Ele Voltou (cap. 23)

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Com meses de diferença os papéis se invertem. Uma vez era eu cuidando de Ace, dessa vez era ele quem prestava esse trabalho. Eu não estava ferida, ou algo assim, Ace queria ver o meu rosto, como ele disse "o seu verdeiro".

Ele usa um lenço úmido de um líquido que cheirava muito bem. Acredito que não deva estar passando qualquer coisa em mim.

O observava atentamente enquanto ele limpava o meu rosto, aos poucos o lenço ficou cheio de manchas pretas provenientes da maquiagem exagerada que eu usei.

— Não devia usar essas coisas, acabam com a sua beleza. — Ace sorri.

— Não fala assim, eu não fiquei tão ruim. — Aperto meus lábios tentando não sorrir. — Eu não sei fazer isso, nunca precisei uai. — Desvio o olhar.

— Claro que não. — Ele suspira e embola o lenço terminado o que estava fazendo. — Agora está bem melhor.

— Eu ainda não acredito que você faz parte do bando do Barba Branca.

— É meio estranho mesmo, mas foi a melhor decisão que já tomei na vida. — Ele aponta para as costas com o polegar me mostrando a enorme tatuagem da Jolly Roger dos piratas do Barba Branca.

— Ficou muito bonito.

Encosto mas costas dele acariciando com a ponta dos dedos e Ace encolhe os ombros arrepiado com o toque.

— Oh me desculpa, é sensível? — Sorrio.

— Faz cócegas. — Vira de frente a mim novamente com aquele sorriso malicioso. — Vem cá, me diz uma coisa.

— O quê?

Dou dois passos para trás sorrindo e ele dá os mesmos passos na minha direção.

— Por que você fez isso com o meu cabelo?

— Seu cabelo?

— Sim o meu cabelo. — Continua a caminhar na minha direção.

Inclino a minha cabeça para o lado sem entender, mas logo se passa um feixe de memória do que eu fiz comigo.

— Ah... — Reluto em dizer. — Eu não... Bem eu cortei, não ficou bom?

— Não é essa a questão. — Ele fecha o sorriso. — Achei que tinha dito que você não poderia.

Serro o olhar com o que ele acaba de dizer, ergo a mão para dar um tapa nele e eu o faço, mas sem sucesso pois seu rosto se desfez em chamas ao mesmo tempo.

— O quê? — Recolho a minha mão imediatamente. — O que significa isso?

— Talvez eu fosse apegado. — Revira os olhos e fala como se estivesse mastigando palavras. — Você é gostosa com ou sem ele... Tá ok?

— Mas?

— Mas nada... — Continua a me olhar sério e segura a mecha que estava do lado do meu rosto e esfarelava entre os dedos. — Você é muito linda. — Finalmente sorri.

Mesmo a meia luz eu podia enxergar o castanho dos olhos dele, quase avermelhados como se sempre estivessem famintos e ardendo em chamas.

Eu era louca por aquilo e não pude me conter, eu queria beijá-lo e assim o fiz, com toda a saudade que podia demostrar num único toque.

Pude sentir os sorrisos que ele deu entre o beijo, consegui sentir os suspiros e o aroma apetitoso da sua respiração.

Ace me ergue nos braços, um pouco acima da cabeça e me olha de baixo, como se tivesse dizendo que estava alí para mim e eu poderia fazer o que eu quisesse.

❝Portgas D. Ace❞: Um Garoto Problemático ✯Where stories live. Discover now