Reflexão

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Acordei com o som de uma melodia suave que parecia ecoar por todo o acampamento. Completamente atraída, não pude resistir ao convite da música e abandonei minha barraca, seguindo o som até a fogueira, onde encontrei Zyan sentado, tocando sua flauta. Ele parecia tão imerso na melodia que não notou minha presença até que me aproximei. Quando finalmente seus olhos encontraram os meus, ele me saudou com um sorriso caloroso e me convidou a sentar ao seu lado.

A luz cálida da fogueira iluminava-o suavemente, realçando seus traços marcantes. Seus cabelos escuros dançavam com a brisa noturna, acariciando sua pele bronzeada. Os olhos lilases brilhavam intensamente sob a luz das chamas, quase como se possuíssem um brilho mágico. O ambiente ao redor parecia tão sereno que o único som que se ouvia era o som da flauta de Zyan, que preenchia o ar com notas delicadas e melodiosas.

Agradecendo pelo convite, acomodei-me ao seu lado, sentindo o calor reconfortante da fogueira aquecer minha pele. Enquanto conversávamos, aproveitei a oportunidade para elogiar o trabalho incrível que Zyan havia realizado na montagem da barraca.

Zyan sorriu agradecido pelo elogio e respondeu:

-Obrigado, Adhara. Eu cresci aprendendo sobre sobrevivência na natureza. Meu pai, o rei, sempre me ensinou que é importante saber se virar sem luxos e confortos. E isso inclui a habilidade de improvisar abrigos e organizar espaços pequenos para que possam ser funcionais e confortáveis.

-Isso é impressionante. -comentei.

-Está com fome?- disse mudando de assunto -Coma um pouco.

Agradeci por ele ter lembrado e levantei-me para pegar um punhado de tâmaras na bolsa. Comi em silêncio, saboreando o doce sabor enquanto as mastigava. 

— Sabe, Adhara, estou pensando que ainda não sei nada a seu respeito. — disse ele, assim que terminei de comer—Ficaria feliz se você compartilhasse mais sobre si mesma.

 Fiquei surpresa com sua pergunta, mas decidi compartilhar um pouco da minha história.

—Bem... por onde começar? — fiz uma pausa, enquanto as chamas da fogueira iluminavam nossos rostos. — Meu nome completo é Adhara Walker, tenho 17 anos e vivo com meu pai em uma cidade chamada Dreamspace.

Zyan inclinou a cabeça, demonstrando interesse em saber mais.

—Conte-me mais sobre essa cidade, Dreamspace. É um lugar próspero para se viver? — perguntou ele, curioso para conhecer o local onde eu cresci.

—Dreamspace é realmente incrível, Zyan — respondi, animada. — É uma metrópole em constante crescimento, cheia de oportunidades e prosperidade. Suas ruas estão sempre movimentadas, com pessoas de diversas origens e culturas, criando uma atmosfera cosmopolita e empolgante. É um lugar onde a tecnologia e a natureza coexistem harmoniosamente.

Zyan parecia intrigado com a descrição da cidade.

—Parece ser um lugar fabuloso — comentou ele, transmitindo seu fascínio.

—É sim — concordei com um sorriso.

—Espere. Você mencionou que convive apenas com seu pai. E quanto à sua mãe? — perguntou ele, gentilmente.

Uma sensação de melancolia me envolveu, mas respirei fundo, determinada a compartilhar minha história.

—Minha mãe faleceu quando eu tinha apenas seis anos. Foi um momento muito difícil, especialmente para o meu pai, que teve que me criar sozinho. Mas, com apoio mútuo, conseguimos superar essa perda.

Zyan assentiu, demonstrando compreensão da profundidade da minha experiência.

—E seu pai nunca se casou depois que sua mãe se foi? — indagou ele, curioso.

A ÂNFORA MÁGICA Where stories live. Discover now