𝑆𝑖𝑥𝑡𝑒𝑒𝑛

102 11 1
                                    

Aquele dia acaba e a noite chega. Nove horas fomos todos obrigados a irmos para dentro das barracas com a intenção de dormir.

~ Podemos fazer uma fogueira? - uma aluna da minha turma pergunta.

~ Não, o horário de atividades terminam ás nove horas. - Macarena responde.

~ Por favor! Só um pouco... Qual é o problema? - a aluna insiste fazendo outros alunos implorarem também.

~ Não é não segundo ano! E se não compreenderem, tiraremos os últimos dois dias de lazer livre. Que inferno! - Zulema diz firme. Os alunos todos logo se calam.

~ Ah Zule... Qual é o problema? É só uma fogueira, eles logo pegam no sono. - Saray entra na conversa.

~ Eu também não vejo problema. - Terê, a professora de artes, diz.

~ Então façam. - Zulema diz e em seguida resmunga algumas palavras a Saray, que eram impossíveis de serem escutadas, visto que as classes estavam comemorando a conquista.

Por consequência, a fogueira foi feita com demora. Depois de feita, nos sentamos em volta dela. Um silêncio se fazia presente no ambiente, se as professoras soubessem antes que uma simples fogueira fazia os alunos se calarem por completo, elas teriam usado essa solução sempre.

Estava ligada em meus pensamentos, quando sou despertada por Saray. Avisto a mesma sair de sua barraca com um violão. Ela se senta no chão ao lado da senhora Zahir, e começa a toca - lo. A melodia era tranquila, logo Zulema começa a cantar em árabe. E ela canta muito bem!

Ela ficava tão linda tocando aquele violão a luz do luar...

A prazo, Macarena, Teresa e suas turmas responsáveis se retiraram para dormirem em suas barracas. Deixando apenas o segundo ano turma 1001 e o primeiro turma 1002, responsáveis pelas senhoras Vargas e Zahir.

~ Vamos jogar verdade ou consequência? - uma aluna propõe a brincadeira e logo todos concordam com a ideia. Imediatamente buscam uma garrafa e a brincadeira inicia.

Com o jogo eu estava descobrindo altas fofocas de pessoas que eu se quer sabia os nomes. Estava adorando, até chegar minha vez.

Um garoto da minha classe gira a garrafa e cai em mim. Seu nome é Fábio, outro babaca da minha sala, nenhuma novidade. Era o garoto que eu havia feito trabalho em grupo mais cedo, mas nem escutei sua voz, visto que quem se dedicou ao trabalho foram as três garotas. 

~ Verdade ou desafio? - Fábio pergunta.

- Desafio. - eu não queria dizer nenhuma verdade sobre mim.

~ Desafio você me beijar. - Fábio propõe. Ele umedece os lábios e os morde com força.

Os colegas soltavam ruídos que designavam surpresa e e empolgação. Á vista disso, Zulema chama a atenção pelo horário avançado.

- Não estou afim, foi mal. - acidentalmente meu olhar vai de encontro a Saray, que também me olhava com uma expressão séria, mas que não transmitia algum sentimento. Desvio meu olhar depressa.

Eu não namoro, mas com certeza tinha alguém.

~ Para de ser cú doce Estefânia, é só um beijinho. - diz Hierro tentando ajudar o amigo.

~ Você escolheu desafio, agora o faça! - Fábio exclama sem paciência, se aproximando de mim.

~ Beija ele menina! - uma garota do primeiro ano insiste.

~ Gente, ela não se sente confortável em beijar uma pessoa na frente da crush dela. - Altagracia diz na intenção de me ajudar, mas só piorando.

Lanço um olhar revolto a ela sem dizer alguma palavra. A amiga parece já saber do que fez, a expressão em sua face e seu silêncio me pediam desculpas.

~ Uma garota Estefânia? Você já contou isso ao papai? Ou você prefere que eu mesma diga? Eu não sabia disso sobre você... - Fátima provoca.

Ela diz como se ele se importasse...

- Quando chegar na sua vez, você fala Bob Esponja.

~ Minha vez. - Fátima empurra Fábio, se sentando de frente para mim na roda. Ela gira a garrafa de vidro.

Azar no amor e azar no jogo.

Depois de muito rodar, a garrafa cai em mim e Fátima.

Deus! Eu mereço.

De todas aquelas pessoas na roda, tinha que ser eu pela segunda vez? Justo com Fátima?

~ Verdade ou consequência maninha? - ela diz em seu tom habitual de cinismo, o que deixa ainda mais azucrinante.

- Verdade. - agora todos os olhos estavam em mim novamente.

~ É verdade que seu pai trocou você pela amante dele e sua nova filha? - Fátima ataca logo no ponto fraco.

- É verdade. E é verdade que a sua primeira palavra foi puta, ao invés de mamãe? - revido a provocação.

~ Ei espera aí, não é assim que joga. Tem que girar a garrafa primeiro. - uma colega de classe exclama.

~ Não. Mas é verdade que você é uma delinquentezinha de merda e que foi expulsa da última escola, que nem era particular, por esse motivo? - neste momento todos perceberam que as coisas já estavam esquentando, logo se calaram por completo, e seus olhos não sabiam em quem prestar atenção primeiro.

- Sim, é verdade. Sabe o que é verdade também? Que eu quero te arrebentar, piranha.

~ Então vem. - Fátima provoca.

Me levanto e rapidamente Fátima também. Naquele momento, as professoras Zulema e Saray estavam dizendo algo que não escutei, dado que eu não estava em meu estado habitual.

A empurro forte, fazendo com que ela caísse de bunda no chão. Achando que a mesma ficaria ali no chão, me viro para voltar para o meu lugar. Quando Fátima me golpeai com a garrafa de vidro com toda a força que ela possuía, ocorrendo que a garrafa quebrasse em meu braço.

Todos se assustam com a ação de Fátima, até mesmo eu. Fátima não era uma garota agressiva e que até se vitimizava ao invés de revidar, mas não foi o caso.

Meu sangue ferve até a cabeça. Olho para o meu braço jorrando sangue e sem pensar duas vezes, voo em direção de Fátima. A empurro com a intenção de bate - la mas antes de conseguir, sinto os braços da senhora Vargas em volta de minha barriga, me segurando.

~ Você me queimou, você me paga Estefânia. - ela diz entre gritos de dor.

Quando a empurrei, sua perna esbarrou na fogueira, causando uma queimadura leve e também um escândalo da parte de Fátima.

A queimadura deve ter ardido, mas ela tacou a porra de uma garrafa de vidro em mim!!!

Então senhora Zahir começa a xingar. Um climão e silêncio constrangedor dos alunos se faz presente no local.

~ ... Todo mundo para dentro das barracas agora, acabou a brincadeira! Lascurain e Amir, vocês ficam. - Zulema termina. ~ Saray, leva elas para enfermaria, por favor.

𝐌𝐲 𝐅𝐚𝐯𝐨𝐫𝐢𝐭𝐞 𝐓𝐞𝐚𝐜𝐡𝐞𝐫Where stories live. Discover now