𝐹𝑜𝑢𝑟𝑡𝑒𝑒𝑛

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𝗘𝗦𝗧𝗘𝗙𝗔̂𝗡𝗜𝗔 𝗣𝗢𝗩
Acordo com o meu despertador de sempre. Enrolo na cama um pouco, todavia me levanto e sem demora vou direto para o banho. Me arrumo do mesmo jeito, uniforme, All Star... O que saía de minha rotina era o coque bagunçado, que foi feito por preguiça e sono.

Desço para a mesa, minha mãe já está tomando café no ambiente.

~ Bom dia, Estefânia! - Carmen cumprimenta. 

- Bom dia mãe. - me junto a mesa. - Eu preciso que você assine a autorização para uma excursão da escola, são cinco dias em um acampamento.

~ Você só vai se suas notas estiverem acima da média, mocinha.

Fodeu

- Carmen minha querida. - digo em tom de sarcasmo. - É exatamente isso. Eu preciso ir para ganhar nota, se eu não for, fodeu.

~ Aham, olha a boca! Que estudasse antes! Eu vou junto com você hoje na escola para ver como você está se comportando.

- QUE? Você acha que eu tenho quantos anos? - reviro os olhos e solto um alto suspiro.

~ Você me fez perder a confiança em ti, esse foi o motivo de irmos para Madrid. - ela leva sua xícara a boca.

- Eu fiz merda, ma-

~ Olha a boca suja Estefânia! - ela diz firme, me cortando.

- Porra... - digo baixo. - Eu fiz besteira, mas não precisa viver na minha cola... É apenas um passeio de escola!

~ Eu vou conversar com a coordenadora hoje e PONTO! Não vou mais discutir sobre o seu comportamento... Vamos, se não vai se atrasar. - ela se levanta e pega as chaves do carro.

Insisti a minha mãe que não tinha necessidade de ir ao colégio, até porque, minhas notas não estavam altas. Isso significava que não teria a autorização para ir ao passeio que valia ponto.

Seu raciocínio não fazia o menor sentido!

É bem provável que ela esteja pensando que seja apenas uma excursão para divertir, e que estou sendo uma mentirosa, como de costume.

Chegamos na escola e nos dirigimos direto a sala da coordenação.

~ Bom dia, eu sou a mãe da Estefânia Lascurain. Eu queria saber como ela anda se comportando na escola e suas notas. - minha mãe diz a coordenadora Miranda.

~ Bom dia. Eu não tenho acesso as notas e comportamento durante a sala, mas posso chamar algum professor que não está dando aula. Tudo bem?

~ Claro! - Carmen exclama.

Claro?

Eu só rezo para que a professora Macarena esteja dando aula agora, pois é nítido que ela não gosta de mim. E eu nem a julgo por isso, pois não contribuí para causar uma boa impressão, mas precisava ir nesse acampamento.

Miranda sai da sala da coordenação em busca de professores, mas rapidamente volta.

~ A senhora Vargas está esperando vocês na sala dos professores, no final do corredor. Eu acompanho vocês. - Miranda apresenta um sorriso simpático.

SENHORA VARGAS? Ok, tinha como piorar.

Miranda bate na porta da sala e abre devagar, Saray que estava sentada logo se levanta. Nossos olhares se cruzam assim que a porta se abre.

~ Oi! Como vai senhora Lascurain? O que te trouxe aqui? - elas se cumprimentam com um aperto de mãos. E para mim, Saray apenas sorria com os olhos, como se conseguisse ler meus pensamentos.

Miranda sai e fecha a porta, me sentei a cadeira ao lado da minha mãe, e Saray na frente.

~ Queria saber como andam as notas de Estefânia, para ela ir para esse tal acampamento... Ela anda se comportando?... Respeitando os professores?...

Quanto mais minha mãe dizia sobre mim, mais Saray sorria cinicamente em minha direção. Estava explícito o meu nervosismo diante a essa situação. Tentava não olhar para a mais velha, mas sentia seu olhar pesar sobre mim.

A professora com quem eu ficava e tinha uma paixão encubada, e minha mãe que não saía do meu pé na mesma sala. Que maravilha!

~ Estefânia é uma ótima garota... Dou aula de Sociologia mãe, e sua filha presta bastante atenção em mim. Até demais sabe...

Ela tinha a intenção de me deixar louca, só pode!

~ É mesmo? - minha mãe sorri de uma maneira orgulhosa para mim, e eu apenas consegui abrir um sorriso pequeno e falso, logo desviando o olhar. 

~ Sim! E ela se comporta muito bem comigo...  A senhorita Estefânia já até passou um tempo aqui, nessa sala, junto a mim. - ela diz de modo cínico e com um sorriso malicioso que foi se desmanchando rapidamente. Eu sabia o que ela queria dizer com aquilo... ~ Ela é tão empenhada e curiosa no conteúdo de sociologia, que veio APRENDER mais comigo, a sós.

Elas estavam me submetendo a uma tortura lenta e dolorosa.

Eu já estava suando, preferia estar na aula de História agora, do que escutar a professora Saray responder as perguntas da minha mãe em forma de respostas com duplo sentido. Me provocando com olhares e sorrisos.

~ Bom, que ótimo! Eu vou indo se não me atraso para o trabalho. Tchau Estefânia, tchau senhora Vargas! -  ela levanta e se despede da professora com um aperto de mãos.

~ Tchau, obrigada! - diz Saray.

- Antes de ir assina por favor. - Carmen, minha mãe, assina a autorização e rapidamente sai da escola. Aproveito e o entrego a Saray.

~ Você tinha que ver a sua cara. -  a mesma começa a rir.

- Não tem graça, nunca mais faz isso. - digo em tom brusco e firme.

~ Você não deveria falar assim com alguém que te faça gozar como eu faço... 

 Vargas provoca, com sorrisos maliciosos e eu apenas reviro os olhos, porém eu estava surtando internamente. Ela sempre solta uma piadinha.

~ Não anda se comportando bem em casa Fa - nni? Que feio... - a mais velha debocha.

- Eu tenho que voltar para a aula de História. - indo em direção a porta, Saray me pega pelo pulso, o segurando para cima. Agora nossos corpos estão colados e nossos rostos bem próximos, eu conseguia sentir sua respiração.

~ Você conhece a terceira lei de Newton? Ação gera reação. - sem entender o motivo de sua pergunta, fico em silêncio e ela continua.

~ Acha certo me fazer cair em tentações por você apenas pelos seus olhares durantes todas minhas aulas, Fanni? - a professora Saray sussurra em meu ouvido, fazendo com que eu arrepiasse em lugares que nem tinha consciência que eram possíveis. Ela olhava no fundo dos meus olhos como se pudesse ver através da minha alma, seu olhar era penetrante.

- Senhora Vargas, de todas as loucuras que eu já me meti, você é a maior.

Ousadia de sua parte me sujeitar a uma tortura lenta, por eu fita -la durante suas aulas.

Vingativa.

𝐌𝐲 𝐅𝐚𝐯𝐨𝐫𝐢𝐭𝐞 𝐓𝐞𝐚𝐜𝐡𝐞𝐫Where stories live. Discover now