𝑇ℎ𝑖𝑟𝑡𝑦-𝑡ℎ𝑟𝑒𝑒

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𝗘𝗦𝗧𝗘𝗙𝗔̂𝗡𝗜𝗔 𝗣𝗢𝗩

Haviam se passado duas semanas desde a última vez que eu tinha conversado com a senhora Vargas, que foi o dia que ela partiu meu coração por completo, me deixando sozinha e sem respostas.

Eu não compareci em nenhuma de suas aulas desde então. Não suportava vê - la seguindo em frente sem doer meu coração ao lembrar de tudo o que fizemos juntas. E talvez eu não tenha conseguido lidar muito bem com isso, já que em duas semanas eu levei duas suspensões por matar aula e brigar com um colega de classe. O mesmo garoto inclusive, que debochou de mim na primeira semana de aula.

O meu comportamento não anda muito legal só na escola, já que voltei a cometer pequenos delitos que cometia na minha cidade anterior com meus antigos amigos. Posso dizer que o meu temperamento está mais descontrolado, já que eu apenas explodo com qualquer um em minha frente ou choro até desidratar. 

A atenção está redobrada em mim. A Carmem ordenou de eu ir para a escola todos os dias junto a Fátima e meu pai, para eu ficar menos tempo sozinha e mais tempo sendo vigiada. 

Minha mãe me deu um ultimato da última vez que ela soube que eu pichei um muro: " Se fizer mais alguma gracinha vai passar os últimos anos de colegial na casa dos seus avós, trabalhando junto com eles na roça sem ganhar um euro. Onde não tem shopping, internet, adolescentes e essas merdas que você gosta."

A casa dos meus avós é tipo um regime militar. Já passei as férias lá, e é pior do que uma prisão, vai por mim!

...

~ Poxa, você estava indo tão bem maninha, pena que não dá para esconder quem realmente é por muito tempo. - Fátima disse sentada no banco do carro ao meu lado, enquanto íamos para a escola. Seu tom de voz era repleto de cinismo e deboche. Ela pousa sua mão em meu ombro, mas retiro educadamente e volto a olhar para a janela do carro. 

Não demorou muito para chegarmos no colégio e eu e Fátima nos separarmos, nos dirigindo para cada sala. 

~ E aí 1001, bom dia... - disse a professora Saray após um alto suspiro fizesse com que seus pulmões se enchessem de ar.

Seu olhar vai de encontro ao meu, ela parecia surpresa por me ver naquela carteira, já que eu não aparecia a um tempo em suas aulas. A mais velha abre um pequeno e rápido sorriso de canto, porém desvio meu olhar para qualquer objeto presente no ambiente. 

A senhora Vargas não se apresentava muito bem. Seu clássico rabo de cavalo estava presente em sua cabeça, mas em suas mãos havia uma garrafa grande de água. Que nela possuía um líquido que poderia ser tudo, menos água. Estava claro que se tratava de uma bebida alcoólica, provavelmente cerveja ou cachaça. Enquanto ela explicava o conteúdo que havia transcrito no quadro, ela despejava uma golada daquela bebida em sua boca.

~ Você já terminou de ler o livro que a senhora Ferreiro pediu para o resumo? - Altagracia sussurra. ~ É para amanhã.

- Sim, esse livro eu sei de cor. - respondo a amiga que se localizava na carteira da fileira ao lado.

~ Pelo menos uma atividade você está fazendo, né? 

- Não enche, Guerrero. - rolo os olhos para cima, e um profundo suspiro é soltado.

~ Estefânia, eu entendo sua dor e eu tenho vontade de tirar satisfações com essa mulher. Mas você acha necessário se desgastar dessa forma por amor?

- Você não entende... Eu não controlo minha raiva!

~ Eu não estou falando exatamente disso, eu-... - senhora Vargas interrompe Altagracia. 

𝐌𝐲 𝐅𝐚𝐯𝐨𝐫𝐢𝐭𝐞 𝐓𝐞𝐚𝐜𝐡𝐞𝐫Where stories live. Discover now