Y6- Sorte Líquida

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✨Lumos✨

O início de Abril veio acompanhado por leves brisas deliciosas e, por vezes, com algumas leves horas de chuva. A temperatura, por fim, estava se alterando.

No vigésimo quinto dia do mês fariam exatos quatro meses desde a noite onde Harry se ajoelhou à minha frente, abriu a própria alma e indagou, carinhosamente: “Você aceita se casar comigo, S/N Lupin?”. Eu, por vezes, só conseguia pensar nisso, especialmente porque era tranquilizador, reconfortante.

Também sabia que não iríamos casar tão cedo quanto gostaríamos porque a guerra estava próxima, mas, mesmo assim, eu pensava no tempo que passaríamos a planejar a cerimônia. Organizar um casamento era uma tarefa complicada, que iria requerer muito trabalho. Haviam muitas decisões a fazer, como, por exemplo, as flores que iriam colorir a festa, as refeições e muitos outros detalhes que, mais tarde, ocupariam minha cabeça.

O vestido que eu usaria era, assim como os restantes, um detalhe que eu não conseguia esquecer. Seria o meu vestido de casamento no final das contas, era importante. Muito mais importante do que qualquer jarra de flores (fossem essas girassóis, rosas ou margaridas). Ficaria como uma parte de mim, uma memória. Não que um vestido superasse as memórias que eu construiria com Harry, o meu futuro marido, porém seria uma marca de um dia feliz, de paz. E isso era tudo o que eu desejava.

Harry dirigiu-me um sorriso, estando sobre mim, completamente nu, apenas escondido pelo fino lençol que nos cobria. Afundei minha cabeça no travesseiro e fechei os olhos conforme uma pequena brisa arrefeceu nossos corpos, amaldiçoando meus sentidos confusos pelo recente deleite.

Meu noivo deslizou seus lábios por um pedaço de pele intocado entre meus seios, depositando diversos beijinhos. Meu coração que ainda batia com força contra meu peito suavizou, transformando-se numa calma melodia — uma que apenas Harry tocava.

— Sonhei com você, esta noite — o moreno afundou seu rosto na curvatura do meu pescoço. Murmurou: — Era a noite do nosso casamento.

— Era?

— Mhm — seus lábios se curvaram num sorriso contra minha pele, fazendo cócegas. — Estávamos ligeiramente diferentes, mais velhos, mas você… você continuava deslumbrante como sempre, meu amor. E acredite, não estou dizendo isso porque está nua na minha cama.

Gargalhei.

— Se bem que você adora isso, não? — sussurrei, fazendo-o rir soprado. — E depois?

— Eu te beijei — disse. — A lua já estava visível, como no nosso primeiro beijo, e eu não pude evitar. O céu, as estrelas, você, tudo era perfeito. Acho que me apaixonei por você mais uma vez, mesmo que tenha sido só um sonho.

Minha alma, meu sentidos, tudo sorriu sem oposição.

— Em breve, não será apenas um sonho — comentei, feliz.

Ele afastou-se para olhar para mim, para meus olhos que esbanjavam felicidade, vida. Harry sorriu.

— Acho que talvez seja por isso que sonho com você constantemente — murmurou. — Talvez para me recordar que será real, que meus sonhos serão realidade, um dia. Seremos uma família no final das contas, você e eu. Como sempre fomos — ele sorriu mais uma vez. — Poderia falar sobre isso durante horas e nunca me cansaria, meu amor.

Meus dedos embrenharam-se em seus fios num pedido silencioso. Queria que ele me beijasse. Só mais uma vez. Embora eu soubesse que estava mentindo, que não seria apenas uma vez e muito menos a última, beijei-o dessa forma. Como se fosse a última vez durante muito, muito tempo.

— Aos sonhos que são atendidos — sussurrei contra a sua boca.

Deixei que Harry me abraçasse, me puxasse para mais perto conforme nos escondíamos no abrigo que o lençol oferecia. Senti-o ofegar, vibrar por mim, por nós. Um gemido me escapou.

𝐈𝐓 𝐖𝐀𝐒 𝐌𝐄𝐀𝐍𝐓 𝐓𝐎 𝐁𝐄, Harry PotterOnde as histórias ganham vida. Descobre agora