𝐌𝐲 𝐅𝐚𝐯𝐨𝐫𝐢𝐭𝐞 𝐓𝐞𝐚𝐜𝐡𝐞𝐫

𝑇𝑤𝑒𝑛𝑡𝑦-𝑒𝑖𝑔ℎ𝑡

𝗘𝗦𝗧𝗘𝗙𝗔̂𝗡𝗜𝗔 𝗣𝗢𝗩

Recebi a notícia de que minha mãe iria viajar a trabalho por uma semana para Toledo, isso significava que eu poderia trazer Saray a minha casa sem preocupações. Carmen até cogitou a ideia de me deixar na casa do meu pai, mas logo a implorei para permanecer em minha casa porque não tinha necessidade, e prometi me manter comportada.

~ Se comporte heim Estefânia, eu volto logo. Pode trazer suas amigas para cá se quiser. - ela diz se dirigindo ao carro.

- Ok ok, boa viajem.

~ Obrigada, querida.

[...]

Eram cerca de duas da manhã quando escuto batidas em minha janela, me fazendo despertar de meu sono profundo. Um passageiro medo surgiu, visto que estava sozinha em casa e alguém estava batendo na minha janela de madrugada. Mas logo esse medo passou quando abri a janela, olhei para baixo e vi que se tratava de Saray Vargas.

Ok, mas o que ela estava fazendo a essa hora na frente da minha casa?

No momento em que abri a janela, a mesma entra em meu quarto por ela. Os postes de luz da rua que refletiam dentro do quarto, nos iluminavam. Esfregava os olhos, para me despertar, achando que ainda estava dormindo em algum sonho.

- Eu estou sozinha em casa, poderia ter entrado pela porta. Mas Saray, o que você está fazendo aqui? Você sabe que a Fátima do primeiro ano mora na casa da frente, né?

~ Estefânia, eu preciso de você. - ela sussurra com voz envergonhada e os olhos marejados.

Eu estava tão preocupada com Fátima e sonolenta por acabar de acordar, que nem percebi o quanto Saray parecia abatida.

A entrelaço em um abraço forte e logo sinto uma lágrima escorrer em meu ombro.

- O que aconteceu? - nos sentamos em minha cama. Apoio sua cabeça em meu peito, acariciando seus cabelos.

~ O Santiago, está lutando pela guarda da Estrella. É que eu estou tão cansada, tão sobrecarrega... Ele tem dinheiro, vai fazer de tudo para conseguir o que quer.

- Oh Saray... Você vai conseguir ficar com sua filha, você é uma mãe incrível!

Sentir Saray chorando silenciosamente em meu peito me partia o coração, ver que ela estava chateada. Uma pessoa que sempre vemos sorrindo e fazendo brincadeiras idiotas, transmitindo alegria para outras pessoas. Eu não sabia ao certo como estava andando o processo, mas ele parecia estar ganhando, pois Saray é uma mulher forte que não desaba fácil.

Mas o que mais me dói era pensar se tudo o que ela está passando tem um dedo meu nisso...

- Saray, eu preciso que você seja sincera comigo. É por minha culpa, certo? Tudo isso está acontecendo porque ele me viu em seu sofá aquele dia, não é?

~ Não importa como ou o porquê. Ele tocou no meu ponto fraco, minha filha.

Por mais que ela não quisesse dizer, no fundo eu sabia que ela estava tendo problemas frequentes com seu ex por minha culpa, e agora, uma garotinha de três anos poderia arcar com as consequências.

- Dorme aqui hoje. - ela apenas assentiu com a cabeça.

Saray adormece em meu peito, com o carinho na cabeça da mulher que ajudou a acelerar o sono. Não demorou muito para eu fechar os meus olhos também.

[...]

𝗦𝗔𝗥𝗔𝗬 𝗣𝗢𝗩

Durante uma semana inteira eu fiquei resolvendo os problemas jurídicos que estou tendo com Santiago e a guarda de nossa filha. Com isso, nem consegui descansar a cabeça, faltando apenas uma semana para as aulas voltarem.

O filha da puta está indo muito bem, mas não irei desistir de ter Estrella junto a mim. E sua chantagem permanece em pé, ou ele ou ninguém ao meu lado.

Seboso.

Acordo na cama de Estefânia. A garota ainda está dormindo, então penso em voltar para a casa antes da mesma se despertar.

Na noite passada, eu só precisava vê - la, ouvir sua voz me deixa mais tranquila. E quando estou com Fanni, parece todos os problemas acabam em uma fração de segundos.

Tentei não passar dos limites indo na casa da garota, mas acabou que parei lá, depois de dar uma passada em um bar...

Flashback on

~ O que a senhorita deseja?

- Me dá a mais forte, por favor.

~ Eita, dia difícil? Decepção amorosa? - pergunta o bartender.

- Uhm, tipo isso. - sento em um banco próximo ao balção.

~ Traição?

- Quem me dera. É mais complicado que isso, moço.

~ Entendo... - ele termina de preparar a bebida e me entrega.

- Sabe... Dói tanto não poder nem andar de mãos dadas com a pessoa que você gosta.

~ Por conta das outras pessoas?

- É... Mas eu nem parei aqui por causa disso. Porém agora eu estou refletindo...

~ Só enfrenta essas pessoas, porque assim que você as enfrentar, você poderá ser feliz. - o bartender aconselha.

Não demorou muito para eu virar mais dois copos em minha boca, sair do bar e me dirigir a casa de Estefânia.

- Valeu pela conversa, tio. Tô mandando. - digo e o homem sorri de modo simpático.

Talvez eu não estivesse embriagada, mas com certeza estava sensível fazendo desabar no colo da mais nova.

Flashback off

𝗘𝗦𝗧𝗘𝗙𝗔̂𝗡𝗜𝗔 𝗣𝗢𝗩

Acordo e Saray não está presente em minha casa, o que me deixou cabisbaixa. Olho meu celular e nele tem mensagens de Saray agradecendo pela noite passada e me convidando para almoçar fora, é claro que aceitei. Também haviam mensagens de Altagracia, me chamando para passar o dia em sua casa, mas avisei que estaria com Saray.