Capítulo 21

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   *Revisado, finalmente, por minha querida e paciente amiga. Salva de palmas para minha Tay Saladinha, que fez esse capítulo se tornar legível.

***

    Às vezes só precisamos aceitar e viver com o que temos; é a única opção se quiser sentir sem chorar. Entretanto, também devemos observar o que se passa, nem tudo o que sentimos é o mesmo, talvez essa seja a graça de mudar-nos constantemente.

A morena de blusa social atravessava a rua pouco movimentada. No mesmo momento sentiu o celular tocar, até parecia que era premonição da parte de quem a ligava. Sabendo de quem se tratava a cumprimentou com uma voz alegre e calma: —Clara, tudo bem?

Olhou rapidamente para o carro estacionado na esquina verificando estar no lugar certo, e então, dirigiu-se ao prédio com uma estrutura não muito confiável.

Sabe que não. Por quê está sem segurança? Dispensou sem nem me avisar?! Minha querida chefe, é ameaçada desde do ano passado, e ainda age assim!

—Ah, Clara. Deixe eu aproveitar meu final de semana. Aliás, aqui em Campo Grande é melhor eu andar como qualquer um, por mais que não gostem eles não farão nada.

Ouvindo o bufar da mulher na linha, os olhos percorreram cada detalhe daquele prédio que por sinal nem havia porteiro. Aproveitando que via um jovem vestindo-se como se fosse a um funeral saindo do prédio, ela correu para alcançá-lo.

Ok. Só me avise quando estiver voltando, os seguranças te esperarão no aeroporto. Aproveite, você merece.

A mulher segurou o portão que já fechava, entrando no ambiente que tinha um cheiro de lavanda misturado a colônia.

—Obrigada, beijo.

Desligou e guardou o celular na bolsa, apertou o botão do elevador e, felizmente, ele funcionava.

O corredor era completamente diferente da aparência de fora, havia luzes que o iluminavam, portas de madeira branca e alguns ruídos de cada um apartamento. Vendo os números na porta, soube estar no corredor certo, Simone notou que o apê certo era o penúltimo.

Após um suspiro forte, bateu na porta, diferente da sua, não havia campainha ou olho mágico. Bastou três segundos e a porta foi levemente aberta, dando só espaço do rosto e metade do corpo para a vista de quem estava de fora.

Simone deu um sorriso, mostrando todos seus dentes ao ver Fernanda, que por sinal não estava na mesma alegria. Usava uma blusa cinza da banda Kiss, uma toalha amarrada na cintura, com cabelos molhados de um recém banho (os mesmos que iam até abaixo dos seios, estavam mais claros). O rosto da jovem estava com uma expressão confusa, sobrancelhas erguidas e a boca semi aberta.

—Mãe?

—Maria Fernanda, oi... –Seu sorriso diminuiu ao notar a expressão retraída da filha. —Podemos conversar?

A mais jovem virou o rosto para dentro do apartamento, voltou o olhar para ela e sorriu de modo irônico. Por dentro, o coração disparava diante da mãe com um porte intimidante mesmo sem saber.

—Agora? Estou ocupada. –Pronunciou grosseiramente, colocando seus fios para trás e desviou os olhos com medo.

—Fernanda, por favor. Sabemos que a situação entre nós não está boa, temos que conversar…–Apoiou a mão no batente da porta, temendo a resposta da filha. Simone queria muito resolver a situação entre elas, pois a queria por perto.

Fernanda estava incerta de como agir, umedeceu os lábios e sabendo que se permitisse a entrada da mãe tudo se complicaria, desviou o olhar não querendo a ver.

Destino: Simone & SorayaWhere stories live. Discover now