demorei, aproveitem meu bom humor 😘

*Revisado

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(Simone)

O Sol do meio-dia fazia efeito em minha pele, odiava dias muito quentes ou com muito Sol. Os fios suados grudaram em meu pescoço, sentia uma onda gigantesca de calor.

Tudo bem que ainda estava no carro da passeata, entretanto não impedia que o calor daquele dia me tomasse.

Usava uma calça jeans, blusa azul marinho de botões e tênis, claro que o adesivo de minha campanha também fazia meu look.

Já iria fazer uma semana desde a última vez que vi ou falei com Soraya. Seus assessores entraram em contato comigo apenas para dizer que a mesma iria apoiar-me no segundo turno, assim como Ciro fez. Mas, Soraya não era nada igual a Ciro, semana passada foi a loira que desabou em meus braços, não o homem que me apoia.

Também faz sete dias que evito qualquer carinho de Edu, me sinto péssima, mas ainda mais quando sinto estar traindo ele ou ela, o quê não faz qualquer sentido. Estou tão confusa, perdida no que fazer, tudo parece estar se tornando uma grande bola de caos, o segundo turno, meu casamento, meu desentendimento com Fernanda e Soraya, a loira me causava dor de cabeça só de sentir sua angústia.

Não sei o que fazer, realmente não sei. E cacete, isso assusta muito. Tento não errar e ainda sim estou errando, só que não posso destruir um casamento de anos por alguém que até ontem eu dizia odiar, assim como a mesma.

Já estou no carro indo para casa, quando me dei conta que estava no automático, tem sido assim, venho vivendo no piloto automático e acho melhor do que enfrentar o agora.

Essas passeatas vem me tomando muito tempo, físico e emocional. A negatividade também não ajuda, quando minha voz traíra diz que Lula irá ganhar.

Eu quero muito ganhar, colocar minhas propostas em desenvolvimento e tentar melhorar o Brasil destruído por Jair. Se não ganhar, ficarei muito decepcionada, mas também um pouco mais leve por pelo menos ter tentado.

O carro entra no condomínio, parando em frente a residência atraente e familiar. Saio do automóvel, os seguranças me acompanham até a porta, precisei reforçar a segurança depois do anúncio do segundo turno passando na frente de Bolsonaro. Assim que giro a chave na fechadura e abri a porta, o cheiro de colônia invade minhas narinas e me esforço para não vomitar, ele está aqui.

Tiro o tênis deixando-o ao lado da porta, subo as escadas correndo antes que ele perceba que cheguei. Entro no quarto e dou de cara com Eduardo, um gritinho me escapa junto com um suspiro pesado.

- Eduardo! - Bato de leve em seu ombro, olho para o rosto do homem e vejo seus olhos arregalados, a boca aberta, o rosto coberto por manchinhas e rugas. Confesso, ele não é bonito, mas por dentro é um homem muito bom, ou era antes.

Desvio de seu corpo, me sento na beirada da cama tirando minha calça. Sinto seu olhar em mim, sei o que está pensando ou acho que sei. Edu se aproxima esperando que eu diga algo.

- Que foi? - Suspiro pesadamente, evito seu olhar e me direciono para o banheiro. Estou de frente para o espelho, limpando meu rosto com meus produtos para pele e algodão, como assombração ele aparece atrás de mim, esse homem quer me fazer ter um infarto.

- Diga logo, não fique surgindo como um fantasma!

- Simone, precisamos ter uma conversa. - Seu tom não é nada agradável, como estou familiarizada, dessa vez ele é sério e até grosso e impaciente.

O olho com permissão para Edu falar, o mesmo respira e suspira algumas vezes antes de colocar as mãos na cintura, encarar o chão e falar.

- O que está acontecendo? Você anda distante, me deixa de canto, não tem tempo para mais nada além do trabalho. E mais, brigou com Fernanda e deixou por assim mesmo. Então o quê está havendo?! - Seus ombros parecem relaxar como se tivesse tirado um peso, como queria eu ter essa sensação. Absorvo tudo dito e tento achar respostas.