𝑆𝑖𝑥𝑡𝑦-𝑡𝑤𝑜

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- Então acho que já vou indo. - me levanto e Saray me acompanha.

~ Fica mais... - Carmen diz manso.

Carmen e Orlando nos levam até a calçada, onde o carro encontrava-se.

~ Filha - minha mãe me puxa de canto. ~ a gente pode conversar?

- Pode falar.

~ Me visita mais vezes...Com essa moça. Eu espero que a gente não se afaste. Nossos ânimos estavam a flor da pele aquele dia da terapia... Eu estava pensando e se ela te faz feliz, me faz feliz. - ela solta uma piscadinha e meu sorriso é automático.

~ Ela é bonita, inteligente...  E fez você largar aquelas roupas pretas e brutas. Olhe para você! Usando vestidinho amarelinho! - ela sorri.

- Então está tudo bem?

~ Mais ou menos Estefânia... E aqueles dois rapazes que vieram te visitar quando você estava doente, lá pro meio do ano?

- Estão vivos. - debocho.

~ Eu tinha esperança de um deles ser meu noro.

Hierro ou Fábio? Credo, não. Sou muito mais minha namorada gostosa de meia idade.

~ E eu não sei o que uma mulher feita vê em uma jovem. Isso me intriga. - reviro os olhos.

Ela estava mentindo.

Não está nada bem pra ela.

~ Enquanto você nem terminou a escola, ela está iniciando a menopausa.

Ela acha que a Saray tem quantos anos?Cinquenta? Quarenta e quatro?

- E eu com isso?

𝗦𝗔𝗥𝗔𝗬 𝗣𝗢𝗩

Minha sogrinha chama de canto Estefânia para uma conversa, então dou privacidade indo para o carro.

Apoiei meu corpo no capo do carro e tirei dos bolsos um cigarro e esqueiro. O acendi. 

Quando sinto um calor atrás de mim, me viro e tenho a presença de Orlando. Aceno com a cabeça seriamente o cumprimentando, e me viro novamente de costas a ele. Porém o homem me pega forte pelo braço e sussurra próximo ao meu ouvido.

~ Vamos parar com essa ceninha, isso precisa acabar.

- Me solta. - me viro de frente e o homem desgruda suas mãos de meus braços. - O que você quer?

Tento ter o máximo de educação e respeito pois estava falando com o pai de Estefânia, meu sogro. Queria causar uma boa impressão, mas estava a uma linha fininha para estourar e mandar ele pra puta que pariu.

~ Traga a Estefânia de volta pra casa e termine esse relacionamento, não me importo se vai machuca-la.

~ Você nem se importa com ela, ela desabafa para mim de sua família, eu sei de tudo...

~ É complicado... Eu mudei de vida, e ela não está nela. Mas não significa que não devo me importar com sua educação.

- Ela tem dezoito anos.

~ Você acha que conseguirá um emprego fácil assim que for demitida? Ah, e o melhor, demitida por aliciar uma aluna.

- Puto! Isso não é verdade.

~ Talvez, eu conheço Estefânia, sei que ela é saidinha...

- Se você acha que alguma ameaça vai me fazer separar do amor da minha vida, você está enganado.

Logo avisto Estefânia se aproximando do carro, então deixo o homem para trás.

~ Bora cigana?

- Claro.

Dou a volta e abro a porta para ela entrar no carro. Ela mira seu olhar a mim, com um sorriso meigo. Fecho a porta e entro no lado do motorista, assim partindo.

Toda vez que esse sorriso abre para mim, eu lembro a razão de cometer as maiores loucuras que eu cometo por ela. E se precisasse eu faria mais do que faço!

- Estefânia... - a mulher que se encontrava observando o movimento da estrada na janela, traz seu olhar a mim, com aqueles olhinhos sintilantes que me fazem derreter.

~ Pode falar... Tá tudo bem?

- É só que... Você não acha melhor voltar lá para a casa de sua mãe? - pergunto com receio.

~ Por que? - questiona com um semblante decepcionado.

- Nada. - olho para a namorada de relance, visto de estava dirigindo. E pude perceber que sua expressão não era nada agradável.

~ O que foi? Eu estou te atrapalhando?

- Claro que não, Cachinhos!

~ Parece que você quer que eu vá embora da sua casa. - ela diz em tom rude. ~ Já se cansou de mim né? Aí como eu sou idiota. Eu vou pegar minhas coisas, mas não vou voltar pra casa da minha mãe. Não posso, eu fiz um estrago na minha vida por você.

- Por que você está surtado?!!? E EU sou um estrago na sua vida? Achei que fosse eu que arrisquei tudo por você, por nós duas!!

~ Ah, agora eu sou um peso pra ti? Para o carro agora.

Ah, pronto. Nossa primeira briga depois de oficialmente namorando.

- Não precisa disso, Fanni. Você é muito difícil, para de ser infantil!

~ PARA AGORA A PORRA DO CARRO, MERDA!!! - ela grita e eu imediatamente paro.

~ Vai se foder, Saray. - ela me encara com desprezo, e sai do carro.

Lascurain é uma mulher difícil, de personalidade forte, assim como eu. Por isso é difícil ter diálogos tranquilos, porém desta vez eu realmente achei desnecessário essa briga.

Eu não quero brigar com ela, amo essa mulher mais que tudo.

- ESTEFÂNIA - saio do carro também. - Seu pai conversou comigo, e eu só queria saber o que você achava... Me desculpa.

Ela se vira, com um olhar triste.

~ Desculpa, eu não sei porque agi dessa maneira. 

Cachinhos se aproxima e me envolve em um abraço, e eu me afundo em seus fios cacheados.

~ Por favor, não desiste de mim.

- Claro que não, Fanni! Nunca! É mais fácil você fazer isso primeiro.

~ Me senti ofendida, mas vou ignorar essa. - solto uma gargalhada e ela faz o mesmo.

Entramos no carro e partimos para casa.

Acho que ela está sentindo a pressão, procurando empregos que nem maluca. Mesmo que eu já tenha dito que darei tudo o que ela precisa, e quiser.  Estefânia terá mais responsabilidades...

𝐌𝐲 𝐅𝐚𝐯𝐨𝐫𝐢𝐭𝐞 𝐓𝐞𝐚𝐜𝐡𝐞𝐫Tahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon