A ÂNFORA MÁGICA

Joia rara

Passei os instantes seguintes na água, imersa em meus próprios pensamentos. Meu corpo estava reagindo de uma forma que eu não conseguia entender. Eu tentava ignorar os desejos que sentia por Zyan, mas era como se uma força maior estivesse me puxando em direção a ele. Eu me sentia confusa e perdida, sem saber como controlar as emoções que tomavam conta de mim. Uma onda de incerteza e medo me atingiu quando percebi que estava perdendo o controle sobre meus próprios sentimentos. Eu me perguntava se realmente conhecia a mim mesma e se era capaz de lidar com tudo o que estava sentindo. Enquanto a água envolvia meu corpo, eu tentava encontrar uma resposta para aquela confusão que tomava conta de mim. Queria ter a certeza de que estava fazendo as escolhas certas e de que não me arrependeria mais tarde.

Assim que Zyan se afastou para procurar madeira, eu saí da água e corri em direção à barraca. Vesti-me rapidamente, tentando ignorar a agitação que ainda sentia dentro de mim. Decidi que precisava me afastar dele por um tempo, pelo menos até conseguir entender meus próprios sentimentos. Ainda estava confusa em relação ao que havia acontecido entre nós e não queria me arriscar a ceder novamente aos seus encantos.

Mas o príncipe parecia estar determinado a me provocar. Ele andava pelo acampamento sem a parte de cima do seu traje, exibindo seu físico impressionante e atraindo meu olhar.

Homens: não importa de que época são. No fundo são todos iguais!, pensei enquanto me forçava a desviar o olhar.

Por mais que eu tentasse ignorá-lo, era impossível não se sentir atraída pelo príncipe. Ele era charmoso, enigmático e extremamente sedutor. Eu tentava resistir, mas sentia que estava perdendo a batalha interna que travava contra meus próprios desejos.

Eu sabia que deveria me afastar de Zyan antes que fosse tarde demais, mas algo dentro de mim me impedia de fazê-lo. Eu me sentia presa em uma armadilha que eu mesma havia me colocado, e não sabia como escapar dela.

Após algum tempo, decidi caminhar um pouco para espairecer e tentar organizar meus pensamentos. Passei por Zyan sem dizer uma palavra, no entanto não pude deixar de sentir sentir seu olhar vigilante sobre mim enquanto me afastava. Durante a caminhada, comecei a notar os detalhes do oásis que antes haviam passado despercebidos. As árvores altas, a brisa suave e o som da água corrente me acalmavam e me faziam sentir mais em paz comigo mesma. Mas mesmo com toda essa tranquilidade ao meu redor, eu ainda sentia uma agitação dentro de mim. Sabia que precisava tomar uma decisão em relação a Zyan, mas não conseguia encontrar a resposta certa. Enquanto ponderava sobre minha situação, acabei me perdendo em meio ao oásis. Fiquei desorientada e comecei a me preocupar em como encontrar o caminho de volta para o acampamento.

Foi então que ouvi a voz de Zyan atrás de mim. Ele havia me seguido em silêncio e agora estava ali, ao meu lado. Eu tentei manter a distância, mas ele se aproximou, segurando minha mão com firmeza. Eu tentei resistir, mas seu toque me fez sentir uma mistura de sentimentos conflitantes. Eu queria me afastar, mas também queria exatamente o oposto. Era como se estivesse presa em uma teia de desejo e incerteza.

—Por que você está se afastando tanto— perguntou

Por um instante, pensei que sua pergunta se referisse ao fato de eu estar o evitando, mas logo entendi que ele estava preocupado com a minha segurança. Eu me senti tocada pela sua preocupação, mas ao mesmo tempo, eu sabia que precisava manter minha independência e não permitir que ele me controlasse.

—Eu não sou uma garotinha indefesa, Zyan.

—Eu sei disso, só não quero que você corra perigo.

—Não há perigo algum aqui.— eu disse a ele com firmeza. — Além do mais, não quero que você me trate como se eu fosse incapaz de cuidar de mim mesma.