Prólogo: Sob a luz do luar

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A Miraculosa Al-Miraj estava em festa

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A Miraculosa Al-Miraj estava em festa. Alegre, todo o reino, juntamente com a família real, participava de uma comemoração que já durava três luas. Uma agradável melodia ecoava pelo salão. E sacudindo seus hijabs, as mirajins dançavam, completamente contagiadas pelo seu ritmo. A lua reluzente beijava o céu estrelado, como uma donzela nos braços de seu amado. E o calor da noite espalhava-se feito carícias avassaladoras, tornando o clima ainda mais envolvente.

—Saúdem o meu filho, o Príncipe! Cuja honra faz de mim o pai mais orgulhoso deste reino! — exclamou o rei, erguendo seu cálice de forma calorosa. Repetindo seu gesto, todos ali presentes transmitiram seus cumprimentos ao príncipe.
Sentado à destra do trono encontrava-se aquele cujo pai sentia orgulho em chamá-lo de filho. Tendo regressado há três noites para o reino, o príncipe, a pedido do rei, passara uma longa temporada ausente, supervisionando a restauração de uma cidade que havia sido devastada pela guerra.

—Majestoso rei, a tua honra é como um brilho que eleva-se além das estrelas. Brilho esse que jamais conseguirei ofuscar.— disse o príncipe, curvando-se respeitosamente diante do rei.
Observando-o com atenção, o rei sorriu afetuosamente.

—Meu filho, a verdadeira honra não está no brilho ou na grandiosidade, mas sim no caráter e na lealdade. Você tem demonstrado essas qualidades em todas as suas ações, e isso é o que verdadeiramente me enche de honra e alegria como pai e rei.

—Majestades, trouxe mais vinho. — interrompeu um jovem ao se aproximar. Enquanto este reabastecia seu cálice, o príncipe perguntou:

—Onde está o *vizir?

—Se o conheço bem, ele deve estar nesse exato momento em seu jardim, introduzindo suas sementes em terras férteis. — respondeu o rei com um sorriso que reluzia como a lua.

—Era de se esperar. — resmungou o príncipe antes de levar sua taça aos lábios e sorver uma boa quantidade de vinho.

—E por falar em jardim, quando é que pretende cultivar o seu? — questionou o rei.
Como que apunhalado pela pergunta, o jovem engasgou-se com a bebida e começou a tossir. Uma gargalhada estrondosa reverberou da boca do rei, que, desferindo leves tapinhas nas costas de seu filho, o provocou:

—Bem como dizia o poeta: "Até o mais sólido dos homens estremece diante de tal pergunta".

—Mas...meu pai — protestou o príncipe, os olhos lacrimejantes. — Não acha que é cedo demais para discutirmos sobre esse assunto? Afinal, eu acabei de retornar.
Assumindo uma expressão séria, o rei respondeu:

—Você já se tornou um homem e, em breve, se tornará meu sucessor. E espero que, quando esse momento chegar, você esteja tão firmado a seu dever quanto às imponentes muralhas que protegem uma cidade. E, um casamento, quando bem consolidado, torna-se a base principal que auxilia o homem em sua edificação.

—Tem razão, meu pai. — concordou o príncipe, de cabeça baixa.

—Pois bem, se estiver de acordo, gostaria de discutir sobre esse assunto o quanto antes. — disse o rei.

A ÂNFORA MÁGICA Where stories live. Discover now