— Foi bom. — ele responde com seu tom vago habitual. Parecia gostar de ser misterioso, sempre deixando muito a supor para parecer mais sábio. — O que estava fazendo parado na sala?

— Estava indo beber água. — minto, porque não queria que meu pai me perturbasse agora sobre Liz. Ele era muito chato quanto a isso, sempre me enchendo de perguntas sobre ela com aquele mesmo olhar de saber mais do que assume.

Me arrependo amargamente do dia que ele insistiu tanto que confessei os meus sentimentos para ele. Meu pai virou um casamenteiro de primeira linha desde então e, mesmo sua língua sendo maior que o corpo, ele concordou em não falar nada para ela.

— Vi a Liza lá fora, dirigindo a moto — comenta, e eu suspirei, largando a cadeira na cozinha. Vai começar. — Ela não quis a noite de filmes? — perguntou ele depois de alguns segundos, enquanto eu pegava um copo no armário.

— Bella ligou pedindo para que ela voltasse — expliquei, enchendo o copo com água e bebendo.

— Sei... E quando é que você vai dizer que a ama? — Isso não me surpreendeu. Já era a terceira vez que ele me perguntava isso. E não era como se Liz não soubesse que eu a amo, ela só não sabe que no meu amor também tem paixão. E eu não poderia dizer isso de repente, ela iria se assustar e daria muito errado.

— Pai, dá um tempo. — reclamei. — Você sabe que não vou falar nada. Ela não sente o mesmo, e, não sei se você notou, mas ela está me evitando.

— Ela está evitando você? Por quê? — perguntou, surpreso, quase em choque.

— É o que eu quero saber. Você falou algo para ela? — indago, torcendo mentalmente para ele falar que não.

— Não. — Isso não me deu alívio algum. — Pelo menos nada que a faria querer se afastar. Você tem certeza disso, filho? — ele parecia realmente preocupado.

— Tenho, mas está tudo bem. Talvez ela só esteja um pouco distraída com alguma coisa. — asseguro, mesmo sem acreditar nisso.

Logo, meu pai foi para o seu quarto, parecendo extremamente pensativo, e eu fui para o meu, devolvendo as coisas da minha lua para dentro de uma gaveta do meu armário. Me achando um pouco patético por eu ter uma gaveta só para ela em meu guarda-roupa.

Porém, não podia reclamar, não quando ela trazer as suas roupas para cá me ajudou tanto, principalmente quando Liz sempre queria usar uma blusa minha como um vestido. Suas pernas aparecendo me fazia sempre pensar involuntariamente em minhas mãos passando por suas coxas e indo para debaixo da blusa...

Eu realmente tenho que achar um jeito de controlar esses pensamentos.

Eles pioraram ainda mais desde aquele horrível dia que tivemos com os cachorrinhos do Uley. Pareceu um novo tipo de tortura quando ela tirou a sua roupa, ficando só com suas peças íntimas. E se eu focasse só nela, até poderia me esquecer da raiva que eu senti do Lahote, a olhando com tanto desejo. Para a minha garota! Minha.

Suspiro, balançando a cabeça. Ela ainda não era minha, mas iria ser. Deito na cama e pego o meu celular. Ignoro o seu maravilhoso cheiro na fronha e no lençol e abro o aplicativo de mensagem, vendo pelo horário que ela já deveria ter chegado em sua casa.

“Chegou bem?

Envio, esperando por uma resposta nos primeiros minutos, mas logo desisto e deixo o celular de lado, indo apagar a luz do quarto para poder dormir.

☽ ☼ ☾

Liz passou os malditos cinco dias me evitando. As poucas vezes que nos falamos foi por mensagem e apenas para ela dar uma desculpa sobre não poder vir para a reserva, geralmente porque iria sair com seus outros amigos.

☼𝐀 𝐒𝐖𝐀𝐍☼↝ᴶᵃᶜᵒᵇ ᴮˡᵃᶜᵏWhere stories live. Discover now