Capítulo 27

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Quem sempre está vivo, sempre voltará.

Apreciem este capítulo que me deu trabalho por um mês e nem coube tudo, então...

Boa leitura, e comentem se gostarem :)

* * *

    Foi rápido e inesperado, em um momento estava dormindo e no outro abria os olhos desesperada ao sentir algo fino e agoniante entrar em contato com seu pescoço. Suas mãos buscaram por algo, mas logo perderam as forças, seu corpo se tornou leve demais, os olhos pesaram e apenas sentiu seu corpo ser erguido por braços fortes.

Os olhos se remexeram com as pálpebras ainda fechadas, tentando de tudo para as abrir, estava sentindo um frio por seu corpo, o corpo pesado, a cabeça latejava junto aos chamados que a despertavam, a voz feminina de alguém que ela conhecia.

Suas íris, agora abertas, vagaram pelo cômodo mal iluminado e com um cheiro forte, encontrou um homem passando o cano da arma nos fios escuros de Maria Fernanda, a menina estava com os olhos fechados e uma expressão cansada, o rosto inchados e marcas de insônia

Seus sentidos voltando ao normal, suas mãos estavam dormentes e presas com fita isolante em um cano, a garganta completamente seca e sentia como se tivesse bebido sem limites.

— Solta ela! — Tentou gritar, mas apenas saiu uma voz rouca e falhada pela garganta arranhada. Tossiu, tendo a atenção para ela, os olhos encararam-na e viu Mafê ter medo nos olhos escuros. — Solta ela! Seu covarde, o que você quer?!

O homem era alto, com o corpo sem definição e magro, estava com roupas cirúrgicas e carrega no rosto um sorriso torto e frio, os olhos esverdeados e uma barba rala. Se aproximou de Soraya, a mesma engolindo em seco ao ver ele sacar um canivete de seu bolso, mas não se intimidou e manteve o olhar ameaçador.

— Você é tão linda dormindo, dá pra entender por quê a outra puta te come. — Riu com escárnio, como se aquela frase não fosse a mais suja possível. Recebeu em resposta, a carranca da mulher, as veias saltando, nos olhos o resquício de dúvidas.

— O que você quer? Hein? Solta a menina, tenho certeza que o quer não é com ela.

Passando a lâmina pelo rosto de Soraya, ele sorriu sem humor.

— Soltar? Não, não. Vocês duas são a minha garantia — Tocou com seus dedos os lábios de Soraya, aproximando o rosto dela. — Além disso, posso até tirar umas casquinhas, não é Senadora?

Soraya arregalou os olhos ao sentir os lábios ásperos tocando os seus, forçando um beijo, imediatamente a loira jogou a cabeça para trás e depois para frente acertando o nariz do outro. Depois usou suas pernas livres e chutou seus calcanhares, o homem praguejou ao cair no chão se desequilibrando.

— Sua puta!

— Não toca em mim!— Gritou, se contorcendo, tentando se soltar. Antes que pudesse raciocinar, sentiu a mão pesada arder contra sua bochecha, o rosto virando com o impacto e os fios loiros caindo na frente.

— Seu doido, para com isso! — Interferiu, desesperada, Maria Fernanda.

— Vagabunda. — Pegou o canivete com uma mão e com a outra que continha o sangue do nariz segurou o rosto, passou o objeto na nuca da mulher que o olhava sem expressão. — Você não manda aqui. Lá fora eu posso até ser um ninguém, mas aqui… Eu sou Deus!

Se afastou dela, segurando alguns fios loiros que cortou na nuca da mulher. Deu uma última olhada para ambas antes de sair do lugar, fechando uma porta de metal.

Soraya sentiu tudo rodar pelo tapa e por ainda estar recobrando a consciência, o rastro de sangue feito pelo tapa escorria em seu rosto a fazendo sentir o cheiro. Os olhos buscaram pela jovem, e sorriu ao a encontrar.

Destino: Simone & SorayaOnde histórias criam vida. Descubra agora