O guia

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Ele tinha uns vinte e poucos anos. Era bem alto, aparentemente um metro e oitenta, e seu corpo era forte e esbelto. Vestido com roupas típicas árabes, ele usava calças leves e folgadas, combinadas com uma camisa de mangas compridas parcialmente desabotoada, revelando um peitoral amplo, musculoso e bronzeado. Seus pés estavam calçados com sandálias abertas, adequadas ao clima quente do deserto. Um lenço casualmente enrolado em seus ombros acrescentava um toque de estilo ao seu visual. Ao desviar meu olhar para o seu rosto, fui instantaneamente cativada por um par de olhos azuis cósmicos, me observando.

-Acertei? - perguntou ele, trazendo-me de volta à realidade.

-Sim, você acertou - assenti, sentindo-me levemente envergonhada. - Deve estar me achando uma tonta por isso.

Afastando as mechas escuras e sedosas de seu cabelo para trás, ele disse:

-Najmat sahgira, você está no Bazar, um dos maiores mercados do mundo. É normal se perder por aqui.

Embora ele aparentasse ter origem estrangeira, não havia sequer um resquício de sotaque em sua voz, e fiquei impressionada com a fluência com que falava minha língua.

-A propósito, sou Jin - completou ele, curvando-se para estender um elegante aperto de mãos.

-Muito prazer, Jin. Me chamo Adhara - respondi. Enquanto nossas mãos se encontravam, uma corrente magnética percorreu meu braço, deixando-me atordoada por um breve instante.

-Então, Jin- perguntei, incapaz de soltá-lo-, o que significa Najmat saghira?

Ele segurou meu olhar por um momento, antes de responder:

-Significa pequena estrela.

Por mais que sua resposta soasse como uma coincidência, o sorriso que ele esboçou em seguida me impediu de fazer qualquer observação a respeito.

-Adhara! -exclamou meu pai, enquanto se aproximava. -O que aconteceu? Num instante você estava bem do meu lado e, no outro... - Ele parou de falar ao notar que eu estava segurando a mão de Jin. -Quem é você? -inquiriu, com um olhar desconfiado em direção a Jin.

Rapidamente, desfiz nosso aperto de mãos.

-Muito prazer, sr... -começou Jin, esperando que Al o dissesse seu nome.

-Pode me chamar de Walker -respondeu meu pai, com cara de poucos amigos.

-Sim, sr. Walker. Me chamo Jin. Em que posso servi-lo? -respondeu Jin com educação.

Cruzando os braços na altura do peito, Al o encarou com um olhar desafiador.

-Muito bem, Aladdin...

-Pai, é Jin. -eu o corrigi, com um cutucão.

-Saúde filha! Como eu ia dizendo, a menos que você seja um guia e saiba como chegar às dunas cantantes, não há nada em que possa me servir. -replicou Allan, mantendo o ar superior.

-Acho que está com sorte, sr. Walker, pois este guia que vos fala conhece muito bem o caminho até as dunas cantantes. - disse Jin com confiança.

-Espera, então quer dizer que você é guia? - eu perguntei.

-Ao seu dispor. - respondeu Jin, realizando uma profunda reverência.

-Que coincidência - eu disse, tentando disfarçar a minha surpresa.

-Maktub - falou Jin, com um tom enigmático.

-O que é Maktub? - perguntei, curiosa.

Jin se aproximou de mim e encarou-me profundamente nos olhos. Senti um arrepio percorrer meu corpo quando ele sussurrou:

A ÂNFORA MÁGICA Место, где живут истории. Откройте их для себя