Porque não há nada melhor (cap. 19)

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Estive esperando férias um pouco menos movimentadas, porém é certo que o balanço que o garoto das chamas traz consigo é bom. Os dias se passaram num piscar de olhos e este já era seu último dia em minha ilha.

Não deixamos esse detalhe diminuir qualquer animação, a despedida que estara por vir não era um sinônimo de velório. Não havia certeza, ou uma mínima promessa, mas é como se estivesse claro o suficiente para acreditar.

Era difícil aceitar que uma pessoa tão incoveniente seria capaz de uma aproximação assim, quem sabe, em sua inconveniência ele se fez conveniente e necessário. Audácia, coragem, o caráter do impulsivo, daquele que age pelo que sente, é o que resume este garoto problemático.

Ele não teria problemas em ouvir um "não", ele tentaria quantas vezes fosse necessário até obter o seu sim. Ace é insistente e isso é terrivelmente cativante.

"Toc Toc"

— Ahn? — Limpo a garganta. — Pode entrar.

A porta abre devagar e ele entra, apertando os lábios, como se quisesse falar alguma coisa. O que está havendo com você Portgas D. Ace? Nunca hesita em nada.

— O que está fazendo? — Ele pergunta.

Eu estava frente a minha penteadeira fazendo o óbvio, Ace ri sem jeito com a mão afagando atrás da cabeça.

— Estou penteando isso tudo aqui. — Ponho o meu cabelo por cima do meu ombro. — É bem trabalhoso.

— A-Ah... É que pensei que você quisesse companhia, estou atrapalhando?

— Não, mas... — Inclino a minha cabeça em questionamento. — Por que está tão melindroso?

— Bem, eu não quero errar...

— Errar? — Arqueio uma sobrancelha. — Desde antes, até agora, não acho que tenha pensado se estava acertando ou errando, no entanto deu tudo certo, então eu não entendo. — Sorrio.

— Eram situações diferentes. — Evita contato visual enquanto explicava. — E eu queria ver se queria companhia porque eu quero a sua companhia. — Seu rosto fica levemente corado.

— Ora, ora. — Sorrio com malícia, eu queria torturá-lo um pouco. — Será que eu quero?

O rosto dele fica ainda mais vermelho.

— Uhn... — Suspira bufando pelo nariz. — Não quer, é isso? — Faz um beicinho desapontado.

Bato meu punho fortemente contra a madeira da minha penteadeira fazendo os objetos que estavam em cima caírem. Minha respiração estava pesada, eu estava me apoiando enquanto aguentava os estalos que mais pareciam pontadas no meu coração.

— Meu deus, o que foi? Você está com raiva? — Faz uma barreira com os braços. — Quer que eu vá embora? Estou atrapalhando?

Estendo a escova de cabelo na direção dele sem o olhar.

— Pra quê isso?

— Pega.

Ele segura a escova sem entender, mas logo se torna evidente quando me ajeito frente a penteadeira e ponho meu cabelo para trás. Ace se aproxima receoso e me olha pelo reflexo do espelho.

— Se quer ficar perto, então ajude a escovar meu cabelo.

— Tá bom.

Ace separa uma mecha e começa a pentear.

— A-ai! Seja mais cuidadoso.

— Desculpa. — Faz bico.

Ele deixa a mão mais leve e consegue escovar a mecha com mais facilidade. Em seguida um pequeno sorriso se faz no rosto dele, podia ver pelo espelho. Não esperava que ele fosse gostar de fazer isso e nem que iria acertar. Talvez eu o subestime demais.

❝Portgas D. Ace❞: Um Garoto Problemático ✯حيث تعيش القصص. اكتشف الآن