Criança e Velha (cap. 3)

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O garoto me estende a mão em cumprimento, eu a pego num aperto de mãos.

- Muito obrigado por me salvar e cuidar de mim, senhorita Dália. - Sorri.

Sorriso tão gentil e sincero, como se não houvesse malícia alguma naquele ser.

- Não foi nada, você só teve sorte de eu estar de bom humor. - Desvio o olhar.

- Tem alguma coisa pra comer aí? - Ace apalpa a barriga, que dá um ronco alto.

- Hmm, vejamos. - Me levanto para ir a cozinha, já dando o comando. - O cardápio do dia, Monique. - Em seguida inicia o preparo. - Logo, logo estará pronta a comida, até lá estarei trabalhando. - Aviso.

Após falar isso, volto ao meu laboratório e a dar atenção aos meus projetos. Me via distraída com a minha nova ideia e invenção.

Totalmente focada numa peça específica, pois necessitava de um certo cuidado, quando um barulho de algo caindo que me atrapalha, fazendo errar a solda.

Uma veia salta na minha testa e eu viro a cabeça na direção de onde escutei o barulho. Perto da prateleira, parado numa posição estranha e um sorriso de desespero.

- Você não deveria estar descansando, menino? - Disfarço minha irritação aparente com um sorriso e aponto para o objeto que estava na mão dele. - Deixa isso no lugar, é perigoso.

- Desculpa, é que eu tava cansado de ficar na cama e... - Coloca o objeto que deixou cair no chão de volta na prateleira, porém na posição errada a que eu tinha deixado. - E é isso... gomen. - Desvia o olhar com certa inconformidade.

Droga, novamente sendo fofo, ou sou eu que estou louca? Me viro para um lado que não fosse visível a ele, para que eu pudesse ter meus surtos internos, murmurando coisas quase inaudíveis.

Após me acalmar, me levanto e vou até ele, ajeitando o objeto no seu devido lugar.

- O que são essas coisas? - Ele indaga. - Parecem brinquedos.

- São armas.

- Isso?

- Sim, as vezes é necessário um disfarce, sabe? - Ativo o "brinquedo", que agora tinha outra aparência, de uma verdadeira arma.

- Wow... - Observa aquilo maravilhado. - Agora parece perigoso.

Viro meu rosto para o lado, num sorriso nada modesto.
- Criação minha.

- Você é muito talentosa, quase achei ser um brinquedo comum.

- Mas se tornam um grande problema quando de trata de crianças, tipo você. - Escondo o desdém com a mão. - Não se controlam.

- Ow eu não sou criança! - Franze o cenho, porém com as bochechas vermelhas pelo meu comentário. - Pra você saber, eu tenho 17 anos e dentro de alguns meses completarei 18!

- Ah, jura?

- Droga, me enganei achando que você era legal. - Cruza os braços, bufando pelo nariz. - E você teria quantos anos? - Me analisa com os olhos cerrados. - Pela aparência não é tão mais velha assim.

- Tenho 38 anos.

- Entend- - Engasga e tosse três vezes seguidas. - O quê??!

- Coé, nunca viu uma mulher madura não? - Suspiro. - Eu também não gosto muito desse fato, mas é a verdade.

- Bem que essa cor de cabelo me era estranha. - Pega uma mecha de cabelo minha. - Branco... Realmente é uma idosa.

- Quanta grosseria... - Murmuro.

Ace aproxima a mecha do rosto e dá uma fungada.

- Mas cheira a flores. - Abre um sorriso. - E é macio.

Meu rosto automaticamente ruboriza, sem pensar muito tiro a mecha de cabelo da mão dele e saio do laboratório.

- V-Vamos ver a comida... - Mudo bruscamente de assunto. - Você está com fome, não é?

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❝Portgas D. Ace❞: Um Garoto Problemático ✯Where stories live. Discover now