Tempestade de areia

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O barulho de algo sendo remexido me despertou de um sono profundo. Ao abrir os olhos, percebi que o príncipe estava organizando nossas coisas, sua silhueta escura contrastava com o brilho das estrelas.

— Precisamos ir — disse ele, sem olhar diretamente para mim.

Eu me levantei, ainda sonolenta, e notei que o tecido do seu turbante estava sobre mim. Sua textura era suave ao toque e possuía um perfume inebriante que me envolveu por inteira. Rapidamente, enrolei o tecido de qualquer jeito e o entreguei a ele.

— Não precisa agradecer — cuspiu ele quando me afastei sem dizer nada.

— Claro que preciso. Você é sempre tão gentil — respondi com sarcasmo, o seguindo até a serpente.

Enquanto percorríamos as dunas minha preocupação em relação a Al se tornava quase palpável

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Enquanto percorríamos as dunas minha preocupação em relação a Al se tornava quase palpável. Cada grão de areia parecia ecoar a urgência de encontrar Jin e confrontá-lo sobre o que ele poderia ter feito com meu pai. Os pensamentos me assombravam, devorando minha mente e minhas emoções, enquanto a incerteza se transformava em uma tempestade de angústia dentro de mim. Foi nesse momento de turbulência e apreensão que me deparei com o príncipe me observando com um olhar penetrante. Seus olhos lilás, intensos e desconcertantes, causavam uma sensação de inquietação em meu âmago. Sob aquele olhar, meu coração acelerou e uma onda de nervosismo percorreu meu corpo.

— O que foi? — perguntei de forma ríspida, tentando disfarçar a intensidade do meu nervosismo.

Ele sacudiu a cabeça, parecendo hesitante.

— Você não tem se alimentado. Não vai sobreviver a essa jornada se continuar com esse jejum.

Revirei os olhos, frustrada com sua suposta preocupação repentina.

— Ah, então quer dizer que agora você está preocupado com meu bem-estar? Engraçado, você não pareceu nada preocupado quando quase explodiu meus miolos com essas...essas correntes diabólicas. — retruquei, com um tom ácido.

Houve um breve momento de silêncio tenso entre nós, e então ele respondeu em um tom mais frio:

— Pois bem. Morra de fome então. Assim não preciso desperdiçar meus esforços ajudando-a.

Senti uma mistura de raiva e desamparo enquanto estreitava os olhos, pronta para rebater suas palavras. Mas antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, um movimento brusco de Nadija nos fez perder o equilíbrio. Instintivamente, me agarrei a Zyan com força, sentindo sua pele quente contra a minha. Meu coração acelerou diante da nossa proximidade repentina, e percebi que ele também estava tenso. Nossos olhares se encontraram e por um breve instante, eu pude ver um brilho diferente fulgurar em seus olhos. Engolindo em seco, Zyan se afastou e desviou o olhar, como se percebesse que estava transparecendo demais.

Depois de horas vagando pelo deserto, chegamos à Torre de Jin. O imenso monumento erguia-se majestoso no horizonte, com seu exterior de pedra clara e imponente contrastando com o céu noturno salpicado de estrelas. Na base da torre, havia um portão de ferro pesado, adornado com desenhos intrincados em ouro, que pareciam refletir a luz luar. As paredes eram altas e lisas, sem janelas, exceto por algumas fendas estreitas que pareciam ser usadas como mirantes para vigiar os arredores. O topo da torre estava coroado por uma cúpula em forma de flor de lótus, iluminada por uma luz brilhante que parecia irradiar do interior da estrutura. Havia um silêncio sombrio em torno da torre, interrompido apenas pelo vento ocasional que soprava a areia do deserto em volta.

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