𝐹𝑜𝑟𝑡𝑦-𝑓𝑖𝑣𝑒

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~ Me responde, Saray.

Eu não respondi Ferreiro, apenas ficamos nos encarando, esperando quem seria a primeira abrir a boca. Não sou próxima da loira, não somos e não seremos amigas. Mas eu precisava ter tempo de pensar em uma resposta de não impulso, para não foder a mim e mi rizos.

Um sorriso cínico abriu-se no rosto de Macarena, e um sentimento de raiva tomou conta do meu corpo.

~ Você já se apaixonou por uma stripper de um puteiro, por amiga hétero e até por presidiária, mas agora aluna? Você já foi melhor cigana... - a loira debocha.

- Ferreiro, vai tomar no meio do seu cú. - digo irritada, impaciente.

Paixão, paixão foi só a Estefânia. As outras foram amores passageiros, eu acho...

Nós sabemos bastante sobre uma a outra, pois nos conhecemos a longo prazo e trabalhamos juntas desde então. Zulema é bem amiga da loira, portanto isso nos aproxima um pouco.

~ Desde quando, heim? Desde o acampamento? - a loirinha insiste na pergunta.

- E o que que você tem a ver com isso, Ferreiro?

~ Responde, Vargas.

- Não te interessa com quem eu tô transando ou não, certo? Sai da minha frente logo, mosca morta. 

Tento encerrar aquela conversa, me dirigindo para a porta apressadamente, porém a Macaputa segura meu braço de novo. Suas mãos agarravam meu braço levemente, seus dedos são delicados, mas ela fixa seu olhar em mim como se estivesse vendo através da minha alma.

~ A senhorita Lascurain está com as notas baixíssimas nesse bimestre em todas matérias, mas por que será que em sociologia ela tem quase total dos pontos?

- Porra loira, -  reviro os olhos, impaciente. - ela deve adorar sociologia, estudou para minha matéria. 

~ O que vai fazer quando descobrirem, heim? O que vai fazer quando ela for expulsa e você demitida? Quando começarem a descobrir, o que não vai demorar... Esse é um colégio bem respeitado, será um escândalo para a imprensa e o MEU trabalho pode ser afetado também.

- Ninguém irá saber se você não disser nada, hum? Você não tem a porra de nenhuma prova, merda.

~ Não pense que vai ficar assim, Vargas.

Ela estava me ameaçando mesmo?

- E não me subestime senhorita Macarena. Você não faz ideia do que eu faria por aquela garota.

Eu realmente não sei porque as pessoas se incomodam tanto ao ver duas pessoas que se amam.

~ E o que vai fazer com ela, heim? Vai roubar carros? Roubar carros, ficar chapada de noite e vender calcinhas de dia? Que vida boa né... Muito boa...

- Você fica com esse bico fechado branquela, se não faço você comer a calcinha que eu tô usando.

- Olha, a gente até poderia ter se dado bem, só que em outro planeta... Ou talvez a gente até teria transado.

~ Uhmm, e você teria que me drogar pra isso. 

[...]

𝗘𝗦𝗧𝗘𝗙𝗔̂𝗡𝗜𝗔 𝗣𝗢𝗩

Os horários passaram um tanto quando lentos, pois depois que o quinto horário se encerrou, eu precisei ficar mais tempo na escola fazendo as recuperações de algumas matérias. Por mais que eu tenha estudado sozinha e com a Saray, eu fiquei em recuperação.

Em falar na cigana, eu não a vi no colégio depois que fui para a aula de Educação Física, mas ela me chamou por mensagem para ir á sua casa, para conversarmos. E confesso ter ficado a tarde inteira ansiosa para o que a Saray teria a dizer a mim, visto que parecia sério, ela não estava para brincadeiras. Iria "terminar" comigo de novo?

𝐌𝐲 𝐅𝐚𝐯𝐨𝐫𝐢𝐭𝐞 𝐓𝐞𝐚𝐜𝐡𝐞𝐫Kde žijí příběhy. Začni objevovat